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RUMO A LONDRES

Mesmo com vaga olímpica, triatleta radicado em BH sofre com falta de apoio

Diogo Sclebin será um dos representantes do Brasil no triatlo em Londres

Thiago Madureira - Superesportes

| Tags: celular 

Publicação:

29/06/2012 08:00

 

Atualização:

29/06/2012 09:39

Arquivo pessoal
Diogo em competição na Austrália
Mesmo sendo um país olímpico, sede dos Jogos em 2016, o Brasil ainda convive com uma histórica cultura monoesportiva, baseada fundamentalmente no futebol. Quem sofre na pele com essa realidade são os atletas de esportes menos populares.

A conquista da vaga olímpica não mudou a realidade do triatleta Diogo Sclebin, carioca radicado em Belo Horizonte há seis anos. Considerado um dos melhores atletas da modalidade - está ranqueado na 70ª posição de acordo com a União Internacional de Triatlo (ITU) -, Diogo ainda não tem grandes patrocinadores e vive com o dinheiro que recebe em premiações.

Outra fonte de renda é a bolsa atleta – incentivo do governo federal no valor de R$ 1.850 mensais durante um ano. Mas ela ainda não está sendo depositada. “O governo tem uma burocracia a seguir. Eles se confundem com algumas coisas, mas pagam sim”, diz.

“Muito do que ganho vem dos bons desempenhos em competições. Participo de 20 a 25 torneios por ano”, conta. Neste fim de semana, ele viajará para Belém-PA. Vai em busca de R$ 4 mil. “Muitas vezes, preciso deixar de competir em um torneio que poderia vencer e receber boa premiação, para ir para outra prova que conta pontos no ranking mundial e dá vaga à Olimpíada”.

Arquivo pessoal
Bicicleta moderna é o equipamento mais caro
Aos 30 anos, doze deles dedicado ao esporte, Diogo lamenta por não ter condições financeiras de realizar alguns sonhos. “Até hoje ainda não comprei meu carro. Tenho que investir o dinheiro para ter uma bicicleta competitiva”.

Mesmo com as dificuldades, Diogo está confiante em um bom resultado em Londres. A meta da Confederação Brasileira de Triatlo (CBTRI) é colocar um dos três representantes do país (além de Diogo, Reinaldo Colucci e Pâmela Oliveira conseguiram vaga) entre os 10 primeiros. O melhor resultado já conquistado no triatlo foi o décimo primeiro lugar de Sandra Soldan em 2000, ano de estreia da modalidade em Olimpíada.

“A gente sabe que medalha é bem difícil. Mas eu me apego a um dado curioso. Em Jogos Olímpicos, sempre um medalhista é considerado uma grande surpresa. Quem sabe dessa vez não pode ser eu?”, acredita.

Diogo, juntamente com o restante da delegação brasileira de triatlo, embarcará para a Europa dia 15 de julho. A aclimatação e a finalização da preparação serão feitas em Rio Maior-POR, a 100 km de Lisboa. A data prevista para chegar a Londres é dia 3 de agosto. Quatro dias depois, os atletas disputam a tão sonhada medalha olímpica.

Soraia Piva / Superesportes


Aplicado, Diogo dedica quase integralmente seu tempo aos treinamentos. Como o triatlo é a junção de ciclismo, natação e corrida, ele divide os horários dos seus exercícios. Pela manhã, de 9h às 11h, ele pedala. Em média, semanalmente, percorre de 250 a 300 km.

À tarde, por volta das 17h, pratica natação em uma academia da capital. Ao todo, durante a semana, Diogo nada 20 km na piscina. O terceiro e último turno de treinamentos ocorre às 20h, no Clube dos Oficiais da Polícia Militar. São 70 km de corrida durante a semana.

Alimentação

Para suportar essa rotina intensa de treinamentos, Diogo consome cerca de 5 mil calorias por dia. Três mil a mais do indicado por especialistas para pessoas saudáveis. Ele, no entanto, não faz acompanhamento periódico com nutricionistas.

“Sei o que posso comer. Evito comidas gordurosas, mas como quase de tudo um pouco. Sem exageros”, explica.

Diogo faz cinco refeições ao dia. No café da manhã, come pães e leite. Um prato com arroz, feijão, carne e salada é o ideal no almoço. Frutas, sucos e pães são ingeridos em um lanche à tarde. No jantar, uma massa acompanhada de salada. E, para fechar o dia, um lanche antes de dormir.

Triatlo

arquivo pessoal


A modalidade foi incluída nos Jogos Olímpicos em Sidney, em 2000. A disputa é individual e dividida por sexo. Tanto no feminino como no masculino, são 55 atletas que percorrem 1.500 metros de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida. Os favoritos para o ouro em Londres são os russos Alexander Bryukhankov, Dmitry Polyanskiy e o inglês Jonathan Brownlee.

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(4) comentário(s)

Autor:

sebastiao dipaula


Concordo com os comentários, as empresas brasileiras são muito sem visão desportista, então sobra para Cruzeiro ou Atletico que deveriam investir nesse atleta.
Autor:

Talles Macieira


Á realidade dos esportes especializados no Brasil é de dar dó. Empresários não investem. O único dinheiro que aparece é da União ou de prefeituras. Esses atletas sim são os grandes heróis brasileiros. Amam o que fazem, mas não são reconhecidos. Parabéns pela matéria.
Autor:

Leonardo Mesquita


Um único salário mensal do merda do Neymar pagaria 10 atletas como este por ano de forma tranquila por um ano! A mente humana realmente é uma merda! O país da piada! Piada de mau gosto é claro!
Autor:

Frederico Nascif


Gasta-se bilhoes com estádios e jogadores de futebol e não investem nada nestes atletas. Lamentável, país das mentiras.

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