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À sombra da dinastia

Rumo à Rio'2016, presidentes de 29 confederações devem garantir nesta sexta-feira a Nuzman mais um mandato, o que o manteria 21 anos à frente da entidade

Renan Damasceno - Estado de Minas

Tags: maisesportes 

Publicação:

05/10/2012 08:26

 

Atualização:

05/10/2012 11:12

Dirigente assumiu a presidência do COB em 1995: somente um dos 30 cartolas com direito a votação é seu opositor (SÉRGIO MORAES/REUTERS-27/9/11)
Dirigente assumiu a presidência do COB em 1995: somente um dos 30 cartolas com direito a votação é seu opositor
Carlos Arthur Nuzman deve ser reeleito nesta sexta-feira para seu quinto mandato à frente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), assegurando também sua permanência no comando do Comitê Organizador Local dos Jogos Olímpicos Rio’2016. Desde 1995 no poder, o dirigente, de 70 anos, é candidato único e afirma ter apoio de 29 das 30 confederações de esportes olímpicos filiadas ao COB, além do voto dos três membros natos: ele próprio, André Gustavo Richer – ex-presidente da entidade e candidato a vice-presidente na chapa de Nuzman –, e João Havelange – ex-presidente da Fifa e ex-membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Pelo estatuto da entidade, ele pode ser eleito por aclamação para mais quatro anos de administração no pleito que começa às 11h30, na sede da entidade, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O único votante que não apoia Nuzman é Eric Maleson, da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), que tentou articular chapa de oposição e acusa o presidente de perseguição política.

Nas últimas semanas, Nuzman esteve no centro de polêmicas e denúncias envolvendo o COB e o Comitê Organizador Rio’2016. Além disso, tem colecionado desafetos e opositores, um deles o ex-jogador e deputado federal Romário, que terça-feira apresentou relatório de um jornalista britânico que denunciava esquema irregular na venda de ingressos para Londres’2012, o que supostamente poderia se repetir na Rio’2016 com aval do comitê. O COB negou. A polêmica que mais estremeceu a estrutura do COB, porém, foi a do roubo de documentos sigilosos por parte de integrantes da Rio’2016, revelado pelos organizadores dos Jogos da capital inglesa. Nove funcionários foram demitidos.

LONGEVIDADE Se completar o mandato para o qual deve ser reeleito nesta sexta-feira, Nuzman chegará a 21 anos à frente da principal entidade do esporte olímpico brasileiro. A longevidade no poder é característica recorrente nas confederações esportivas do país, o que dificulta a mudança de práticas arraigadas nestas estruturas. A falta de alternância no poder tem como opositor o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. “Defendo, como posição de princípio, que as entidades ligadas ao esporte fariam um bem ao mesmo se estabelecessem limites de tempo e de mandatos para os seus dirigentes. Aumentaria a credibilidade, aumentaria o prestígio e valorizaria, diante dos promotores e dos patrocinadores, o próprio esporte”, analisou.

A longevidade de Nuzman no poder não deve incomodar boa parte dos votantes nesta sexta. Dos 30 presidentes de confederações de esporte olímpico, 11 estão há mais de uma década no poder – a lista poderia ser maior, se Ricardo Teixeira não tivesse renunciado ao cargo na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), após 23 anos, em março, acossado por uma avalanche de denúncias de corrupção. Dos dirigentes em atividade, Roberto Gesta de Melo, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), é o mais longevo, há 25 anos no cargo, mas será substituído em janeiro. Asssim, Coaracy Nunes Filho, que assumiu os Desportos Aquáticos (CBDA) em 1988, herdará o posto de dirigente há mais tempo no poder.

A prática, no entanto, pode estar perto do fim. Tramita no Senado o Projeto de Lei 253/2012, de autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que pretende combater a perpetuação no poder. A proposta proíbe reeleições consecutivas, estipula limite de quatro anos para a duração dos mandatos e prevê que cônjuges e parentes do antecessor fiquem impedidos de se candidatar. O projeto recebeu o apoio de Aldo Rebelo.

SAIBA MAIS
Mar de lama

Nas semanas que antecederam a eleição, Nuzman esteve no centro de polêmicas envolvendo o COB e o Comitê Organizador Rio’2016, presididos por ele
Roubo de arquivos
O Comitê Organizador de Londres’2012 acusou funcionários da Rio’2016 de download ilegal e reportaram o sumiço dos arquivos aos organizadores brasileiros. Os acusados trabalhavam em um programa de transferência de conhecimentos entre as cidades. Dez contratados da Rio’2016 foram demitidos por terem furtado os documentos, que seriam passados pelo Locog’2012 em reunião ainda neste ano.

Venda de ingressos
O ex-jogador de futebol e deputado federal Romário (PSB-RJ) revelou que o irlandês Patrick Hickey, membro da executiva do COI, estaria envolvido em esquema de desvios e superfaturamento de ingressos durante Londres’2012, e que ele teria ligação com o Comitê Organizador Rio’2016 para fazer o mesmo nos próximos Jogos. O COB negou. O parlamentar prometeu levar o caso à presidente Dilma Rousseff.

Invasão à CBDG
O presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), Eric Maleson, acusou o COB de invadir a sede da entidade e pegar documentos sem autorização. Ele
apresentou ainda documentação sobre empréstimo no valor de R$ 77 milhões do COB a um banco europeu, para cobrir déficit do Comitê Organizador Rio’2016, além de ligar a confederação a suposto favorecimento a uma empresa de contabilidade.

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