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MINEIRÃO 50 ANOS

Dias fenomenais de Ronaldo no Mineirão

Ronaldo é o atacante com a maior média de gols no estádio

postado em 27/08/2015 07:00 / atualizado em 27/08/2015 08:33

EM/D. A Press


A intenção do técnico Pinheiro em 25 de maio de 1993 era apenas escalar um time reserva para enfrentar a Caldense, em Poços de Caldas, pelo Campeonato Mineiro. O júnior Ronaldo foi chamado para compor o ataque com o também desconhecido Daniel e, pela primeira vez, entrou em campo como profissional. Na época, o craque de 16 anos disputava jogos pela manhã pela categoria juvenil e, à tarde, pelos juniores, tamanha sua habilidade.

Pouco mais de dois meses depois, Ronaldo foi levado pelo técnico Carlos Alberto Silva para uma excursão a Portugal com o time profissional do Cruzeiro. Voltou titular e nunca mais deixou a condição de artilheiro e craque do time. E foi assim por toda a carreira.

Não fosse a medicina avançada, talvez Ronaldo tivesse se aposentado precocemente. Aos 23 anos, o atacante já havia feito três cirurgias no joelho, frutos de lesões graves. Mesmo assim, acumulou números expressivos na carreira, como segundo maior artilheiro de todas as Copas, com 15 gols, e segundo maior goleador da Seleção (67 gols), atrás só de Pelé.

Mas o Fenômeno também está na história dos 50 anos do Mineirão. Ronaldo é simplesmente o atacante com a maior média de gols no estádio: 1,24 por partida. Foram 36 gols em 29 apresentações por Cruzeiro, Corinthians e Seleção Brasileira.

Pelo Cruzeiro, ele balançou as redes 32 vezes em 27 jogos, alguns deles inesquecíveis. Nesse especial ‘Mineirão 50 anos’, o Superesportes reuniu histórias, fotos e vídeos que ajudam a contar a passagem fenomenal desse craque pelo gramado do Gigante da Pampulha.

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Primeiro jogo


A estreia de Ronaldo no Mineirão ocorreu em 28 de julho de 1993, em um clássico contra o Atlético. A partida que decidiria o vice-campeão mineiro daquele ano tornou-se um mero amistoso. Ronaldo entrou no decorrer da partida no lugar de Tôto. O time celeste venceu por 2 a 1. Nesse primeiro jogo, ele teve atuação discreta, mas tudo mudaria dali em diante.

Gol incrível em Rodolfo Rodríguez

Talvez nenhum goleiro tenha sofrido tanto com Ronaldo como o uruguaio Rodolfo Rodríguez. Eles se encontraram em apenas duas ocasiões. O suficiente para tirar o bom humor do ex-camisa 1 do Bahia até os dias de hoje, quando abordado sobre o assunto.


O primeiro embate entre os dois ocorreu na Fonte Nova, em 1993. Aquela foi a estreia de Ronaldo pelo Campeonato Brasileiro. Ele marcou um gol na vitória por 3 a 1.

No jogo pelo returno do Nacional, no Mineirão, goleada celeste por 6 a 0. Ronaldo balançou as redes cinco vezes. Ele é o maior goleador do clube numa só partida do Campeonato Brasileiro – recorde igualado por Alex, em 2003.

EM/D. A Press


Um dos gols desse massacre sobre o clube baiano entrou para antologia do futebol. Após a defesa de um chute de Nonato, o goleiro Rodolfo Rodríguez soltou a bola para reclamar com a defesa. Esperto, Ronaldo aproveitou a bobeira, roubou a bola e marcou.

"Eu já estava encerrando a carreira. Já tinha mais de 20 anos de profissão. Do jogo no Mineirão, lembro que foi a única vez em que levei seis gols em uma partida", explica Rodolfo Rodríguez à reportagem.

No término do jogo, Ronaldo, surpreso com a forma insólita do gol, interpelou um repórter sobre o lance: “Gravou aquele ali? (referindo-se ao gol)”, disse sorrindo.

"Ele estava atrás e eu não o vi. Quando fui pegar a bola que estava no chão, ele já tinha feito o gol. Ronaldo era um atacante atento a tudo, não desistia dos lances", conta o ex-goleiro.



Gol de placa sobre o Boca Juniors

Outro momento inesquecível ocorreu na Copa Libertadores de 1994. Na vitória do Cruzeiro sobre o Boca Juniors, por 2 a 1, Ronaldo marcou um gol de placa. Ele pegou a bola no meio-campo e driblou três defensores, além do goleiro Navarro Montoya.



Drible desconcertante em Kanapkis

Na escola de grandes zagueiros do futebol uruguaio, Fernando Kanapkis tem destaque no início dos anos 90. Com a camisa do Nacional e da Celeste Olímpica, ele foi ídolo. Mas, com a camisa do Atlético, ele entrou negativamente para a história do Mineirão quando ficou frente a frente com Ronaldo, à época com 17 anos.

No clássico disputado no dia 6 de março de 1994, Ronaldo marcou os três gols da vitória por 3 a 1 da equipe celeste. Além disso, em um drible na lateral do gramado, cortou Kanapkis duas vezes, que chegou a cair no chão, na tentativa de parar o Fenômeno.



O lance ficou tão marcado que o uruguaio convive com esse fantasma até hoje. “Eu lembro porque, sempre que jogo meu nome na internet, aparece essa jogada, entre outras coisas. Foi uma jogada que eu realmente caí. Tentei me levantar o mais rapidamente possível... É o que eu falo sempre, os que não erram são aqueles que não fazem nada. Dentro da minha confiança, eu sempre tentei marcar bem. Eu também vejo muitos jogadores que não crescem e não são ninguém porque não arriscam. Eu caí no chão, aconteceu... Ele era muito rápido. Por mais que fosse novo, já era um craque”, afirmou ao Superesportes.

Kanapkis ressalta que marcar Ronaldo era uma tarefa árdua para qualquer defensor. “Ronaldo, no mano a mano, era impossível marcar. Ele podia sair pela direita ou pela esquerda. Não tinha como marcar. Era preciso muito cuidado na defesa. Era um grande jogador e também um ótimo ser humano. Me lembro que, depois de um clássico, nos encontramos em uma cervejaria, que tinha torcedores de Atlético e Cruzeiro. Ele me viu, me abraçou. Já sabia que seria um grande jogador e uma grande pessoa”.

Em 1994, o lance ficou marcado, já que Ronaldo ainda estava no começo da carreira e Kanapkis havia sido contratado como um zagueiro renomado do futebol sul-americano. O uruguaio era titular da sua seleção e, um ano antes, havia sido escolhido como o melhor da sua posição em todo o continente. O conceituado jornal “El País”, do Uruguai, colocou o defensor ao lado de outros craques como Valderrama, Rincón, Maradona e Muller na Seleção da América do Sul de 1993.

O encontro entre Kanapkis e Ronaldo em uma cervejaria da capital mineira foi o último entre os dois personagens do histórico clássico de 1994. “Essa foi a última vez que nos vimos. Mas sei que, uma vez, em um jornal, ele falou muito bem de mim”, afirma.

Apesar de jovem, Ronaldo já era conhecido no Brasil e também fora. Kanapkis nega que tenha sido surpreendido pela habilidade e velocidade do camisa 9. “Já tinha visto o Ronaldo atuar pela Supercopa contra o Nacional em 1993. Ele fez uma ótima partida e decidiu o jogo”.

Na memória do ex-zagueiro do Galo, Ronaldo ficou como um dos piores atacantes para se marcar, ao lado de outros craques. “Marcar Batistuta, da Argentina, era difícil. Era muito forte e goleador. Além dele, tem o Romário, Bebeto, Ronaldo e Medina Bello, que atuou no River Plate... São jogadores muito rápidos e fortes”, afirma.

Soraia Piva


Para Tostão, Ronaldo foi o maior do Cruzeiro

Para Tostão, o maior artilheiro e craque da história do Cruzeiro, Ronaldo foi o maior jogador que passou pelo clube devido à dimensão que atingiu durante a carreira, com as premiações, títulos e feitos que conquistou pela Seleção Brasileira.

“Ele foi, com certeza absoluta, o maior jogador que passou pelo Cruzeiro. Não é que ele tenha sido o maior jogador do Cruzeiro, pois ficou pouco tempo no clube, mas ele deixou sua marca como eu, o Dirceu Lopes e tantos outros. Realmente, ele foi um grande jogador”, disse ao Superesportes, em entrevista realizada em 2011.



Adeus e retorno como jogador


Por cerca de 6 milhões de dólares, Ronaldo foi negociado com o PSV, em 1994. Em 2004, voltou ao estádio com a Seleção Brasileira. Marcou os três gols da vitória sobre a Argentina, por 3 a 1, em partida válida pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006. Pelo Corinthians, Ronaldo marcou na vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, em 19 de julho de 2009.

Visita como cartola

Em 6 de março de 2013, Ronaldo esteve no Mineirão juntamente com a comitiva da Fifa que vistoriava as obras para a realização da Copa das Confederações e para a Copa do Mundo. Na ocasião, ele falou com carinho do estádio onde se projetou mundialmente.

“É uma honra voltar ao estádio que me fez viver grandes alegrias no início de carreira. Aqui fiz muitos gols pelo Cruzeiro. Pela Seleção fiz três gols contra a Argentina. Voltar aqui, com o estádio remodelado, é um privilégio. Estou, realmente, muito feliz de estar aqui. Adoro o povo mineiro, adoro Belo Horizonte. Aqui começou toda a história da minha carreira e é uma honra presenciar essa obra maravilhosa que foi realizada”, disse Ronaldo.

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