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MINEIRÃO 50 ANOS

Ídolo cruzeirense Zé Carlos foi destaque no Villa Nova aos 38 anos

Volante brilhou em jogo no Mineirão contra o Atlético, em 1983

postado em 24/09/2015 15:15 / atualizado em 09/12/2015 15:27

Estado de Minas - 05/06/1983

No atual Brasileiro, jogadores com mais de 40 anos estão mostrando do que são capazes. Rogério Ceni, do São Paulo, e Zé Roberto, do Palmeiras, por exemplo, têm brilhado em suas equipes. Nos anos 1980, jogador com mais de 30 anos era marginalizado e quando algum conseguia se destacar ganhava as manchetes dos jornais. Foi o caso do volante Zé Carlos, quando defendia o Villa Nova em 1983.

No empate por 1 a 1 com o Atlético, no Mineirão, em 23 de outubro, pela primeira rodada da fase final do Mineiro, ele foi o melhor jogador e, no domingo seguinte, ganhou uma página no Estado de Minas, com o título: “Zé Carlos: sempre brilhando em campo, como se o tempo não corresse lá fora”. “Aos 38 anos de idade, ele é um exemplo no futebol brasileiro”, definia o texto. “Zé Carlos continua o mesmo. Na aparência e no estilo fino e brilhante de seu futebol. Em sua carreira, feita só de sucesso, ele conseguiu mostrar uma vida de profissional correto, distante dos vícios, polêmicas, violência, desentendimentos.”

José Carlos Bernardo começou a carreira na base do Sport, de Juiz de Fora, sua cidade natal. Tentou a sorte no Fluminense, Botafogo e Flamengo, no Rio, mas acabou vingando quando veio para o Cruzeiro, em 1965. De início, jogou nos aspirantes e estreou no time principal em amistoso contra o Atlético (vitória por 2 a 0), na última partida do ano.
Credito: Arquivo EM. Brasil.


Nas temporadas seguintes, foi um 12º jogador da equipe. Em 1968, entrou no time com a contusão de Piazza e se firmou como titular até tornar-se o jogador que mais vestiu a camisa celeste: 619 vezes (83 gols), marca que só foi superada pelo goleiro Fábio este ano. Em 1978, Zé Carlos transferiu-se para o Guarani e foi campeão brasileiro, aos 33 anos. Passou também por Botafogo (1980), Bahia (1980), Maringá (1981), Blumenau (1981) e chegou ao Villa Nova em junho de 1982. Esteve no Uberaba no início do ano seguinte e voltou ao Leão do Bonfim, clube no qual encerrou a carreira em dezembro.

Dedicação e gosto

Para o volante, jogar aos 38 anos era algo natural: “Vou procurar provar que a idade pode ser superada com esforço, dedicação. Todos sabem que jogo porque gosto e com lealdade. Talvez isto seja o segredo”. Contra o Atlético, Zé Carlos, além de ter sido o melhor em campo, fez o gol do Villa, comandado por Ílton Chaves. Segundo o EM, o volante “ditou o ritmo do jogo, comandou o meio-campo, orientou seus jovens colegas, correu como um garoto e ainda fez um gol maravilhoso”, encobrindo o goleiro João Leite, que mereceu placa no estádio.

Em 1984, iniciou a carreira como treinador no Guarani de Campinas. E, em dezembro, teve seu jogo de despedida, no dia 22, no Mineirão, em que uma Seleção Mineira foi derrotada por uma seleção de paulistas e cariocas por 4 a 1.

Reportagem publicada no ESTADO DE MINAS em 25/10/2012

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