Rio 2016
  • Oferecimento:

OLIMPÍADA

Estrangeiros são só elogios à infraestrutura, hospitalidade e clima favorável em Minas

Se no Rio de Janeiro as reclamações são muitas, as delegações que escolheram cidades mineiras como base não têm tido do que reclamar

postado em 28/07/2016 11:00 / atualizado em 28/07/2016 14:17

EULER JÚNIOR / EM DA PRESS
Se no Rio de Janeiro as reclamações são muitas, as delegações que escolheram cidades mineiras como base não têm tido do que reclamar. Hospitalidade dos moradores, clima ameno e as boas condições para treinos são os pontos destacados pelos estrangeiros. Dentro dos centros de treinamento, estrutura de qualidade igual à dos espaços de competição olímpicos. Fora, um clima considerado amistoso, inclusive com temperatura próxima à que será vivenciada na capital fluminense.

Os 58 atletas britânicos que já estão em Belo Horizonte para se aclimatar fizeram o dever de casa cinco anos atrás, ao selecionar as instalações do Minas Tênis Clube e do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG como quartéis-generais. Agora, dispõem de estrutura que tem sido muito elogiada. Ao todo, 190 atletas de 17 modalidades passarão por BH.

“Trouxemos equipamentos de academia de primeira qualidade do nosso país e outros instrumentos de competição que serão exatamente aos usados nos Jogos. Tudo isso será doado para os espaços que nos receberam tão bem, como forma de legado”, disse o chefe da delegação britânica, Paul Ford.

Ao ser perguntado sobre como os atletas estão se sentindo na capital mineira (já que por enquanto os competidores estão orientados a não conceder entrevistas para não atrapalhar os treinos), o britânico faz um comparativo com sua própria experiência, uma vez que desde que BH foi escolhida ele já veio 18 vezes para a cidade. “Adoro vir aqui. Já me sinto um belo-horizontino. Nossos atletas encontraram foco e condições de treino, mas também receptividade dessas pessoas maravilhosas que fazem nossa estada muito mais fácil”, afirma Ford. “A única diferença dos atletas para mim é que eu posso comer pão de queijo e eles, por causa da dieta específica, só vão comer alimentos trazidos da Europa”, completa, aos risos.

RODRIGO CLEMENTE / EM DA PRESS
O chefe da delegação destacou também a importância do trabalhos dos voluntários, que têm ajudado pequenos grupos de atletas e comissão técnica a lidar com problemas de idioma e a encontrar locais de compras e lazer pela cidade em pequenos grupos. “As distâncias são grandes e sem essas pessoas teríamos muitas outras dificuldades”, disse.

Praticantes de esportes e sócios do Minas e do CTE já olham diferente para a movimentação dos atletas britânicos pelas instalações, chegando a fazer fila para ver os treinos que são em áreas contíguas. “Não é todo dia que a gente vê atletas de ponta mundiais treinando no mesmo lugar que a gente. Dá para pensar que temos a mesma condição”, disse a estudante Ana Maria Oliveira, de 14 anos, que treina vôlei e nada no CTE.

EM CASA Para a equipe de judô do Chile, a capital mineira se tornou uma segunda casa desde o início da preparação para os Jogos do Rio. O judoca Thomás Briceño, de 22, que competirá na categoria acima de 90kg, destaca a tranquilidade da cidade e boa estrutura dos clubes esportivos e academias: “O treino está sendo muito positivo. Na reta final para a competição, tudo tem que funcionar bem e as sensações são boas para o desafio que vem pela frente”.

O treinador dos chilenos, o espanhol Hector Nascimento, conhece bem BH e não teve dúvidas na hora de escolher a cidade como etapa para a preparação no Brasil: “Estivemos aqui em campeonatos internacionais de judô e conhecemos bem o Minas, que tem ótima estrutura. Conheço também toda a região, que tem lugares maravilhosos bem próximos, como a Serra do Cipó”.

Em Juiz de Fora, o que encantou os chineses foi a condição das instalações. Chen Ding, recordista mundial e medalhista de ouro da marcha atlética, viu também semelhanças com o povo de seu país: “Gostei muito da cidade e de seu povo, bastante hospitaleiro. Parece com o chinês. Mas o que mais me fascinou foi este espaço onde estamos treinando, dentro da universidade. Não esperava encontrar algo assim. A pista é um piso dos mais modernos. Além do mais, a temperatura é agradável. Sei que é mais frio que o Rio de Janeiro, mas é ideal para treinar.”

O egípcio Moneim, jogador da seleção de vôlei, enumera as vantagens encontradas na cidade da Zona da Mata: “Estou gostando muito daqui, primeiro porque temos um espaço dedicado somente para o vôlei e também para fazer musculação. É o que diria ser o lugar ideal. Além do mais, estou muito feliz com o povo de Juiz de Fora. São boas pessoas que querem, sempre, nos ajudar”.

Li Ling, atual campeã asiática no salto com vara, se diz fascinada com outro aspecto: “Estou encantada com Juiz de Fora, porque treinamos em meio à natureza. Tem pássaros voando nos campos e micos nas árvores”.

O EM VIU
Dessa água não beberei

Se por um lado os integrantes da delegação britânica aprovaram e só falam bem das instalações do Minas e do CTE, por outro, reprovaram a qualidade da água dos bebedouros, que é regularmente usada pelos competidores e funcionários locais. No CTE, edifício que recebeu R$ 40 milhões do governo do estado e R$ 5 milhões da universidade para se tornar um centro de excelência capaz de encher os olhos de qualquer atleta, os bebedouros, novos e modernos, são área proibida. O GB Team (Time Grã-Bretanha) afixou avisos em inglês alertando para que não se beba água dali, apenas de garrafas de água mineral. “Fazemos isso em todos os lugares onde passamos. Não é nada específico para Belo Horizonte ou o Brasil, é uma medida padrão”, minimizou Paul Ford, chefe da delegação. Está liberada apenas a água contida em geladeiras espalhadas pelos corredores, piscinas e academias, ou em grandes recipientes onde fica conservada com gelo.

Tags: delegações minas olimpiada

O anunciante aqui presente não possui relação com os Jogos Rio 2016 e é patrocinador exclusivo da cobertura editorial dos Diários Associados MG para o evento.