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RÉVER

Capitão América

postado em 25/07/2013 09:40 / atualizado em 25/07/2013 14:15

Coube ao capitão Réver a honra de erguer a taça de campeão da Libertadores, maior glória dos 105 anos do Atlético. Mas, antes de ser um dos protagonistas do título, ele passou por infância pobre e de incertezas profissionais. Em Ariranha (SP), chorou várias vezes ao deixar a família para treinar no Paulista, de Jundiaí. Distante da família e da primeira namorada, Réver quase abriu mão da carreira. No primeiro emprego, aos 14 anos, havia trabalhado em oficina de móveis e depois como servente de pedreiro, ao lado do tio. A mãe, Sônia Araújo, relembra a trajetória do jovem, que, sem dinheiro para comprar uma bola, deu os primeiros chutes numa bolinha de meia feita pela avó materna.

“Na infância, ele jogava nos campinhos de terra de Ariranha. Primeiro, fez teste no Mirassol. Após oito meses, não quis ficar. Em 2003, fez teste no Paulista e ficou. Todo fim de semana vinha passear e não queria voltar. Saía chorando. Por um ano, eu tive de insistir. Uma vez ele ficou três dias na casa da minha irmã, em Campinas. O diretor do Paulista me ligou e tive de inventar que o pai não estava passando bem e ele não queria sair de perto”, conta a mãe.

Réver Humberto Alves Araújo, de 28 anos, sempre teve o apoio dos pais, do irmão e da avó. Aos 17 anos, ingressou na base do Paulista como volante, mas devido à altura virou zagueiro. No primeiro ano, custou a se adaptar. “Ele ia desistir. Mas eu disse que se voltasse para casa teria de trabalhar na roça com o pai. Naquele dia, minhas palavras soaram como um soco do Mike Tyson. Ele mesmo admitiu isso em uma entrevista, quando estava no Grêmio”, revela dona Sônia.

Em uma das coincidências da bola, Réver reencontrou o goleiro Victor depois de atuarem no Paulista e no Grêmio. “Na base, meu filho ganhava R$ 300. Várias vezes Victor pagou a passagem para ele visitar a família em Ariranha. Meu filho, muito quieto, calado e tímido, se soltou depois dessa amizade. Em 2005, ganharam a Copa do Brasil. Depois, Réver começou a frequentar a igreja, ganhou aumento e financiou um carro. Posso dizer que a partir daí ele começou a tomar gosto.”

EXPERIÊNCIAS FORA O zagueiro atuou duas vezes no exterior. Em 2007, forçou a volta depois de seis meses emprestado ao Al-Wahda (Emirados Árabes). Para sair, aproveitou uma lesão no joelho e usou até cadeira de rodas. Compensou financeiramente, mas foi duro”, lembra a mãe.

Em 2010, o Grêmio o negociou ao Wolfsburg. Com pouco tempo, pediu para sair também. “Ele fez apenas dois jogos e estava chateado. Na época nasceu minha neta, Alícia. Fomos para a Alemanha lhe dar apoio. Corinthians, Palmeiras e Atlético se interessaram. Só o Galo pagou a multa.”

De acordo com dona Sônia, Réver é o único cidadão de Ariranha a defender a Seleção. Ontem, a mãe viu o capítulo final da volta por cima do filho. Na goleada por 6 a 1 para o Cruzeiro em 2011, Réver chegou em casa chateado: “Torcedores disseram que ele falhou. Ele só me disse que jogador não brilha todo dia, mas gostaria de dar a resposta em campo. Eu havia dito que ele ergueria a taça da Libertadores, e meu filho sempre mostrou confiança de que faria isso.”



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