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UM MOMENTO NA HISTÓRIA

Cadê a taça? O cãozinho achou

postado em 26/03/2015 08:29 / atualizado em 09/12/2015 16:30

AFP
Derretida em dezembro de 1983 depois de roubada da sede da CBF, no Rio de Janeiro, a Taça Jules Rimet já havia sido envolvida em outra ocorrência policial antes mesmo de sua posse passar a ser definitiva do Brasil, com o tricampeonato mundial no México’1970. Em março de 1966, o troféu desapareceu do Central Hall de Westminster, durante a Exposição Filatélica Nacional, em Londres. O roubo teria ocorrido entre as 11h e 12h de um domingo, 20 de março. E não deixou vestígio. O local ficava a 200 metros da Scotland Yard, e o próprio presidente do evento, Cecil Richardson, admitiu que o sistema de segurança não era muito rigoroso após o fechamento da exposição ao público. O ladrão teria passado pelas portas do fundo, mesmo fechadas com correntes e cadeados.

A taça, representando uma mulher alada, com 55 centímetros de altura e 3,25 kg, dos quais 1,8 kg de ouro, esculpida pelo francês Abel Lafleur em 1928, havia sido levada do Brasil, que a conquistara em 1962 no Chile, para Londres, diante da proximidade do Mundial da Inglaterra, em julho. O país britânico já havia visto dois troféus serem roubados e nunca recuperados: em 1895, a taça da Associação de Futebol da Inglaterra; em 1907, a Copa de Ouro de Ascot, prêmio de uma grande corrida hípica.

Várias hipóteses para o roubo foram levantadas: golpe publicitário, brincadeira de estudantes com interesses filantrópicos ou ato de um fanático inglês pelo futebol. Curiosamente, no mesmo Central Hall, havia coleções de selos bem mais valiosas. Recompensas foram oferecidas tanto pela companhia seguradora quanto pela presidência da Exposição Filatélica. A Scotland Yard logo iniciou investigações, mas a Fifa não demonstrava esperança de recuperar o objeto e anunciou que tomara medidas para a fabricação de outra peça, semelhante à roubada, para ser entregue ao capitão da seleção campeã mundial em 30 de julho, em Wembley.

FARO DO PEQUENO PICKLES
Muitos trotes foram passados às autoridades, e a Scotland Yard chegou a divulgar a descrição de um suspeito: “Um homem de cerca de 40 anos de idade, de rosto pálido, com cicatriz, lábios delgados e cabelos pretos, penteados para trás, visto na Igreja Central Metodista, pouco depois do desaparecimento do troféu”. A polícia inglesa, inclusive, apresentou um acusado do roubo: o operário Edward Betcheley, de 47 anos. Depois do seu interrogatório, as investigações se concentraram nos bairros do Sul de Londres.

Finalmente, em 27 de março, uma semana depois do roubo, a Jules Rimet foi recuperada, sem intervenção policial e de maneira prosaica. David Corbet, de 26 anos, passeava com seu cão pelo jardim de sua residência em Norwood, bairro do Sul londrino, e encontrou o troféu. Quem levou a fama foi o pequeno animal, de nome Pickles, que teria farejado a peça e, por isso, se tornou herói nacional, recebendo a medalha da Liga Nacional de Defesa Canina, enquanto o dono ficava com a recompensa de 5 mil libras. Mas até hoje há quem duvide da história: teria sido armação das autoridades britânicas para minimizar o impacto do vexame; e nova taça teria sido confeccionada e plantada no jardim para ser encontrada.

Em 30 de julho, Bobby Moore, o capitão do English Team, erguia orgulhosamente o troféu.

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