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CAMPEONATO MINEIRO

Bozzano descarta pedido do Atlético de afastar árbitro e avalia lance polêmico

Presidente da comissão de arbitragem garantiu sequência de Ricardo Marques

postado em 28/03/2017 14:10 / atualizado em 28/03/2017 14:40

Beto Magalhaes/EM/D.A Press


Em entrevista ao Superesportes, o presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF), Giuliano Bozzano, descartou afastar o árbitro Ricardo Marques Ribeiro do Campeonato Mineiro. O pedido de exclusão do juiz dos jogos do Estadual foi feito pelo Atlético, questionando, sobretudo, a atuação de Ribeiro na partida entre Cruzeiro e Uberlândia (2 a 2), nessa segunda-feira, no Parque do Sabiá.

“Todo clube na Federação tem o direito de enviar ofícios. E temos a obrigação de analisar todos os ofícios com a seriedade que eles merecem. Mas, neste caso, não vejo como aplicar uma punição tão severa. A punição que o Atlético quer só acontece em casos gravíssimos.  Segundo a análise técnica da Comissão de Arbitragem,  o comportamento do árbitro Ricardo Marques no Campeonato Mineiro não sustenta uma punição deste porte. Logo, a posição da Comissão é de dar continuidade às escalas com a presença dele”, destaca Bozzano.

Ricardo Marques teve atuação contestada em jogo no Parque do Sabiá, nessa segunda. Ele marcou um pênalti duvidoso a favor do Cruzeiro. Aos 45 minutos do primeiro tempo, o árbitro assinalou penalidade do lateral-esquerdo Rogério em Ábila e causou revolta nos jogadores do Uberlândia. Eles argumentaram que o argentino teria se jogado depois de um choque na grande área. Sobis cobrou e empatou o jogo por 1 a 1. O placar final foi 2 a 2.

Para Bozzano, as imagens de TV não esclarecem o lance.  “É um lance bem difícil, no qual a TV não esclarece a situação; ou seja, a imagem não é definitiva, não dá para cravar nem para não cravar. Quando o lance não é definido pela TV, a comissão confia no árbitro”, afirmou Bozzano.

Mesmo com toda a reação do Atlético, o árbitro Ricardo Marques não ficará fora, por ora, nem de jogos do clube alvinegro, garante Bozzano. “Num primeiro momento, ele (Ricardo Marques) não se encontra descartado, não. Ele foi árbitro do clássico (Atlético 4 x 1 América, pela 4ª rodada), teve uma boa atuação e a cada rodada vai ser analisado. A escala de arbitragem leva em conta o ambiente de trabalho, é uma das variáveis, além das condições técnicas. Neste momento, ele tem condição de atuar em qualquer jogo. Por ser uma escolha pessoal, ele não atua nos clássicos”, disse Bozzano.

Segundo a diretoria de comunicação do Cruzeiro, o clube não se manifestará sobre o pedido de veto feito pelo Atlético ao árbitro Ricardo Marques Ribeiro.

Alegação do Atlético

O diretor jurídico do Atlético, Lásaro Cândido, explicou com detalhes o questionamento ao árbitro. “O histórico do senhor Ricardo Marques Ribeiro foi rememorado ontem (segunda-feira). Ele tem um histórico de jogos que envolve o Cruzeiro. Ontem (segunda), ele cometeu erros clássicos, especialmente na marcação de um pênalti absolutamente inexistente, fora outros erros. Em face a essa atuação, nós requeremos o afastamento dele do Campeonato Mineiro. A comissão, sei lá, vai passar para ele um aperfeiçoamento, uma reciclagem, o que for. Mas ele não tem condição de apitar neste momento, especialmente jogos que envolvem o Cruzeiro”, disse Cândido, em contato com o Superesportes.

Histórico de conflitos com o Atlético

Ricardo Marques tem um histórico de conflitos com dirigentes atleticanos. Em 2008, o então presidente do clube, Ziza Valadares, criticou duramente o árbitro e solicitou a exclusão dele de jogos do Galo. Na ocasião, Marques arbitrou uma partida entre Atlético e Villa Nova, na qual, segundo os atleticanos, distribuiu vários cartões amarelos, além de expulsar o lateral-esquerdo Agustín Viana.

Em 2009, o então presidente do Atlético e hoje prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, pediu a retirada do árbitro de torneios “dos quais participem o Clube Atlético Mineiro e/ou o Cruzeiro Esporte Clube” em carta enviada à CBF.

A justificativa era a de que Ricardo Marques era funcionário de um conselheiro do Cruzeiro, o juiz Wanderley Salgado de Paiva. A CBF não atendeu ao pedido de Kalil, que continuou criticando o árbitro, até que, em 2010, conseguiu o afastamento dele de jogos do Galo.

Ricardo Marques ficou seis anos sem apitar jogos do Atlético. Ele voltou a mediar partidas do clube alvinegro em duelo contra o Tombense, pela sexta rodada do Campeonato Mineiro de 2016.

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