América
None

DA ARQUIBANCADA

Coelhão de Munique

Os torcedores têm certeza de que há na base pepitas de ouro merecendo ser garimpadas e mostradas no time de cima

postado em 25/07/2014 09:00

Paulo Vilara /Estado de Minas

Foi com qualidade de futebol alemão que o América jogou o primeiro tempo contra o Oeste e o derrotou por 3 a 0. Espetacular o Coelhão de Munique. Se jogasse todas assim, encantaria não apenas americanos, mas também cruzeirenses, atleticanos, o Dunga, a Branca de Neve e os manda-chuvas retrógrados da CBF. Certas coisas são inegáveis, capazes de convencer até mesmo aqueles nascidos com a inteligência do bem prejudicada. Nesse caso, apesar dos pesares, há aí uma lição: conviver com os diferentes torna-se valioso aprendizado.

Tchô e Mancini provaram mais uma vez que o meio-campo com dois meias fica criativo, ofensivo e funciona melhor do que com três volantes. É claro que em alguns jogos ou em momentos desses jogos defender talvez venha a ser o melhor negócio, e aí o trio de volantes será útil: os esquemas existem para ser postos em prática, de acordo com os adversários e com os objetivos de conquistas do América.

No segundo tempo, infelizmente, o Coelhão fez as malas e partiu de Munique e da Alemanha, passou a jogar no estilo grego ou belga, do tipo toca aqui, toca ali, toca lá e nada se resolve, mas, como o placar já estava construído e a vitória garantida, o time apenas administrou a passagem dos 45 minutos, mais os acréscimos. Aproveitando a oportunidade, Moacir Júnior se aproximou do gosto da torcida e colocou Júnior Lemos em campo. O jovem atleta, que veio da nossa base e fez excelente Campeonato Mineiro pelo Nacional, provou estar pronto para atuar como titular e ajudar o América a subir para a Série A.

Dessa maneira, contando com a partida de hoje à noite contra o América-RN, a competição terá 26 rodadas e a turma do banco, 26 oportunidades para ser escalada pelo treinador e mostrar a ele o que sabe. A ele e aos diretores, pois os torcedores têm certeza de que há na base pepitas de ouro merecendo ser garimpadas e mostradas no time de cima. Aqui, da arquibancada, começo a acreditar que Lucas Silva e Rubens também terão vez na bateia da equipe principal. Ufa, parece que está chegando a hora, rapaziada! Aleluia!

Que dificuldade!

A ascensão de Matheus provou o quanto é difícil aos atletas da base ser aproveitados no time principal do América. Foi preciso que Neneca desse incríveis e inacreditáveis voadoras em atacantes adversários; que fizesse pênaltis absolutamente desnecessários; que engolisse frangos com mão de alface, que nos roubaram pontos preciosos no Mineiro e na Série B’2013; para que, só assim, o jovem Matheus assumisse a camisa 1.

Matheus já é passado. Agora, Carlos Renato, Júnior Lemos, China, Rubens e muitos mais sofrem a mesma dificuldade. Lucas Silva não é da nossa base, mas também é jovem, talentoso e pouco aproveitado. Júnior Lemos ganhou chance contra o Oeste, mas os torcedores querem mais, Moacir Júnior.

P.S.: Estarei em férias nos próximos 30 dias. Voltarei a esta coluna em 29/8. Até lá, espero que o América tenha chegado à liderança. Vamos subir, Coelho!

Tags: americamg