América
None

DA ARQUIBANCADA

Acredita na base, Givanildo!

"É hora de amarrar o calção, lustrar as chuteiras e enfiar bolas nas redes do Tombense, do Democrata e de quem mais vier por aí, seja Galo, Raposa ou Veterana"

postado em 27/03/2015 12:00 / atualizado em 27/03/2015 08:16

MARCOS MICHELIN / EM DA PRESS
Positivas ou negativas, são várias as probabilidades do América nas últimas rodadas da fase classificatória do Campeonato Mineiro. Pode vencer ambas as partidas e se classificar para o quadrangular decisivo ou perder as duas e não se classificar; pode empatar os dois jogos e ficar de fora ou empatar um, vencer o outro e seguir adiante na disputa pelo título de campeão.

Animado, o torcedor já se vê com a faixa no peito e quer que o time tenha nos gramados o desempenho ideal: duas vitórias agora, duas nas semifinais e mais duas nas finais. Ele faz as contas e percebe que a glória está próxima, faltam apenas seis jogos para o Coelhão chegar lá. É hora de amarrar o calção, lustrar as chuteiras e enfiar bolas nas redes do Tombense, do Democrata e de quem mais vier por aí, seja Galo, Raposa ou Veterana.

Porém, caso o sonho não se realize, é necessário que torcedores, dirigentes e treinador mantenham o equilíbrio e façam a viagem de volta ao começo da temporada. O que foi pensado e dito lá atrás? Este ano, dirigentes e o treinador Givanildo Oliveira prometeram escalar jogadores da base no time titular, e torcedores compreenderam que o Campeonato Mineiro deveria ser encarado como uma extensão, por três meses, da curta pré-temporada de treinamento do grupo de atletas. Portanto, torcedores, treinador e diretores têm a obrigação de continuar apoiando os meninos da base, independentemente do que vier a acontecer neste domingo e na sequência da competição.

Patrick e Bryan, revelados no América, já são rodados e experientes, mas Dopô, Renatinho, Sávio e Rubens, garotos da base pela primeira vez aproveitados no time principal, provaram que merecem amadurecer sua técnica em campo e brilhar na carreira de futebolistas profissionais. Dopô teve pequena chance (jogou poucos minutos) e a aproveitou bem. Merece mais. Renatinho, Sávio e Rubens deram maior movimentação, criatividade e qualidade ao meio-campo e ao ataque americano. Devem continuar entre os 11 titulares. Mas há mais pepitas de ouro à espera de oportunidades: Messias e Xavier, por exemplo.

Contra o Cruzeiro faltaram os gols, mas o América jogou melhor, houve empenho de todos e muitos lances foram criados, incluída aquela linda bola na trave chutada por Sávio – à maneira de Philippe Coutinho no Campeonato Inglês. E, ao contrário do que alguns disseram (até na TV), Rubens não “perdeu o gol”, a bola é que chegou meio metro distante de onde ele estava. Se a redondinha tivesse vindo no jeito, certamente Rubens teria feito como fez duas vezes contra o Mamoré – e um dos tentos foi considerado o golaço da rodada. O garoto tem futebol de primeira e sua altura deveria ser mais bem explorada nos treinos e nos jogos, com cruzamentos na medida para ele cabecear.

Givanildo não é bobo e sabe que essa mistura de jogadores experientes com atletas jovens tem tudo para dar bons resultados. Até agora, tem dado: o América perdeu apenas uma partida em 2015. Assim sendo, é possível afirmar: acreditar na base é bom.

Tags: givanildo jogadores jovens base americamg américa americamg Paulo Vilara