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DA ARQUIBANCADA

O Coelhão tem de vencer

Ao empatar com o Goiás no Independência, o América começou em dívida consigo mesmo e com a torcida

postado em 26/05/2017 12:00 / atualizado em 26/05/2017 10:13

América/Divulgação
Disse aqui algumas vezes e repito: é muito mais fácil o América permanecer na Série A do que subir da B para a Primeirona. Um cálculo matemático simples prova isso sem maiores elucubrações mentais. Tanto na A quanto na B, são 20 os clubes participantes: 1) Na disputa da Série A, o Coelho tem de, necessariamente, ser melhor do que ao menos quatro de seus concorrentes, ou seja, 20% deles, para ficar na chamada elite do futebol brasileiro; 2) Já para subir da Segunda para a Primeira, como apenas quatro clubes se classificam, o Coelhão terá de obrigatoriamente ficar à frente de 16 de seus adversários, ou seja, 80% deles. É quatro vezes mais difícil. Justamente por isso é que critiquei os dirigentes em 2011 e também no ano passado. Ambas as diretorias deixaram de fazer os investimentos necessários para montar equipes de qualidade que garantissem a permanência do clube na Série A.

Em toda e qualquer competição pode ocorrer de um time chegar invicto ao final dela, sem perder nenhuma partida, mas também sem vencer, apenas empatar. O Brasileirão tem 38 rodadas: se empatar todas, o América será um invencível que conquistou 38 pontos, mas que não estará entre os quatro primeiros. Invencibilidade à toa. Pior: com 38 pontos correrá o risco de ser rebaixado à Série C. Portanto, empatar, somar um pontinho aqui e outro ali pode ser bom em determinadas circunstâncias, mas não deve ser um objetivo da equipe semana a semana. Em 1971, o América foi campeão mineiro invicto, com 38 pontos (que coincidência!), mas teve 16 vitórias, 6 empates e nenhuma derrota (naquela época, a vitória valia dois pontos). Jair Bala foi o artilheiro, com 14 gols – um deles de bicicleta: show!

Contudo, sejamos realistas: ficar invicto no Brasileirão é quase impossível. O Coelhão tem de tentar cumprir ao menos aquele clichê que treinadores e jogadores entrevistados repetem ano a ano: “Temos de vencer todas em casa e beliscar uns pontinhos fora”. É clichê, mas tem substância. É só fazer a conta: 19 jogos em casa x 3 pontos cada = 57 pontos. Para terminar o campeonato no G-4, o time tem de conquistar 65 pontos ou mais. Logo, se vencer todas em casa, terá de somar apenas de 8 a 10 pontos nas 19 partidas fora (outros 57 pontos em disputa) para subir para a Primeirona.

No entanto, ao empatar com o Goiás no Independência, o América começou em dívida consigo mesmo e com a torcida. Sem falar naquele empate vexaminoso com o Náutico, um time em completa turbulência interna, com salários atrasados há meses e que na semana do jogo perdera o treinador e cinco de seus titulares: entrou em campo com um treinador recém-contratado, que desconhecia o elenco, e com meia dúzia de garotos da base. Um time esfacelado, que nunca tinha jogado junto, e o Coelho foi incapaz de derrotá-lo e assegurar seus primeiros três pontos. Resultado desastroso para quem tem a pretensão de ascender à Série A.

Hoje, não tem outra: o América tem de derrotar o Criciúma e somar três pontos na tabela de classificação.

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