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COLUNA DO JAECI

Na cola dos líderes, mesmo com futebol pobre!

O importante para o torcedor alvinegro, porém, é que seu time venceu o líder, somou três pontos e encostou nos ponteiros

postado em 25/07/2016 12:00 / atualizado em 25/07/2016 08:19

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO
Primeira vitória fora de casa, na décima sexta rodada do Brasileirão. É muito pouco para quem pensa em título, mas derrubar o líder da competição é ótimo. Não que o Atlético tenha feito grande partida, longe disso, como também não fez o Palmeiras. Foi um jogo aquém do que esperavam os torcedores, muito truncado no meio, com poucas opções de gols. Mas Leandro Donizete, aquele leão de guarda, acabou sendo premiado com o gol, em passe de Robinho. Se tem alguém que merece comemorar é Donizete, barrado pelo atual técnico, assim que chegou, mas que logo percebeu que sem ele o Galo é vulnerável na defesa. Mas os técnicos da atualidade são soberbos, acham que sabem tudo, mesmo que sua equipe não mostre muita coisa. Tenho informações de que o presidente Daniel Nepomuceno não está satisfeito com o que o Atlético apresenta até aqui, mesmo vencendo ontem, pois deu o que os técnicos pediram e a resposta tem sido um time burocrático, sem inspiração, sem esquema e padrão de jogo, mas, como o campeonato é fraco, tecnicamente, qualquer um pode chegar ao título, embora o Atlético tenha grupo e time cantados em verso e prosa.

O Palmeiras, com 32 pontos e líder, pode chegar no máximo a 41 pontos, se vencer os três próximos jogos. Pontuação pequena para um provável campeão. Lembro-me do próprio Galo, em segundo lugar, com Cuca, em 2013, fechando o turno com 42 pontos. Vejam como o nível técnico cai a cada ano. O Flamengo, em 2009, foi o campeão com a menor pontuação, 67 pontos. Acho que esse ano será um repeteco, pois o nível da competição é baixíssimo. Não temos uma equipe referência, um craque da competição, um técnico que a gente olhe e diga: esse cara conhece muito. É uma pena que o Brasileirão tenha virado isso e o futebol brasileiro esteja na lama. E não venham me dizer que a coisa vai mudar, caso conquistemos a inédita medalha de ouro. Temos time para isso e os adversários estão vindo sem nenhum jogador de expressão. Não vai mudar nada ganharmos o ouro olímpico, pois a Seleção principal agoniza, com a possibilidade de não ir ao Mundial da Rússia.

Voltando ao Galo, tem adversário fraquíssimo em casa, o Santa Cruz, e deverá chegar aos 29 pontos, ficando no bolo dos que querem a taça. Porém, no returno, as “galinhas mortas” que pegou em casa no turno, serão adversários em seus territórios e a coisa poderá complicar. Estamos fechando o turno e até aqui o Atlético conseguiu uma única vitória fora de casa, o que é pouco para quem pensa em ser campeão. Não vi evolução, mesmo com a vitória de ontem. O time esteve perdido em alguns momentos, sem jogadas, sem qualidade. Mas o Palmeiras também nada mostrou. Dirão que Gabriel Jesus fez falta. Claro que fez. No meio de tantos medíocres, um cara que tem talento, desejado pelos principais times europeus, faz falta sim. Porém, o Palmeiras não é só ele e deixou a desejar, com futebol burocrático, assim como o Galo. Faltando três rodadas para o fim do turno, a competição mostra cada vez mais times ruins, técnicos enganadores, jogadores de baixo nível. Essa é a nossa triste realidade. Quem jogou bola nas décadas de 1960, 1970 e 1980 sabe muito bem do que estou falando, inclusive, alguns técnicos que atuaram naquelas épocas e eram craques. É lamentável que não consigam impor o que faziam em campo com as equipes que dirigem.

O importante para o torcedor alvinegro, porém, é que seu time venceu o líder, somou três pontos e encostou nos ponteiros. Ele não quer saber se o time jogou mal ou se não tem esquema de jogo. Quer é zoar e comemorar. Poucos são aqueles que têm preocupações maiores, que enxergam o jogo e que sabem que a equipe, embora forte no papel, é frágil quando entra em campo. Não há uma jogada ensaiada, uma tabela, um padrão tático. Vive de uma jogada genial, como a tabela, Fred-Robinho, que resultou no passe para Donizete marcar. O Atlético não ganha o título brasileiro há 45 anos. Isso incomoda sua gente. Não adianta Nepomuceno fazer gestão honesta e competente se a taça não vier. O torcedor não quer time organizado, contas em dia ou coisa parecida. Quer a taça e nada mais. Qualquer esforço para ganhar, se não ganhar, não é considerado válido, sem contar que o Atlético é dos clubes que mais devem no país. Somente o título poderá pagar a conta. Assim é o futebol brasileiro, um mundo de ilusão, onde técnicos enganadores e ex-jogadores em atividade são protagonistas do espetáculo. Por isso, estamos na lama, correndo riscos de não irmos ao Mundial da Rússia.

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