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COLUNA DO JAECI

É mais fácil culpar o árbitro do que assumir o fracasso!

O Atlético tem complexo de perseguição, de que todos estão contra ele, de que os árbitros não o deixam ganhar

postado em 19/10/2016 12:00

EM DA PRESS
Os árbitros são os vilões e servem de desculpas para o fracasso das grandes equipes no Campeonato Brasileiro. O Fluminense conseguiu junto ao STJD e à CBF suspender os pontos ganhos pelo Flamengo por causa da lambança que o péssimo juiz Sandro Meira Ricci fez no jogo da semana passada. O presidente do Figueirense reclama de pênalti não marcado em seu atacante e do que não foi, mas o árbitro confirmou a favor do Palmeiras. O Atlético Mineiro reclama de gol, em ajeitada com a mão, do Botafogo; de possível pênalti em bola que bateu na mão do zagueiro do time carioca e de falta na jogada que originou o escanteio para o terceiro gol do Bota. Que houve erros, não há dúvida. Que os árbitros erram contra e a favor de todos, também não podemos deixar de admitir. Mas há equipes que se sentem perseguidas há décadas. É o caso do Galo que, todo ano, pelos seus fracassos e derrotas, põe a culpa nos juízes.

Pelo amor de Deus! Chega de tanta desculpa. Não vejo nesta competição um árbitro venal, que queira prejudicar uma equipe de forma deliberada. Talvez Sandro Meira Ricci, pelo que fez com o Cruzeiro em 2011, seja o pior. Os demais são ruins mesmo – mal preparados fisicamente, têm medo de marcar o que veem, mas não acredito que estejam levando grana de clubes. Até acho que arbitragem tendeu um pouco mais para o Palmeiras, porém, nada tão acintoso. Errou porque é ruim. E todos erram. Nos últimos tempos, o melhor árbitro do país era Paulo César de Oliveira, Mas ele parou e hoje é comentarista. Dessa forma, não vejo ninguém que se aproxime da capacidade e isenção que ele tinha. Talvez seu irmão, Luiz Flávio de Oliveira, e o Daronco.

O Atlético tem complexo de perseguição, de que todos estão contra ele, de que os árbitros não o deixam ganhar. Outro dia uma TV mostrou que no jogo do turno, contra o próprio Botafogo, o árbitro deixou de marcar um pênalti claro num toque de mão do zagueiro do Galo e deu um impedimento vergonhoso quando o atacante botafoguense ia sair na cara de Victor. Viram como eles erram contra e a favor? Depois daquele jogo no Serra Dourada, em 1981, os atleticanos acharam a desculpa perfeita para resolver as derrotas e falta de títulos: os árbitros. José Roberto Wright fez uma lambança naquela partida, prejudicando o alvinegro, mas daí a dizer que de lá para cá todos prejudicaram só o Atlético não é justo. É desculpa de mau perdedor.

Quando uma equipe tem grandes jogadores e é competente, passa por cima dos erros dos árbitros e vence. O Atlético não teve competência para vencer o Botafogo, mesmo com os erros do juiz.

Tenho visto os presidentes dos clubes se digladiando em entrevistas cômicas e descabidas. Um chamou o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, de “menino mimado e dono da bola”. Daniel Nepomuceno, do Atlético, vai se queixar na CBF. Bandeira de Melo, do Flamengo, também se excedeu. Como torcedores, sempre buscamos desculpas, culpando A ou B. Mas os dirigentes não devem fazer isso.

É mais fácil culpar o árbitro, mas quando eles são favorecidos, ficam quietinhos. Pau que dá em Chico, no caso deles, não dá em Francisco. Se o erro da arbitragem é a favor, calam-se, e segue o jogo. Se é contra, abrem as turbinas e vão para os microfones espernear. É muito feio. Seria melhor os dirigentes dizerem que contrataram jogadores velhos e que não dão mais caldo, que os técnicos não eram os melhores. Mas é mais fácil culpar alguém, e não há nada melhor do que usar a emoção do torcedor para iludi-lo por mais uma temporada sem a taça.

Dos grandes clubes brasileiros, o Atlético Mineiro é o único que não ganha a competição mais importante do país desde a década de 1970. O Internacional também não, porém, foi tricampeão em 1975/1976 e 1979. Depois do Galo, Guarani, Bahia e Atlético-PR, equipes intermediárias, já levantaram o caneco e o time mineiro não. São 45 anos de esperança e no fim nada. O time começa bem, faz boa campanha, perde o gás e no fim a culpa recai sempre sobre a arbitragem. Exceto Edílson Pereira, pego manipulando e vendendo resultados, não conheço outro árbitro do passado ou atual que tenha se vendido. Hoje são 40 câmeras mostrando todos os detalhes, e os árbitros têm frações de segundos para decidir. Portanto, sugiro que eles sejam profissionalizados, bem treinados e bem pagos, para que a qualidade melhore. E mesmo assim, os erros não serão dizimados, pois errar é humano, e os árbitros não estão fora dessa máxima.

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