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COLUNA DO JAECI

Para apagar o vexame de 2014

Se com Dunga, aquele pseudotreinador, as dúvidas eram muitas, com Tite a certeza veio com um futebol de primeira

postado em 29/03/2017 09:08

A Seleção Brasileira conseguiu sua oitava vitória, consecutiva, nas Eliminatórias Sul-Americanas ao golear o Paraguai por 3 a 0, gols de Philippe Coutinho, Neymar e Marcelo, ontem, na arena da vergonha, em Itaquera, garantindo-se na Copa da Rússia’2018, com 33 pontos. Se com Dunga, aquele pseudotreinador, as dúvidas eram muitas, com Tite a certeza veio com um futebol de primeira, coletivo, em que até Neymar passou a ser mais um, e não apenas o único. A lamentar, a entrada do fracassado Thiago Silva no segundo tempo, na vaga de Marquinhos, que teria sentido fisgada na coxa, mas que nem sequer pôs gelo no intervalo. Thiago já entregou o Brasil em várias oportunidades. Outro que nos entregou, e feio, nos 7 a 1, e virou ídolo de repente chama-se Paulinho. O brasileiro tem mesmo memória curta, tanto na política, elegendo bandidos, como no futebol, dando chance a quem participou do maior vexame do esporte mundial.

O trabalho de Tite é impecável. Resgatou o orgulho do torcedor, deu conjunto e qualidade ao time e um esquema tático bem definido. Porém, peca nessas situações, pois temos volantes bem mais qualificados que Paulinho e zagueiros infinitamente superiores a Thiago Silva. Verdade seja dita: todo treinador tem suas preferências e, como a filosofia mudou e o time só ganha, não existe cobrança. Só espero que na hora da verdade, no Mundial, eles continuem jogando com a mesma qualidade e vontade de agora. É lá que a gente separa homens de meninos.

O importante, entretanto, neste momento, é dizer que garantimos vaga na Copa e vamos manter a tradição de ter participado de todas as edições. Se o Brasil vai ganhar ou não, é outra história, mas que está no caminho certo, ah, isso está.


Discussão inútil



Neymar é novamente capitão da Seleção Brasileira. Neymar volta a dar entrevista, depois de 244 dias sem falar com a imprensa. Neymar pode alcançar Pelé no número de gols marcados pela Seleção Brasileira. Neymar já se iguala a Messi e Cristiano Ronaldo. Quanta notícia sobre Neymar! Discordo completamente em vários aspectos. Primeiro, não vejo em Neymar um líder da Seleção Brasileira. Dizer que ele é o melhor jogador da equipe tudo bem, mas daí a dar a faixa de capitão a um jogador que ainda considero imaturo, acho um erro. Essa bobagem de número de gols marcados pela Seleção Brasileira não traduz a realidade dos fatos. Quando Pelé atingiu a marca histórica de 95 gols, a Seleção jogava pouco e só contra adversários qualificados. Nos tempos atuais, o time brasileiro faz vários amistosos contra equipes de qualidade duvidosa, e aí qualquer jogador vai fazendo gols e construindo excelente média. Portanto, é injusto comparar os gols de Neymar aos de Pelé. Ou Rooney ao lendário Bobby Charlton, e por aí afora.

Detesto matemática e números no futebol. Gosto do romantismo, do gol antológico, dos dribles e passes geniais. Porém, de uns tempos para cá, a matemática invadiu os gramados como se fosse o futebol uma ciência exata. Gosto muito de Neymar e o considero craque, mas ainda o vejo muito distante de Messi e Cristiano Ronaldo. O argentino e o português são protagonistas por onde passam. São responsáveis diretos pelas conquistas de várias Ligas dos Campeões. Neymar também venceu com o Barça, mas como coadjuvante.

Mantenho minha tese de que ele precisa ser protagonista em um time europeu para se consagrar definitivamente. No Barcelona, viverá a carreira toda à sombra de Messi. Neymar tem 52 gols, com o que marcou ontem, em 76 jogos pela Seleção Brasileira. Vocês, que gostam de números, peguem os jogos em que ele marcou e verão que a maioria foi contra equipes de qualidade duvidosa. Isso não é demérito, mas uma constatação. Pelé marcava contra Alemanha, Argentina, Uruguai, Itália, França, Portugal e por aí afora.

Acho uma discussão boba e inútil. Deixem Neymar ser feliz, sem comparação. Ele é craque, está provado, mas precisa sair do Barça para ser o melhor do mundo no Paris Saint-Germain, no Manchester City, no United ou em qualquer outro grande clube do mundo. O que não pode e não deve é viver como coadjuvante de Messi a carreira toda.

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