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Alberto Simão confirma conversas com América, mas diz discordar de planejamento para 2015

Ex-dirigente do Tupi pode assumir cargo administrativo no Coelho no ano que vem

postado em 16/12/2014 19:09 / atualizado em 16/12/2014 21:19

Rafael Arruda /Superesportes


O América pretende reforçar não apenas seu elenco profissional. A parte administrativa também é prioridade para 2015. Ex-dirigente do Tupi, Alberto Simão foi procurado por integrantes do conselho de administração. A princípio, não houve acerto entre Simão e Coelho. Os motivos: as saídas dos presidentes Marcus Salum e Olimpio Naves e a discordância de ideias quanto ao planejamento do clube no ano que vem.

“Não concordei com o planejamento que foi traçado. Duas pessoas muito importantes para o América estão saindo. Olimpio Naves, uma pessoa muito sensata que coordenava o patrimônio do clube, e Marcus Salum, para bater na mesa e tomar frente no futebol. O América vai perder bastante sem essas duas pessoas experientes. Então, a princípio, fica para uma próxima”, diz Alberto Simão, em entrevista ao Superesportes.

Uma das necessidades apontadas pelo ex-diretor do Tupi é a integração das categorias de base no Lanna Drumond, que atualmente tem apenas três campos oficiais. Os times sub-15 e sub-17 treinam no CT de Santa Luzia, que deve ser desativado nos próximos anos, conforme indicou Olimpio Naves, ainda diretor de patrimônio, em recente entrevista ao Superesportes sobre o Planeta América (leia aqui). Alberto também criticou o fato de o clube ter demorado a marcar as eleições, o que acabou atrasando as renovações de contrato de jogadores. Com isso, o Coelho deve ficar sem grande parte do grupo titular que, dentro de campo, somou 67 pontos na Série B – perdeu seis pela escalação irregular do lateral-esquerdo Eduardo.


Simão relembrou a passagem pelo América, há quase 10 anos, quando trabalhou em parceria com Alexandre Mattos, que recentemente deixou o Cruzeiro. “Já estive no clube antes. Alexandre e eu fazíamos dupla no futebol. Mudamos a estrutura do departamento profissional, reinventamos o clube. Criamos fisioterapia, sala de musculação. Antigamente não tinha. Montei também um sócio-torcedor na época da Taça Minas Gerais. Tenho portas abertas com funcionários, com conselheiros, com a torcida. Mas não posso simplesmente aceitar um trabalho por aceitar. Tenho minhas ambições”.

Desejo de ficar em BH

Alberto Simão deixa bem claro que não substituiria Alexandre Faria, superintendente geral, e nem Flávio Lopes, gerente de futebol. “Eu seria um terceiro integrante na parte de futebol, de gestão. O Alexandre continuaria na função dele, como superintendente geral, e o Flávio fazendo o trabalho de campo junto à comissão técnica”, observa.

O desejo do executivo, porém, é permanecer em Belo Horizonte. Por isso, deixa as conversas com o América em aberto. “Coloquei o que eu pensava e vou deixar na mão dos conselheiros. Há gente nova entrando, casos do Euler, do Batista, do Paulo Brant. É meu projeto é ficar aqui em BH”, declara.

Questionado sobre um possível contato do Cruzeiro, que perdeu o diretor Alexandre Mattos, Alberto explicou. “Ninguém do clube me apresentou nada. Foi apenas coisa de conselheiro mesmo e algumas conversas nesse sentido. Tenho propostas de equipes de São Paulo, mas pretendo continuar em Belo Horizonte”, frisa.

Sem cotas de TV e com orçamento muito reduzido no Tupi, Alberto Simão coordenou excelente campanha na Série C do Campeonato Brasileiro. O Galo Carijó liderou o Grupo B, com 34 pontos – nove vitórias, sete empates e duas derrotas –, mas acabou sendo eliminado nas quartas de final contra o Paysandu (derrotas por 2 a 1 e 1 a 0). “Apesar do não acesso, concretizamos um trabalho. Foi uma opção minha sair. Tenho outros projetos em Belo Horizonte, outros desafios na vida”, conclui Simão.