América
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UM MOMENTO NA HISTÓRIA

No Coelho ele foi rei

postado em 19/02/2015 09:10 / atualizado em 09/12/2015 16:40

ARQUIVO/EM/D.A PRESS
Cândido foi um dos destaques da boa campanha do América, que terminou em sétimo lugar no Campeonato Brasileiro de 1973. Com 18 gols, o atacante foi o quinto artilheiro da competição, apenas três atrás do goleador principal, Ramón (Santa Cruz). Tão logo terminou a disputa, já em fevereiro do ano seguinte, King Cândido, como era conhecido, despertou o interesse de clubes como Corinthians, Internacional, Ponte Preta e Guarani. O Coelho chegou a anunciar que o jogador valia Cr$ 700 mil.

Com contrato até 2 de março, Cândido teria direito a Cr$ 150 mil de uma negociação, mas deixou o assunto para a diretoria do Coelho. Também disse que não tinha preferência por nenhum clube, apenas gostaria de se transferir para um de maior projeção, que lhe permitisse até a chance de ser convocado um dia para a Seleção Brasileira.

A primeira proposta foi do Inter: R$ 300 mil ao América mais o empréstimo do ponta-esqueda Dejair. Mas não houve acordo. O atacante pediu Cr$ 200 mil de luvas e Cr$ 15 mil por mês, e o presidente do clube gaúcho, Eraldo Eritmann, que veio a Belo Horizonte negociar, considerou muito. “Tenho de aproveitar essa oportunidade para fazer um bom contrato, pois esta é a minha chance”, explicou Cândido, então com 24 anos.

Em 22 de fevereiro, o Estado de Minas deu em manchete de Esportes: “Cândido já assinou com o Cruzeiro”. No dia anterior, o atleta havia acertado contrato com o presidente Felício Brandi. A Raposa pagou R$ 200 mil ao Coelho (livres da parte que cabia ao jogador), valor que desagradou alguns diretores americanos – o presidente do clube, Rui da Costa Val, até nota oficial soltou para justificar a negociação. O contrato foi de dois anos, com o atacante recebendo Cr$ 180 mil de luvas e participação no passe e Cr$ 7.500 de salário.

CIGANO “Como jogador, eu acho que me consagrei no América, porque cumpri o prometido (fazer gols). No Cruzeiro, eu vou me realizar como verdadeiro profissional. Aqui a mentalidade é outra. Um time internacional”, comemorou José Geraldo Cândido, que nasceu em Volta Redonda (RJ), em 2 de janeiro de 1950, e com 2 anos, depois da morte dos pais, foi para João Monlevade, região central de Minas Gerais, ser criado pelas tias. Mas, apesar dos títulos mineiros de 1974 e 1975, ele não se destacou na Toca da Raposa e quase sempre foi reserva. Em 72 jogos, fez apenas 14 gols.

Cândido começou a carreira nas categorias de base do Corinthians, atuou no América-SP em 1971, passou quatro meses no futebol francês e chegou à Caldense em 1972. Em setembro, transferiu-se para o América, pelo qual disputou 90 jogos e fez 41 gols, segundo a enciclopédia do clube, do historiador Carlos Paiva. Depois do Cruzeiro, Cândido passou com sucesso por quatro clubes do futebol mexicano e, de volta ao Brasil, defendeu América-SP, Villa Nova (23 jogos e sete gols, em 1982), Juventus, Santa Cruz e Goiás. Ele morreu prematuramente aos 38 anos, em 7/9/1988.

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