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Chamado de 'árabe' e 'Bin Laden' por colegas, Tony recorda passagem pelo futebol do Irã

'Barbudo', jogador diz que comparações são inevitáveis e revela ter sido confundido com árabe até mesmo quando vestiu a camisa do Esteghlal Tehran, clube iraniano

postado em 28/04/2015 13:18 / atualizado em 28/04/2015 18:34

Carlos Cruz/América

Barba longa e cabelo raspado. Tais características fazem parte do estilo de Tony, armador de 28 anos contratado pelo América para Copa do Brasil e Série B do Campeonato Brasileiro. Assim que chegou ao CT Lanna Drumond, o jogador foi alvo de gozações por parte dos colegas de equipe. Apelidos como “talibã”, “árabe", “Mohamed” e “Bin Laden” não faltaram nos primeiros dias em Belo Horizonte.

“Pessoal falando que o Bin Laden não morreu. Pô... Bin Laden é sacanagem, né?!”, brinca Tony, ao ser comparado com Osama Bin Laden, fundador da organização terrorista Al-Qaeda morto por forças militares dos Estados Unidos, em 2011.

“A recepção foi legal. Aceitei as brincadeiras na boa. Mohamed, Bin Laden... tudo de árabe que tinham que me chamar, os colegas já chamaram”, acrescenta o jogador.

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Coincidência ou não, Tony já adotava o visual barbudo quando passou pelo futebol do Irã, país de 77 milhões de habitantes cuja religião predominante é o islamismo. Lá, os companheiros do grupo do Esteghlal Tehran, oito vezes campeão da Liga Iraniana e duas da Liga dos Campeões da Ásia, pensaram que o brasileiro era da Arábia Saudita, nação "quase vizinha" com cultura semelhante.

“Cheguei lá e já estava meio barbudo. Daí, o pessoal começou a conversar comigo em árabe. Eu não entendia nada. Até que o tradutor explicou que eu não era árabe, mas sim brasileiro. Aí eles falaram: ‘Ele tem cara de árabe! Tem parente aqui? ’ Aí falei: ‘Não, não tenho. Só tenho essa cara de libanês’. Aí acabei indo pra lá. Depois que a barba cresceu, parou de incomodar. Virou uma marca. Agora sou o ‘barbudinho’”, conta Tony.

Com a camisa do Esteghlal Tehran, Tony disputou 11 jogos, sendo oito pelo Campeonato Iraniano e três na Liga dos Campeões da Ásia.

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“Poucos aqui conhecem, mas na Ásia o Irã é respeitado pelo futebol. Estive em um time que disputou a Liga dos Campeões da Ásia, então foi um desejo meu sair do Brasil para ir pra lá”, explica o jogador.

Ex-clube de Tony, o Esteghlal Tehran ficou em quinto lugar na Liga Iraniana 2013/2014, com 53 pontos em 30 jogos. Na Liga dos Campeões da Ásia, a equipe foi eliminada na primeira fase, com sete pontos (duas vitórias, um empate e três derrotas).

No América, Tony foi testado como titular ao lado de Mancini logo em seu primeiro coletivo. “É um jogador inteligente que dispensa comentários. Vocês já conhecem. Atuar ao lado de atletas que pensam um, dois, três passos à frente é diferente. No Botafogo, em 2009, atuei ao lado do Lúcio Flávio, um jogador inteligentíssimo. Assim como o Mancini, que sabe o que fazer com a bola. É um atleta lúcido e inteligente”, diz.

“O que eu puder fazer para ajudar este jogador, vou fazer. Correr ali no meio de campo por ele, que é a minha característica”, acrescenta Tony, que buscará a titularidade no Coelho diante do Bahia, dia 9 de maio (sábado), no Independência, pela primeira rodada da Série B do Brasileiro.

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