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AMÉRICA

Com futebol ruim e há quatro jogos sem vencer, América vive momento mais turbulento no ano

Sem criação, time esbarra na falta de entrosamento e amarga péssimos resultados

postado em 21/05/2015 08:00 / atualizado em 21/05/2015 21:12

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Eliminado na primeira fase do Campeonato Mineiro, o América se preparou durante um mês visando à sequência da Copa do Brasil e ao início da Série B. A ideia era corrigir os erros cometidos no Estadual e fortalecer o grupo para as competições nacionais. Contudo, entre os dias 6 de abril e 8 de maio (véspera da estreia no Brasileiro), a equipe não apresentou as melhorias esperadas. Resultado disso: o Alviverde vem de dois empates e duas derrotas, atravessando o momento mais turbulento do ano.

O Coelho até jogou bem o segundo tempo da partida contra o Bahia, na estreia da Série B (empate por 1 a 1), porém se comportou muito mal nos dois confrontos contra o Ceará, pela Copa do Brasil, e na derrota para o Luverdense (1 a 0), na Segundona. De modo geral, o grupo se mostrou pouco criativo, com muitas falhas defensivas e poder de fogo praticamente nulo.

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A goleada sofrida para o Ceará nessa quarta-feira, por 3 a 0, que determinou a eliminação na segunda fase da Copa do Brasil, deixa ameaçada a continuidade do técnico Givanildo Oliveira no comando do clube. Desde o retorno do pernambucano ao comando, em setembro de 2014, o Coelho venceu 15 jogos, empatou 11 e perdeu quatro. O aproveitamento é positivo, mas os resultados recentes podem pesar caso a diretoria opte por uma decisão mais enérgica.

Para a Série B, o América trouxe seis reforços: o lateral-direito Walber, os meias Tony e Henrique Santos e os atacantes Willie, Cristiano e Marcelo Toscano. Com os nove que vieram no Mineiro – Robertinho (lateral-direito), Wesley Matos (zagueiro), Anderson Conceição (zagueiro), Alison (zagueiro), Raul (lateral-esquerdo), Diego Lorenzi (volante), Pedrinho (meia), Felipe Amorim (atacante) e Rodrigo Silva (atacante) –, o número de contratações chega a 15. Da lista, Pedrinho e Rodrigo Silva não se apresentaram bem no Estadual e hoje estão fora dos planos do clube.

Em relação aos recém-chegados, Givanildo se arriscou ao escalá-los com pouco tempo de treino. O atacante Cristiano, vice-campeão mineiro pela Caldense e autor de cinco gols na competição, entrou no empate com o Ceará (1 a 1, no Horto) sem nem ao menos ter feito um coletivo. Marcelo Toscano e Willie foram para o banco de reservas logo na primeira atividade com o grupo, dois dias antes do jogo contra o Bahia. Apenas Walber e Tony tiveram melhores condições para adquirirem entrosamento. Henrique Santos só não jogou porque enfrenta uma pendência judicial com o Paraná Clube e ainda está fora do BID da CBF.

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Pratas da casa - Encarregados de conduzirem o América à classificação para as semifinais do Campeonato Mineiro – o Coelho terminou em quinto, com 20 pontos –, os “pratas da casa” perderam espaço no time da Série B. O único que começou a competição nacional como titular foi o atacante Bruno Sávio. Ele deu a assistência para o gol de Mancini contra o Bahia, que valeu a garantia de um ponto. Mas, ao ter participação discreta ante o Ceará, o jovem de 20 anos acabou substituído por Marcelo Toscano, artilheiro da Série A2 do Paulista pelo Mirassol, com 13 gols em 18 jogos. Toscano, contudo, ainda não conseguiu jogar bem como titular.

Talvez a situação mais curiosa seja a de Rubens, que, em cinco jogos como titular, fez três gols no Estadual. Nos treinos coletivos, o centroavante de 21 anos também costuma deixar a sua marca – balançou a rede três vezes numa atividade realizada em 20 de março, antes do jogo contra o Cruzeiro.

Porém, nos quatro jogos sem vitória do Coelho, Rubens ficou no banco três vezes. Na quarta, não esteve nem sequer entre os relacionados.

Outros jogadores, como Bryan, eleito o melhor lateral-esquerdo do Mineiro em votação da TV Globo Minas, e Renato Silva, titular em cinco partidas do Estadual, também foram preteridos por Givanildo. Enquanto o primeiro é reserva de Raul, o segundo jogou pela última vez na vitória sobre o Democrata, por 2 a 1, na 11ª rodada da competição regional.

Sobre a influência da eliminação no Mineiro nas mudanças promovidas para a Série B, há de se ressaltar que, apesar do insucesso na tabela, o América fez boas partidas com o trio ofensivo formado por Renato Silva, Sávio e Rubens. Os 20 pontos conquistados pelo grupo superaram, por exemplo, a campanha da equipe de 2014, que avançou às semifinais e foi eliminada pelo Atlético (derrota por 4 a 1 na ida e empate por 1 a 1 na volta). O Coelho também apresentou bom nível de jogo contra seus rivais, vencendo o Galo, por 2 a 1, e travando duelo equilibrado com o Cruzeiro (perdeu por 2 a 0).

Depois de várias mudanças, Givanildo Oliveira ainda não conseguiu dar liga ao time do América. A esperança é que o treinador consiga enxergar boas situações de jogo, tal como fez no ano passado, quando assumiu o comando do Coelho e conseguiu 73% de aproveitamento - só não subiu à Série A por causa da perda de seis pontos no STJD pela escalação irregular do lateral-esquerdo Eduardo. Resta saber apenas se a diretoria dará ao pernambucano tempo necessário para realizar os ajustes.


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