O Coelho até jogou bem o segundo tempo da partida contra o Bahia, na estreia da Série B (empate por 1 a 1), porém se comportou muito mal nos dois confrontos contra o Ceará, pela Copa do Brasil, e na derrota para o Luverdense (1 a 0), na Segundona. De modo geral, o grupo se mostrou pouco criativo, com muitas falhas defensivas e poder de fogo praticamente nulo.
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A goleada sofrida para o Ceará nessa quarta-feira, por 3 a 0, que determinou a eliminação na segunda fase da Copa do Brasil, deixa ameaçada a continuidade do técnico Givanildo Oliveira no comando do clube. Desde o retorno do pernambucano ao comando, em setembro de 2014, o Coelho venceu 15 jogos, empatou 11 e perdeu quatro. O aproveitamento é positivo, mas os resultados recentes podem pesar caso a diretoria opte por uma decisão mais enérgica.
Para a Série B, o América trouxe seis reforços: o lateral-direito Walber, os meias Tony e Henrique Santos e os atacantes Willie, Cristiano e Marcelo Toscano. Com os nove que vieram no Mineiro – Robertinho (lateral-direito), Wesley Matos (zagueiro), Anderson Conceição (zagueiro), Alison (zagueiro), Raul (lateral-esquerdo), Diego Lorenzi (volante), Pedrinho (meia), Felipe Amorim (atacante) e Rodrigo Silva (atacante) –, o número de contratações chega a 15. Da lista, Pedrinho e Rodrigo Silva não se apresentaram bem no Estadual e hoje estão fora dos planos do clube.
Em relação aos recém-chegados, Givanildo se arriscou ao escalá-los com pouco tempo de treino. O atacante Cristiano, vice-campeão mineiro pela Caldense e autor de cinco gols na competição, entrou no empate com o Ceará (1 a 1, no Horto) sem nem ao menos ter feito um coletivo. Marcelo Toscano e Willie foram para o banco de reservas logo na primeira atividade com o grupo, dois dias antes do jogo contra o Bahia. Apenas Walber e Tony tiveram melhores condições para adquirirem entrosamento. Henrique Santos só não jogou porque enfrenta uma pendência judicial com o Paraná Clube e ainda está fora do BID da CBF.
Talvez a situação mais curiosa seja a de Rubens, que, em cinco jogos como titular, fez três gols no Estadual. Nos treinos coletivos, o centroavante de 21 anos também costuma deixar a sua marca – balançou a rede três vezes numa atividade realizada em 20 de março, antes do jogo contra o Cruzeiro.
Porém, nos quatro jogos sem vitória do Coelho, Rubens ficou no banco três vezes. Na quarta, não esteve nem sequer entre os relacionados.
Outros jogadores, como Bryan, eleito o melhor lateral-esquerdo do Mineiro em votação da TV Globo Minas, e Renato Silva, titular em cinco partidas do Estadual, também foram preteridos por Givanildo. Enquanto o primeiro é reserva de Raul, o segundo jogou pela última vez na vitória sobre o Democrata, por 2 a 1, na 11ª rodada da competição regional.
Sobre a influência da eliminação no Mineiro nas mudanças promovidas para a Série B, há de se ressaltar que, apesar do insucesso na tabela, o América fez boas partidas com o trio ofensivo formado por Renato Silva, Sávio e Rubens. Os 20 pontos conquistados pelo grupo superaram, por exemplo, a campanha da equipe de 2014, que avançou às semifinais e foi eliminada pelo Atlético (derrota por 4 a 1 na ida e empate por 1 a 1 na volta). O Coelho também apresentou bom nível de jogo contra seus rivais, vencendo o Galo, por 2 a 1, e travando duelo equilibrado com o Cruzeiro (perdeu por 2 a 0).
Depois de várias mudanças, Givanildo Oliveira ainda não conseguiu dar liga ao time do América. A esperança é que o treinador consiga enxergar boas situações de jogo, tal como fez no ano passado, quando assumiu o comando do Coelho e conseguiu 73% de aproveitamento - só não subiu à Série A por causa da perda de seis pontos no STJD pela escalação irregular do lateral-esquerdo Eduardo. Resta saber apenas se a diretoria dará ao pernambucano tempo necessário para realizar os ajustes.