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Rebaixamento precoce expõe sucessão de erros da diretoria do América na temporada

Coelho volta à segunda divisão do futebol nacional em 2017

postado em 17/11/2016 00:10 / atualizado em 17/11/2016 00:03

Ramon Lisboa/EM/D. A Press
O América parece não aprender a lição. Foram cinco longos anos até a volta à Série A do Campeonato Brasileiro. Nesse período, o Coelho viveu alguns dos anos mais tenebrosos de sua história – o clube mineiro chegou a cair para a Série C do Nacional e para o Módulo 2 do Campeonato Mineiro. Em 2016, o Coelho foi campeão estadual e, definitivamente, o torcedor alviverde não esperava uma queda anunciada tão rapidamente. Os americanos devem estar enumerando os erros cometidos para o amargo final de temporada. O Superesportes destaca cinco deles, um por cada ano do time fora da elite nacional.

Planejamento equivocado

O planejamento alviverde para a Série A deixou muito a desejar. A direção americana reconheceu que demorou a iniciar a renovação da equipe para jogar na elite nacional. A contratação de reforços acabou ficando em segundo plano para manter o foco e o apoio ao time no Campeonato Mineiro. Se, por um lado, a estratégia deu certo e o América voltou a ficar com o título estadual depois de 15 anos, por outro, o Coelho entrou na Primeira Divisão com um dos elencos mais fracos do país.

Ilusão com o Mineiro

A conquista acabou iludindo a diretoria e escondendo as fragilidades do elenco alviverde. Dos 11 titulares que entraram em campo no Mineirão na decisão contra o Atlético, seis não estão mais no Lanna Drumond. Artur, Sueliton, Rafael Bastos e Victor Rangel tiveram seus contratos rescindidos e Bryan foi negociado com o Cruzeiro. Borges, que também atuou na final e teve boa participação dando a assistência para o gol do título, de Danilo Barcelos, foi a maior contratação do clube na temporada, mas não rendeu o esperado e acabou acertando sua saída amigavelmente.

Falta de critério nas contratações

As contratações equivocadas também causaram estrago na temporada americana. Foram diversas negociações com a carruagem alviverde em andamento. Para o Brasileiro, grande parte dos reforços não fizeram valer o esforço e mais da metade dos que chegaram para a Série A saíram antes mesmo do fim da competição. Alguns atletas pouco jogaram e outros não foram titulares nem uma vez sequer – casos dos meias Diego Lopes e Eisner Loboa, por exemplo, que chegaram em um ‘pacote’ junto com Nixon, Michael e Cardoso. Esse último não fez nem um jogo sequer pelo clube. Com o excesso de jogadores, fica mais difícil o aproveitamento de jogadores da base, uma marca do clube.

Demissão de Givanildo

No futebol brasileiro, mais que em qualquer outro canto do mundo, quando as coisas não andam bem troca-se o comando técnico. E no América não foi diferente. Campeão mineiro e um dos treinadores mais identificados com o Coelho, Givanildo Oliveira não suportou a falta de vitórias nas primeiras cinco rodadas e foi substituído por Sérgio Vieira. Talvez a pior decisão da diretoria no ano, o português venceu somente uma partida e perdeu outras sete, nos oito compromissos à frente do clube mineiro. Atual comandante, Enderson Moreira chegou a dar esperança aos torcedores com alguns bons resultados, mas a queda era mais que esperada e não por culpa dele.

Ingressos caros e baixa média de público

Todos esses pontos, somados à má política de comercialização de ingressos – talvez na tentativa de alavancar o programa de sócios do clube –, afastaram o torcedor americano do Independência. O Coelho tem a pior média de público do Brasileiro, com apenas 3.378 pagantes por jogo – número ainda elevado por causa da venda do mando de campo no jogo contra o Palmeiras. Empresários levaram o duelo para Londrina, no Paraná, e o estádio estava cheio de palmeirenses. O valor médio do tíquete americano também não ajuda. O América tem o quinto bilhete mais caro entre as 20 equipes da Série A, com o valor de R$ 35.

O resultado não poderia ser outro. O América está matematicamente rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro. Com um aproveitamento de cerca de um quarto dos pontos em disputa, o Coelho tem também o pior ataque da competição, com apenas 21 gols anotados. A derrota para o Flamengo é a 22ª em 35 partidas. A defesa alviverde foi vazada 51 vezes e é a segunda pior do torneio – só a frente do Santa Cruz (59). A equipe mineira é a única que não venceu nem uma partida sequer como visitante. De acordo com a diretoria alviverde, o clube já começou a reestruturação para a próxima temporada, de volta à luta por uma vaga na elite do futebol nacional.

Números da queda

Pior ataque - 21 gols

2ª pior defesa - 51 gols

Pior visitante - Nenhuma vitória fora de casa

Pior média de público - 3.378 pagantes por jogo

5º ingresso mais caro - R$ 35

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