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Para Enderson Moreira, tragédia da Chapecoense tirou qualquer clima de disputa no Brasileiro

Técnico do América vê 'perda de clima' e torce para que ano acabe rapidamente

postado em 01/12/2016 10:30 / atualizado em 02/12/2016 00:54

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

“Não estamos nos preparando para nada”. Com essa resposta, o técnico do América Enderson Moreira resumiu o sentimento acerca da tragédia pela qual passou a Chapecoense, que perdeu grande parte de seu elenco, comissão técnica e diretoria em acidente aéreo ocorrido nessa terça-feira, na Colômbia, onde o time enfrentaria o Atlético Nacional pelo jogo de ida decisão da Copa Sul-Americana. Na queda do avião também morreram convidados do clube catarinense, jornalistas e tripulantes, totalizando 71 vítimas fatais. Para Enderson Moreira, a última rodada do Campeonato Brasileiro – adiada de 4 para 11 de setembro – será disputada por mera formalidade. Segundo ele, a ferida ocasionada pelo ocorrido demorará a ser curada, e todos os clubes precisam logo virar essa triste página.

“Não estamos nos preparando para nada. Na minha opinião, não existe sentido para qualquer tipo de disputa, não existe clima para isso. O que a gente quer é que termine rápido, independentemente de resultado. É o sentimento de todos. Não existe mais competição, nós perdemos muitas pessoas. Eu trabalhei com vários atletas, que infelizmente faleceram, e o nosso sentimento é de terminar este ano, de virar a página, de fazer o tempo correr. Foi um ano muito duro, ficamos quase todo o campeonato na zona de rebaixamento e temos a situação definida na competição. Os jogadores estão sofrendo bastante”, disse o comandante do Coelho.

Entre os atletas que trabalharam com Enderson Moreira em outras ocasiões estão os sobreviventes Jackson Follmann e o zagueiro Neto, e os falecidos Josimar, Matheus Biteco, Lucas Gomes e Kempes. Em meio à dor pela partida de amigos, o treinador americano vê uma luz no fim do túnel e acredita plenamente na recuperação da Chapecoense, que tem recebido apoio e solidariedade de todas as partes do mundo.

“Ficar remoendo isso mais uma semana, para nós é extremamente doloroso, desgastante. Ficar convivendo ainda com isso... Nós precisamos fazer uma grande homenagem para todos ali. A Chapecoense terá que ser muito forte, não só os dirigentes, mas os atletas que não viajaram e a cidade em si. A comunidade de Chapecó precisa ter muita força para poder reconstruir o que é o exemplo para outras equipes, que é a organização, a seriedade e o envolvimento. Tenho certeza que eles irão se reerguer”, encerrou Enderson Moreira.

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