Coelho viaja 10 mil quilômetros em 14 dias, e Enderson administra desgaste no elenco

No início da temporada, quando os atletas ainda estão lutando para conquistar entrosamento com os companheiros e ritmo de jogo, o América já tem que trabalhar pensando no impacto da intensa sequência de deslocamentos sobre o aspecto físico do elenco. Em apenas 14 dias, o Coelho irá completar 10 mil quilômetros para disputar cinco partidas. O técnico Enderson Moreira admitiu que as viagens são um fator que pesam no planejamento do time para o ano.

No dia 8 de fevereiro, o América foi a Rio Branco, no Acre, enfrentar o Atlético-AC pela primeira fase da Copa do Brasil. A viagem de ida e volta até a capital acreana foi a maior distância que o Coelho teve que percorrer até o momento – 5.586km ida e volta. Quatro dias depois, a delegação já teria outro deslocamento atribulado.

De ônibus, o América foi e voltou de Poços de Caldas (926km), no Sul de Minas Gerais, onde empatou com a Caldense, pelo Campeonato Mineiro. Nessa semana, o Coelho foi até o Distrito Federal – ficou hospedado em Brasília e jogou no Bezerrão, no Gama (total de 1304km) – encarar o Flamengo pela Primeira Liga.

Com a volta da capital federal prevista para esta sexta-feira, o técnico Enderson Moreira só terá o treinamento de sábado para preparar a equipe que pega o Atlético, neste domingo, no Mineirão, pelo Estadual. Depois, mais uma viagem longa. O Coelho vai até Maceió, onde enfrenta o Murici-AL pela segunda fase da Copa do Brasil (total de 2985km). O confronto está marcado para a quarta-feira – 14 dias após a primeira partida nessa sequência, na região metropolitana da capital alagoana.

O treinador já havia advertido que os deslocamentos, tanto de avião quanto de ônibus, prejudicam a recuperação dos jogadores entre um jogo e outro. Dessa forma, o planejamento e o trabalho para a formação do grupo fica ainda mais prejudica neste início de ano. Nessa quinta-feira, após a derrota do América para o Flamengo, no Distrito Federal, o comandante alviverde voltou a citar o desgaste do elenco nas últimas duas semanas.

"A gente tem que sobreviver. O problema é que a gente vai de Belo Horizonte para Rio Branco, no Acre, e volta. Vai para Poços de Caldas em sete horas de ônibus e volta de ônibus. Vem para Brasília e volta para fazer um jogo no Mineirão. Depois vamos para Maceió, voltamos e, no sábado, tem jogo. Aí pensam que o jogador é máquina. E ainda se questiona a qualidade do jogo. Ela é dada em função de jogo, treinamento e recuperação. Às vezes temos que abrir mão de alguns atletas. Eles não conseguiram jogar hoje (quinta-feira) porque estão extenuados pela sequência", analisou Enderson.

Confira as distâncias percorridas pelo Coelho:

Belo Horizonte – Rio Branco – Belo Horizonte (08/02)

5586km

Belo Horizonte – Poços de Caldas – Belo Horizonte (12/02)

926km

Belo Horizonte – Brasília – Belo Horizonte (16/02)

1241km

+ Brasília – Gama – Brasília

63km
1304 total

Belo Horizonte – Maceió – Belo Horizonte (22/02)

2889km

Maceió – Murici – Maceió

96km
2985 total

 

TOTAL: 10.801km