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COPA LIBERTADORES

Quem poderia imaginar?

Os melhores times do país no ano passado chegam à rodada final da fase de grupos ainda lutando para avançar na Libertadores. Situação celeste é menos complicada

postado em 17/04/2015 09:16 / atualizado em 17/04/2015 09:31

As expectativas em relação ao sucesso de Atlético e Cruzeiro na Copa Libertadores não se confirmaram depois de cinco rodadas disputadas. Bem distantes das grandes atuações que encantaram o país na última temporada e derrotados no meio de semana, os dois chegam à última rodada da fase de grupos sob a pressão de vencer para garantir vaga nas oitavas de final. A missão teoricamente mais confortável é a da Raposa, que se classifica em primeiro lugar no Grupo 1 se bater o Universitario de Sucre na terça-feira, às 20h30, no Mineirão. Já o Galo necessita de pelo menos dois gols de diferença contra o Colo Colo na quarta-feira, às 19h45, no Independência.

Mas, antes de pensar nos duelos internacionais, os tradicionais rivais se concentram no clássico de domingo valendo vaga na decisão do Campeonato Mineiro. A exemplo da Libertadores, o time celeste está em melhor situação porque depende do empate, por ter feito melhor campanha na primeira fase. O alvinegro só segue na disputar se ganhar. A intenção de ambos é entrar em campo e vencer, até para resgatar a credibilidade com o torcedor, abalada pelos resultados negativos no meio de semana, com atuações bem abaixo do esperado.

A campanha celeste na Libertadores é irregular. Se o empate na estreia com o Universitario, na altitude de Sucre (BOL), pôde ser considerado bom, o 0 a 0 com o Huracán em pleno Mineirão, porém, acendeu o sinal de alerta na Toca da Raposa. A situação melhorou com as vitórias sobre o Mineros – 2 a 0 em Puerto Ordaz (VEN) e 3 a 0 na Pampulha –, ainda que a atuação fora de casa também tenha sido ruim. Há três dias, bastava um empate em Buenos Aires para garantir a vaga antecipada, mas a derrota de 3 a 1 para os argentinos devolveu a pressão sobre os cruzeirenses.

Para completar, a equipe vai decidir a sorte na competição continental pouco mais de 48 horas depois de encarar o maior rival em jogo decisivo pelo Mineiro. Os jogadores, porém, ressaltam que está tudo nas mãos, ou nos pés, da equipe. “Vamos trabalhar para garantir a classificação diante do nosso torcedor”, afirma o goleiro e capitão Fábio, que prefere não entrar na polêmica da data do clássico. “Isso é assunto para a diretoria. Nós vamos pensar só em jogar. Queremos alcançar nosso objetivo, que é a classificação.”

Para que tudo saia como desejado, os atletas sabem que não podem falhar tanto como na terça-feira. Nos três gols do Huracán, houve erros do sistema defensivo, mesmo com o impedimento não marcado no primeiro. “Libertadores exige muita pegada. (…) Não podemos dar o mole que demos em Buenos Aires”, pondera o atacante Leandro Damião, artilheiro da equipe em 2015, com 12 gols.

OUTRO ESPÍRITO O Atlético chegou ontem à tarde da viagem ao México ainda procurando explicações para a atuação ruim na derrota por 1 a 0 para o Atlas, no Estádio Jalisco. Mesmo em chave mais equilibrada, o Galo acabou errando demais no início da campanha, chegou a esboçar reação nos triunfos sobre o Santa Fe em Bogotá e em Belo Horizonte, mas sabe que atuará sob forte pressão diante do Colo Colo.

Para o armador Guilherme, o grupo precisa se conscientizar de que não pode errar muito nas próximas partidas. “Uma derrota pode custar muito caro. Talvez, se estivéssemos mais concentrados, poderíamos estar em situação mais confortável. A equipe tem sua força, o grupo está ciente de tudo o que precisa fazer. Resta a nós mantermos a postura de jogos passados e buscar a classificação a qualquer custo. Um time como o nosso não pode oscilar tanto, jogando bem em casa e mal fora. O espírito tem de ser outro, mesmo com rendimento aquém.”

Na visão do grupo, os desfalques prejudicaram a caminhada alvinegra, pois Marcos Rocha, Leonardo Silva, Dátolo e Lucas Pratto não estiveram em campo em jogos fundamentais. Para quarta-feira, uma baixa já é certa: o volante Leandro Donizete cumprirá suspensão por ter levado o terceiro cartão amarelo em Guadalajara. Assim como no 1 a 1 com o Cruzeiro, domingo, no Independência, Josué deve ser o substituto.

O técnico Levir Culpi se apega ao lado emocional e lembra o passado recente de vitórias épicas, tanto na conquista da Libertadores de 2013 quanto na da Copa do Brasil de 2014. “Tenho certeza de que podemos conseguir a vaga. Vai ser daqueles jogos decisivos, em que temos de estar com alto nível competitivo e espírito concentrado. Vamos apagar esse jogo ruim que fizemos aqui.”

O caminho da Raposa
Arte / Estado de Minas / Paulinho Miranda

1) Vitória por qualquer placar sobre o Universitario terça-feira, às 20h30, no Mineirão, garante o primeiro lugar no Grupo 3
2) Empate será suficiente caso o Huracán não vença o Mineiros no mesmo horário, em Guayana (VEN)
3) Até com derrota dá para avançar, desde que o Huracán perca do Mineiros

O caminho do Galo
Arte / Estado de Minas / Paulinho Miranda

1) Se vencer o Colo Colo quarta-feira, às 19h45, no Independência por mais de um gol de diferença, estará garantido, não importa o resultado de Santa Fe x Atlas, no mesmo horário, em Bogotá
2) Se ganhar por 5 a 4 e o Atlas golear o Santa Fe por 3 a 0
3) Para ser primeiro da chave, tem de golear os chilenos por pelo menos quatro gols de diferença, desde que o Santa Fe perca em casa para do Atlas

ANÁLISE DA NOTÍCIA
Aquém da expectativa
As torcidas dos gigantes mineiros têm motivos para se preocupar: ambos estão devendo em relação aos dois anos anteriores, quando dominaram o futebol nacional. Em abril, era de se esperar que mostrassem muito mais. O Cruzeiro pode alegar a saída em massa de seus destaques. Mas não tem como justificar que, em grupo tão fraco, ainda brigue pela classificação na Libertadores. A baixa qualidade dos adversários lhe proporcionaria valioso prazo para entrosar os novos contratados e exibir um padrão de jogo. O Atlético, que perdeu apenas um jogador diferenciado, Diego Tardelli, pode argumentar que sofreu com as contusões. Mas como explicar duas derrotas para o lanterna da chave, uma delas no Horto? Nenhum deles pode esquecer que, com folhas salariais bem superiores aos dos concorrentes continentais, fizeram feio também domesticamente, superados pela Caldense. Por culpa deles, o encontro na reta decisiva do Mineiro se deu “antes da hora”, provocando o estrangulamento no calendário que atormenta a Raposa.

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