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SÉRIE A

Mineiros entre o topo e a confusão

Transcorrido o primeiro quarto da competição, Brasileiro reforça o sonho do Galo de voltar a erguer a taça e causa pesadelo na Raposa, longe do brilho dos dois últimos anos

postado em 04/07/2015 12:00 / atualizado em 04/07/2015 10:13

Arte/Estado de Minas

Se prevalecer a regra das últimas cinco edições do Campeonato Brasileiro, os torcedores de Sport, Atlético e Fluminense já podem deixar o champanhe para gelar. Desde 2010, o time que levanta a taça em dezembro já ocupava uma das três primeiras posições com um quarto de disputa, marca atingida na quinta-feira, ao fim da 10ª rodada. Mas, como futebol não é ciência exata, é melhor os outros 17 times se apressarem e pôr o pé na forma, a exemplo de São Paulo e Flamengo, que saíram do meio da tabela para conquistar a taça em 2008 e 2009, respectivamente.

Desde 2006, quando a competição passou a ser disputada por 20 clubes, em três oportunidades o campeão estava na liderança depois de 10 jogos: Fluminense (2010), Corinthians (2011) e Cruzeiro, que assumiu a ponta na sexta rodada do ano passado e não saiu mais. Na atual edição, o Sport tenta repetir o feito e conquistar seu segundo título brasileiro. Para erguer a taça, os pernambucanos têm seguido receita de sucesso: ao lado do Atlético, são os únicos a manter o treinador desde o ano passado: Eduardo Baptista, que levou o rubro-negro a seis vitórias e quatro derrotas. Em 13 campeonatos na era dos pontos corridos, 10 foram vencidos por times com o mesmo técnico do início ao fim.

“(A boa campanha) é fruto da continuidade. Há um ano e meio o Sport tem um time consolidado. Sabíamos que precisávamos de reforços pontuais e não temos muito dinheiro. Olhamos para o mercado, e encaixou”, explicou Eduardo Baptista, depois da goleada por 3 a 0 sobre o Internacional. O Leão é apenas a segunda equipe em nove anos a se manter invicta depois de 10 rodadas e pode bater o recorde se não for derrotado pelo Avaí amanhã, às 11h, na Ressacada. Em 2011, o Corinthians perdeu a invencibilidade justamente na 11ª rodada, com derrota para o Cruzeiro por 1 a 0, no Pacaembu.

Vice-líder, o Galo tem mais uma chance de quebrar o jejum que dura desde o solitário título de 1971. Em 2009 e 2012, o alvinegro ocupava a liderança depois de 10 jogos, mas caiu de produção no returno e deixou o sonho escapar. O principal desafio nesta temporada é não perder mais jogadores, depois da saída de Guilherme e Jô, negociados nesta semana. O clube terá de lidar ainda com o assédio sobre alguns titulares e renovar contratos de peças-chave, como Douglas Santos e Rafael Carioca, que têm compromisso até o fim deste mês.

“Essas situações determinam uma oscilação, porque é comum no Brasil os clubes trocarem durante a competição. Os times sofrem e não ficam encaixados. Chega jogador, sai jogador. É a pior situação para o técnico, porque não consegue manter um padrão”, afirmou o técnico Levir Culpi, que procura entender a realidade. “Trabalho com naturalidade, é um fato. O clube não pode deixar de fazer o negócio.”

Já o Cruzeiro vai enfrentar situação bem diferente da dos dois últimos anos, quando se sagrou campeão. Com apenas 10 pontos e três vitórias, a Raposa igualou 2009 como seu pior início de Brasileiro – à época, no entanto, estava envolvida com a reta final da Libertadores. No ano passado, na 10ª rodada, ela tinha mais do dobro de pontos (22) e já ocupava a liderança.

Vanderlei Luxemburgo, que assumiu no lugar de Marcelo Oliveira, disse na quarta-feira, depois da terceira derrota consecutiva por 1 a 0, para o Grêmio, no Sul, que deixou a equipe perto da zona da confusão, termos que o treinador gosta de usar: “Temos de cobrar dos jogadores. Eles sabem que o bicampeonato já ficou para trás. Temos de cobrar o que vamos fazer agora e para a frente”.

PLACARES APERTADOS A atual edição ratifica a queda na média de gols, que começou no ano passado. Em 100 jogos, a rede balançou 222 vezes (média de 2,22). Média ligeiramente superior à de 2014 (2,17), a pior em nove anos. A maior foi em 2009 (2,94). Entre 2010 e 2013, ficou em torno de 2,6. Entre os placares mais comuns, a quantidade de vitórias por diferença mínima chama a atenção. Quase um terço das partidas (29) terminaram 1 a 0. Outro placar apertado, 2 a 1, ocorreu 19 vezes. Apenas Sport, Palmeiras e Atlético (duas vezes) marcaram quatro gols em apenas um jogo.

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