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Na construção civil, Tucho guarda chuteira de clássico inesquecível e se orgulha de façanha

Ex-meia deixou os gramados em 2012 e hoje trabalha na construção de prédios

postado em 14/04/2015 08:00 / atualizado em 16/04/2015 14:47

EM DA PRESS

O dia 29 de fevereiro de 2004 é especial na vida de Tucho. A data, que só acontece em anos bissextos, reservou algo inesquecível para ele: marcar três gols num clássico entre Atlético e Cruzeiro. O Alvinegro venceu por 5 a 3. A façanha inédita para um jogador do Galo, dentro do Gigante da Pampulha, é motivo de orgulho para o ex-camisa 10.

“Isso ficou marcado, já se passaram 11 anos e ainda vêm falar comigo. Clássico mexe com todos. Foi o melhor momento da minha carreira e o melhor jogo da minha vida. Muita gente nem sabe, mas eu sou o único que marcou três gols pelo Atlético diante do Cruzeiro dentro do Mineirão. Lembram do Tardelli e do Obina, mas eles fizeram em outros estádios. Pelo lado do Cruzeiro, sei que Revétria, Fabio Júnior e Ronaldo Fenômeno fizeram três no Mineirão. É uma alegria imensa ser o único atleticano a conseguir isso na história do Mineirão”, disse ao Superesportes.

A observação de Tucho faz sentido. O atacante Obina, em 2010, marcou três sobre a Raposa no Parque do Sabiá, em Uberlândia. No ano seguinte, Diego Tardelli balançou as redes de Fábio em três oportunidades na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.

A lembrança do clássico vai além da memória. Tucho preserva o material usado no dia em que brilhou no Gigante da Pampulha.

“Guardei a chuteira daquele jogo, camisa, tudo que podia. O primeiro gol foi o mais bonito. O Dracena e o Maldonado caíram e eu completei para o gol”, recorda, sem esconder a satisfação por ter entrado na história do principal duelo de Minas Gerais.

Aposentadoria


Se viveu o auge no clássico de 2004, Tucho passou por outras realidades enquanto persistiu no mundo do futebol. O ex-meia encerrou a carreira em 2012, aos 32 anos, pelo Villa Nova, por uma combinação de lesões musculares e falta de outras propostas interessantes.

“Eu não tive lesão séria. Fui me desgastando com lesões musculares, principalmente no adutor. Isso deu muita dificuldade. Toda vez que eu sofria uma carga, doía bastante. Fiz pilates e acupuntura. Uma sequência de sete jogos já era suficiente para me lesionar. Precisava recomeçar sempre. Isso me desanimou. Quando eu saí do Villa, não vieram as propostas que eu queria. Treinei por três meses e depois desencantei, assumi que não dava mais”, revelou.

Nova função


Depois que pendurou as chuteiras, Tucho partiu para um desafio na construção civil. Ao lado do sócio e ex-zagueiro Thiago Gosling, que é amigo de infância, ele investiu no erguimento de um prédio.

“Quando parei, eu construí um prédio. A construção foi num terreno no Bairro Nova Granada (região Oeste de Belo Horizonte). Eu sou sócio do Thiago Gosling. Somos amigos desde os seis anos de idade, nossos pais se conhecem há anos, e temos relacionamento de irmãos”.

Tucho espera o reaquecimento do mercado de imóveis para erguer novos apartamentos. Enquanto isso, o ex-meia se prepara para atividades dentro do futebol, embora não seja um desejo imediato.

“Fiz um curso de treinador no ano passado. Foi pela Federal (UFMG). Sou apto a dar aula de futebol. É um curso para ex-atletas. Não tenho essa pretensão no momento, mas não descarto nada que venha do futebol. Tudo que tenho é graças aos meus pais e ao futebol”, completou.

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América


Não é apenas com a camisa do Atlético que Tucho guarda lembranças de clássicos. Pelo América, o ex-meia foi campeão mineiro de 2001, justamente sobre o Galo, e uma declaração do ex-presidente Alexandre Kalil causou comoção entre as revelações do Coelho à época.

“Muita gente pensa que sempre joguei na base do América, mas antes passei pelo Atlético. Em 2001, quando ganhamos o Mineiro com o América, a média de idade do nosso time era de 22 anos. Lembro que o Kalil, daquele jeito explosivo dele, foi para a televisão e disse que não acreditava. Vários jogadores que participaram da conquista (pelo Coelho) passaram pela base do Atlético antes. Ele disse que gostaria de saber como esses meninos não continuaram por lá”.

Dentre os jogadores citados por Tucho, além do próprio que saiu do Galo para se profissionalizar no América, há nomes como Claudinei, Thiago Gosling, Wellington Paulo e Rui.

Sem sofrer com o fim da carreira, Tucho se divide entre a nova função e o cargo de “motorista do filho”, como destacou ao falar da importância de sua família. Porém, em relação ao esporte, o ex-jogador tem fatos negativos, como os calotes de clubes de Portugal, Romênia e Grécia. No último país, ele comenta que viu de perto o esquema de manipulação de resultados.

“A Grécia é um lugar complicado, que estava em crise econômica e no futebol também quando cheguei (em 2008). Os representantes não são profissionais. Há negociação de jogos, compra de resultados. Já me tiraram de jogos por causa de negociação. Você fica por um tempo porque o contrato é bom, mas depois decide ir embora”, finalizou.

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