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COLUNA DE FRED MELO PAIVA

Que saudade que eu tava docê

postado em 26/01/2015 11:00 / atualizado em 26/01/2015 08:24

O ano-novo judeu rolou faz quatro meses. Para os católicos, ocorreu em 1º de janeiro de 2015. No caso do atleticano, essa raça sui generis, o réveillon foi na quarta-feira passada, quando o Galão da Massa enfrentou esse Boa Esporte da Europa, o Shakhtar, cujo treinador me pareceu um Givanildo fugido do hospício.

A certa altura do grande desafio internacional, tive pena do Bernard: depois de levar 7 da Alemanha na corcova, perigava tomar mais 7, 8, quiçá o 9 a 2 eterno, e justo para o time do coração. Ninguém merece. Se eu estivesse no lugar dele, me amarrava num poste na entrada da Cidade do Galo e jogava a chave fora – o Givanildo que se virasse com os separatistas russos.

O Galo abre 2015 como encerrou 2014: com sangue nos zoio, na sua já manjada, mas sempre bem-vinda, bagunça organizada. A lamentar, apenas, a saída do nosso Tardelli. Uma pena que tenha trocado a camisa 9 do Atlético, a beca mais gloriosa do mundo, por um punhado de dólares e uns vira-latas à milanesa. Nem bem se foi e já quer voltar, com suas tuitadas de quem se separou da mulher, mas não se aguenta de vontade de dar mais umazinha.

Acontece, dom Diego, que a fila anda. E ainda bem que não veio nenhum montijo de mierda, porque a geração de Dodô é João Leite, Cerezo e Reinaldo quando Raul Seixas conseguiu comprar um Corcel 73. Pra mim, já ficou de bom tamanho o que nos trouxe o garçom Nepomuceno, gente boa como Alexandre Kalil, il capo di tutti capi – um Pratto e um Pires. Da minha parte, quero ver é a base jogar, todo mundo atleticano até o tutano do osso, como esse Marcos Rocha, que só falta tatuar o pulgão da Galoucura.

Que venha o Campeonato Mineiro, porque, como disse o filósofo, quando tá valendo, tá valendo. Que Riascos, nosso ídolo eterno, protagonista no turning point de tudo, parta de novo pra bola. Ah, meu Galo querido, que saudade eu tava docê!

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