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DA ARQUIBANCADA

São Victor nos livrou do mal

'Chuta que é macumba', teria dito Ele, alcançando os tímpanos sagrados de Victor Bagy, até então um simples mortal

postado em 30/05/2015 12:00

REUTERS/Washington Alves
José Maria Marin é um extraordinário caso de sucesso. Foi revelado nas categorias de base, roubando medalha na Copa São Paulo. Chegou à Seleção Brasileira numa troca, à primeira vista, de seis por menos que meia dúzia – saiu Don Corleone, entrou o amigo do delegado Fleury. Mas Marin soube aproveitar a oportunidade, afinal é ela que faz o ladrão. No crepúsculo de sua brilhante carreira, está preso na Suíça e pelo FBI, elevado à categoria de um Al Capone. João Havelange, Ricardo Teixeira, Zezé Perrella, Paulo Maluf, José Dirceu – muitos tentaram, só Marin conseguiu! Com muito orgulho e com muito amor.

Marco Polo del Nero é o atual mandatário da CBF, essa Louis Vuitton que veste os revoltados online em suas marchas e micaretas contra... bem, a corrupção. Del Nero teria potencial pra superar Marin, mesmo que o marido da dona Neusa tenha atingido essa posição de Al Capone. Mas, naquele momento River Plate de sua existência, acabou tremendo. Fez check-out à francesa no hotel de Zurique e se mandou. Quem disse que Deus não dá asa à cobra?

Del Nero sofre hoje de um mal terrível. A princípio, era apenas um pontinho na palma da mão. Mas esse pontinho virou uma pinta, e essa pinta começou a crescer. Suspeitou-se de algum tipo de câncer, mas o diagnóstico foi descartado quando surgiu um furo no centro da grande verruga, a essa altura dotada de pregas. Não há mais dúvida: Marco Polo Del Nero está com o c. na mão. É portador da doença a que o FBI chamaria Ass in the Hand Disease.

A patologia atinge um terço de Minas Gerais. São números assustadores. Por isso, na quarta-feira passada um grande simpósio sobre o assunto reuniu milhares de pessoas no Mineirão. Enquanto no campo se desenrolava uma partida de futebol entre Crüzeiro e River, na arquibancada cerca de 50 mil pessoas estavam com o Ass in the Hand.

A primeira vez que as vítimas da doença em Minas notaram o pontinho na palma da mão foi em 2009, numa noite de Verón. Nos últimos dois anos, sem alcançar vitória sobre o rival, viram a verruga transformar-se naquilo que sabemos: com o passar dos anos, vêm os ânus.

Felizmente, dois terços de Minas Gerais não desenvolveram a doença. Ao contrário: diante das dificuldades que fatalmente culminariam com o fiofó na mão, o atleticano criou a resistência. E assim como a noite de Verón é tida como o pontapé inicial para todas as desgraças, houve um momento-chave nesse processo de vacinação: a defesa de São Victor, aos 48 minutos do segundo tempo, em 30 de maio de 2013.

Quando Riascos partiu pra bola, todo atleticano do mundo viu o pontinho negro na palma da mão. Foi quando Deus se manifestou pela perna esquerda de São Victor. “Chuta que é macumba!”, teria dito Ele, alcançando os tímpanos sagrados de Victor Bagy, até então um simples mortal.

Desde aquele dia, não há ânus que se pronuncie na mão do atleticano. Pelo contrário: quanto mais hercúlea a missão, mais o dito cujo se desenvolve na palma do adversário.

É por isso que hoje, 30 de maio, celebra-se o Dia de São Victor. O dia da superação. O primeiro dia do resto de nossas vidas. Pra você que está em Belo Horizonte, uma procissão dará a volta no Independência a partir das 16h de hoje, com a concentração na Arena do Espeto. Cabe todo tipo de devoto de São Victor: católicos, ateus, adventistas, crentes, o pessoal da igreja do Jim Jones. Só não entra quem tem o Ass in the Hand.

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