Atlético
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DA ARQUIBANCADA

Parecia filme de terror. Só que no lugar do Ed Wood tava o Ed Carlos

"Se houve um alento, foi ver o Independência lotado e a torcida cantando o hino no final. A cada vez que se ensaiou uma vaia, ela acabou engolida"

postado em 28/05/2016 12:00 / atualizado em 28/05/2016 16:11

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Rapaz, parecia a Alemanha... Eu olhava o Edcarlos com aquele cabelo e via o David Luiz. Só não foi de sete porque eles queimaram a regra três com 30 minutos do primeiro tempo. E não teria nem o gol de honra, porque até saudade do Berola me deu. Parecia filme de terror. Só que no lugar do Ed Wood tava o Ed Carlos. De qualquer maneira, a gente tem de olhar o copo cheio. Se o Edcarlos joga futebol profissionalmente, por que eu não posso cantar no AC/DC? Por que tem de ser o Axl Rose? Edcarlos é uma lição de vida – a gente olha ele na zaga do Atlético e pensa: yes, we CAM!

Ave, Maria! Parecia o Crüzeiro lá no Recife... Com a diferença de que o Crüzeiro teve lá suas chances, dizem que jogou até bem, não sei se confere. (Eu não vejo nunca um jogo desse pessoal, porque basta eu passar zapeando que eles fazem um gol. O Gilvan devia me contratar só pra assistir a jogo do Crüzeiro, são três pontos garantidos, uma coisa impressionante. Mas, infelizmente, Gilvan, eu não vou poder aceitar porque tenho proposta do exterior).

Mas como eu ia dizendo, parecia o Crüzeiro... Até a avaliação do Paulo Bento, de que nem todos podem vestir a “camisola”, serve pra gente. Se bem que Edcarlos dorme de pijama, eu imagino. Apesar do mau humor, Edmonstro, gostaria de agradecer a você pelo gol contra o Corinthians. Nunca na vida o atleticano vai esquecer daquilo. No mais, assina em duas vias aqui no pé dessa coluna mesmo e tá liberado. Tchau, querido! Vai com Deus, mas vai na bola também, porque ela não vai sair da área andando sozinha.

Para além da apresentação bizarra de alguns jogadores, o mais preocupante foi ver o time sem esquema algum, nenhuma jogada, nenhum resquício do que houve de bom nos trabalhos de Aguirre, Levir e Cuca. Tudo bem que Marcelo Oliveira tenha acabado de chegar. Mas se fosse no rachão, o perna de pau cuidaria de ficar atrás dando bico, os mais ou menos fariam o meio, e os barrigudos ficariam na banheira. Não havia nem essa mínima organização peladeira, o básico do arranca-toco. Ok, tínhamos nove desfalques. Mas o Grêmio terminou o jogo sem seis titulares. E passeando como não se via desde a maior conquista da história do Crüzeiro, os 6 a 1 em cima da gente.

Foi triste. Um déjà-vu dos anos 2000 que podíamos ter passado sem. Ao terminar o jogo, eu tava igual o inocente útil que foi pra rua lutar contra a corrupção, brigou com familiares e amigos, pra descobrir duas semanas depois ter ajudado a instalar no poder um sindicato de ladrões que apenas desejava se safar. Como o sujeito que fez doações ao MBL, agora também desmascarado, eu queria passar a noite debaixo da cama, tamanha a vergonha.

Se houve um alento, foi ver o Independência lotado e a torcida cantando o hino no final. A cada vez que se ensaiou uma vaia, ela acabou engolida por aqueles que sabem o papel da torcida do Galo nos momentos de dificuldade. Parabéns para o Comando de Caça aos Corneteiros – tá funcionando! Ao Marcelo Oliveira, toda a sorte do mundo: a gente é muito maior do que essa quinta-feira, e o domingo já está aí para provar isso. O Vitória vai pagar o pato, igual o povo no golpe.

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