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COLUNA DO JAECI

Levir entrega o ouro. Cruzeiro faz o dever de casa

Nada está definido, mas muito bem encaminhado para Cruzeiro e Flamengo

postado em 30/10/2014 12:00 / atualizado em 30/10/2014 08:52

Jaeci Carvalho /Estado de Minas

Mauricio Val/VIPCOMM

Na maior parte do tempo em que esteve com dois volantes em campo, o Atlético segurou o Flamengo. Mas o time levou o primeiro gol aos 15min do segundo tempo e dois minutos depois Levir Culpi já tirou Pierre. O treinador estava mesmo com vontade de escalar apenas um volante, num jogo decisivo, no Maracanã. O resultado foi pior ainda. Flamengo 2 a 0, com boa atuação. Foi uma partida equilibrada na etapa inicial, de muita marcação, passes errados e poucas chances. As duas equipes não se arriscavam, por medo de errar e sofrer o gol. Mas a insistência de Levir em querer jogar com cinco atacantes acabou castigando o Galo. As substituições foram péssimas, pois Luan e Marion nada acrescentaram, e agora o alvinegro se vê na obrigação de vencer por três gols de diferença, ou, na pior das hipóteses, devolver o placar para levar a decisão da vaga para os pênaltis. Teimosia normalmente resulta em derrota, e essa deve ser debitada na conta de Levir Culpi.

O jogo foi muito bom, do ponto de vista da disposição, vontade e marcação. Normalmente os jogos decisivos são assim. O Flamengo atuou do jeito que Luxemburgo gosta: atraindo o adversário para seu campo, explorando os contra-ataques e a velocidade de Gabriel e Éverton. O Galo usava a mesma arma, com Tardelli e Maicosuel, mas ambos, bem marcados, não conseguiram muito. Pierre e Josué davam conta do recado e impediam as ações rubro-negras. O empate sem gols, na fase inicial, traduziu exatamente o que os dois times fizeram, ou deixaram de fazer.

As emoções estavam reservadas para a fase final. O gol do Flamengo, com Cáceres, e Pierre, que havia levado cartão amarelo, sendo substituído. Mesmo assim, o Galo foi para cima, tentando o empate, esbarrando na forte marcação carioca e na excelente atuação de Chicão. O castigo foi maior. O garoto Gabriel fez fila pela esquerda, sozinho, marcado e cercado por quatro atleticanos. Driblou, entrou na área e foi derrubado por Josué. Pênalti que resultou no gol de Chicão, mesmo com Victor tocando na bola.

Os jogadores do Galo cercaram o árbitro, pedindo a expulsão de Canteros no lance anterior, pois ele cortara um ataque atleticano com a mão e já tinha cartão amarelo. Como deu vantagem, Luiz Flávio de Oliveira esqueceu de dar cartão ao rubro-negro, cometendo seu único erro na partida. Com o 2 a 0 no placar, o Flamengo passou a administrar, e o Galo a dar sufoco. Mas não era uma noite atleticana, pois o time não jogou aquilo que o torcedor está acostumado a ver.

O fim do jogo mostrou que Levir Culpi errou ao tirar Pierre e não colocar outro volante em seu lugar, pois a partir dessa alteração equivocada, o Flamengo consolidou sua vitória, chegando a um placar que nem mesmo ele imaginava conseguir. Jogos decisivos são assim: não admitem erros. E Levir errou no momento em que não deveria, nem poderia errar.

Não é à toa que Luxemburgo tem cinco título brasileiros e uma Copa do Brasil, enquanto seu colega, apenas uma Copa do Brasil, conquistada em 1996. Ainda haverá 90 minutos para o Galo e sua torcida acreditarem, mas o time vai viver o mesmo drama que viveu contra o Corinthians. Nada está perdido, mas ficou muito mais difícil. O torcedor vai se apegar ao fato de o Galo ser o time da virada, principalmente em se tratando de derrota por 2 a 0. Inverteu duas vezes na Libertadores, e a esperança é de que isso se repita na Copa do Brasil. Mais emoções estão reservadas para a semana que vem. O sonho do Atlético, de chegar à primeira final de Copa do Brasil, não pode e não deve morrer. Enquanto há esperança, há vida.

Cruzeiro
No Mineirão, o Cruzeiro fez o dever de casa e derrotou o Santos por 1 a 0, gol de Willian. Como optei por ver o jogo entre Flamengo e Atlético, não posso tecer qualquer comentário a respeito da partida. Porém, o Cruzeiro consegue resultado importante, e vai à Vila Belmiro, na semana que vem, jogar pelo empate. Por enquanto vai se desenhando outra final entre rubro-negros e Raposa, repetindo a decisão de 2003, vencida pelo time mineiro. Mas ainda teremos 90 minutos na Vila e outros 90 no Mineirão.

Nada está definido, mas muito bem encaminhado para Cruzeiro e Flamengo. Que o técnico Levir Culpi reveja seus conceitos e escale um time com dois volantes, pois, mesmo em casa, se entrar com apenas um correrá o risco de sofrer gols e amargar a eliminação. A bola pune.

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