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COLUNA DO JAECI

18 dias para mudar

'O Galo entrou numa fase ruim, nada dá certo, contusões ocorrem sucessivamente, a bola não quer entrar. Ficou difícil, mas para um time que reverteu tantos resultados improváveis, nada é impossível'

postado em 01/03/2015 12:00 / atualizado em 01/03/2015 12:20

Juarez Rodrigues/EM/F. A Press

O Atlético faz seu pior início de Libertadores. É verdade que ele só a disputa pela sétima vez, mas está deixando a torcida preocupada, com alguns até já tendo jogado a toalha. Realmente, para quem ganhou a Copa do Brasil encantando o país, com futebol rápido e envolvente, o Galo está bem aquém do que se imaginava, mas acho cedo para desistirem. A grande decisão será na Colômbia, no dia 18, contra o Santa Fe. Uma vitória deixará o alvinegro no rumo da classificação. Derrota ou empate deverá significar o fim. Esse time não ficou ruim da noite para o dia. Ele tem bons jogadores, ainda mais com os reforços de Cárdenas e Lucas Pratto. O problema é que o primeiro ainda está sem ritmo e desentrosado e o segundo se machucou num jogo que não deveria ter disputado. Mas já aconteceu e é preciso pensar para a frente. A equipe, desde a Libertadores de 2013, já mostrou à Massa que sabe como ninguém conquistar resultados tido como impossíveis.

Mas apenas superstição e reza não adiantam. Nesses 18 dias, será preciso que os atletas se entrosem, voltem a jogar o que sabem, e o técnico Levir Culpi, que considero dos melhores do país, escale e mexa com propriedade. Ele errou contra Colo Colo e Atlas ao tirar volantes marcadores e abrir o time. Eu o ouvi dizendo que fez isso para ganhar. Nem sempre é assim. Pode-se manter os marcadores, mudar o pessoal da frente e vencer. Mas isso não o diminui nem desqualifica. Alguns jogadores caíram de rendimento e outros sempre foram isso, como Maicosuel, Patrick e Emerson Conceição. Ilusão foi achar que Luan poderia se tornar um craque. Bom de grupo, a gente percebe seu amor pelo clube, mas é limitado. Defendi-o para que se tornasse titular, mas me equivoquei. É o tipo de jogador que entra na metade do segundo tempo e incendeia a partida com garra e vontade. Começando, porém, é limitado.

Analisando friamente, o Atlético perdeu Tardelli, que realmente era seu diferencial depois da saída de R10, e contratou Pratto e Cárdenas, num esforço do presidente Daniel Nepomuceno para tornar o time mais forte para a conquista da Libertadores. Mas nem sempre as coisas saem como se deseja. O dirigente vai precisar de tempo para impor sua filosofia. Ele participou dos seis anos da gestão Kalil, aprendeu muito e tem suas próprias convicções, mas é preciso ter cuidado e paciência. O Galo entrou numa fase ruim, nada dá certo, contusões ocorrem sucessivamente, a bola não quer entrar. Ficou difícil, mas para um time que reverteu tantos resultados improváveis, nada é impossível.

AFP PHOTO / AIZAR RALDES


CRUZEIRO

Habituado à Libertadores, com quatro finais e dois títulos, o time sofreu mudanças radicais, com a venda de quatro jogadores importantes, mas contratou substitutos à altura. Só que não é fácil formar um time durante a disputa. Para mim, De Arrascaeta deve atuar partindo de trás com a bola dominada, pela esquerda. Na frente, perto do centroavante, ele não foi bem diante do Universitario de Sucre. Fez duas belas jogadas, porque tem potencial e qualidade, mas ainda é muito jovem e vai precisar se adaptar ao nosso futebol, ao clube, aos companheiros. Mena assumiu a lateral esquerda como se fosse um veterano. E Willians, volante pegador e competitivo, tem a cara da Libertadores. Não gosto de Leandro Damião, por não admirar atacantes paradões na área, mas ele pode fazer gols, como Fred.

De qualquer forma, o Cruzeiro tem grupo e time fortes para buscar o tri. Mas o torcedor se acostumou com um time que jogava por música em dois Brasileiros, mas fracassou nos mata-matas. Acho o time atual menos técnico e talentoso, porém, mais competitivo, o que pode ser importante. Entretanto, quem decide é sempre o talento, o craque, o jogador cerebral. De Arrascaeta é essa esperança. A missão de remontar a equipe em meio à competição caberá a Marcelo Oliveira, bicampeão brasileiro, que é muito bem pago para isso. Acho a chave cruzeirense fraca e penso que o time vai se classificar com os pés nas costas. Mas da teoria à prática a distância é grande. Que Marcelo encontre o caminho das pedras o mais rápido possível.

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