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COLUNA DO JAECI

Horto: certeza de vitória

Pertinho da torcida e comandados por ela, os jogadores sentem a pressão e transformam jogos difíceis em épicos

postado em 01/04/2015 12:00

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press


Antes de viajar para a Europa, sugeri, na coluna e no Alterosa no ataque, que o Atlético fizesse no Independência a partida de sua vida, contra o Santa Fe. Fiquei feliz ao saber que o presidente Daniel Nepomuceno optou pelo Horto. Primeiro, porque os preços cobrados pela Minas Arena são absurdos. Segundo, porque decisão no estádio a torcida já sabe: dá Galo na cabeça. Se vencer os colombianos, o alvinegro chegará aos mesmos 6 pontos do adversário e se reposicionará de vez na briga por vaga num grupo equilibrado e forte. O time começou mal por causa da ausência de jogadores importantes e por não repetir o futebol que o torcedor estava acostumado a ver. Aos poucos, o departamento médico vai ficando vazio e Levir Culpi ganha mais opções. Não tenho dúvida de que Lucas Pratto, grande contratação, vai dar cabo do adversário com seus gols decisivos. Ainda mais diante da Massa, que sempre acredita.

Até mesmo Guilherme, recuperado de contusão e de contrato novo, poderá ficar à disposição para quinta-feira. Ele permanecerá até o fim do ano – não sei por que valores, mas qualquer aumento que tenha recebido é absurdo – e está disposto a se explicar de vez. Contratação mais cara da história do clube, em quatro anos, ele atuou apenas 100 vezes, muito pouco pelo investimento. Não deixa de ser ótimo jogador, porém, como armador, não rende o que mostra nos treinos. Instável, vive contundido, pois tem a musculatura comprometida, talvez pelos dois anos em que foi reserva na Ucrânia, e jamais convenceu. Tem este ano para tentar provar algo. O Atlético até tentou negociá-lo, mas ninguém se prontificou a pagar R$ 400 mil de salários. O Santos, por exemplo, negocia Thiago Ribeiro com o Galo para se livrar do alto salário. Será que o alvinegro está com o caixa recheado ao ponto de pagar uma fortuna pelo atacante?

É curioso o futebol. O lateral-esquerdo Egídio foi vendido pelo Cruzeiro em janeiro ao futebol do Leste Europeu. Em março, já retornou ao Brasil, para defender o Palmeiras. Os jogadores brasileiros queimam o filme da categoria ao fazer isso, pois, segundo consta, pegam as luvas, uma pequena fortuna, não cumprem o contrato e não devolvem o dinheiro recebido. Falta comprometimento. Se o cara sabe que não conseguirá se adaptar ao futebol da Rússia ou da Ucrânia, que não vá. Sei que o que se pago por lá é realmente uma fantasia, mas não é fácil suportar o frio, o idioma e outros problemas. Por isso, a maioria volta rapidamente. E garanto que Egídio ganhará no Palmeiras o que ganharia na Europa. É preciso acabar com isso. Antigamente, jogadores eram vendidos, cumpriam contrato e não ganhavam tanto. O futebol mudou mesmo para pior.

Voltando ao Galo, sábia a decisão do presidente. Pertinho da torcida e comandados por ela, os jogadores sentem a pressão e transformam jogos difíceis em épicos. No Horto, o Atlético tem totais condições de despachar o Santa Fe e, dependendo do resultado de Atlas x Colo Colo, até assumir a liderança, no saldo de gols. Depois, sairá para pegar os mexicanos e fechará sua participação na primeira fase pegando os chilenos em BH. Como o Independência não abrigará mais o show do Kiss, o jogo tem de ser lá. Pode ser decisivo para a classificação e abrir mão dele seria temeridade. O time tem de avançar. Pelo que tenho visto, está subindo de produção, aproximando-se do futebol que lhe deu a Copa do Brasil. A torcida, que acredita sempre, lotará o Independência, apoiará até o fim e sairá comemorando, estou certo. Já imagino Lucas Pratto fazendo gols, subindo no alambrado e comemorando com a Massa.

Queremos o Galo nas oitavas de final da Libertadores, mas, para avançar, terá de subir de produção, melhorando o nível de 50% do time. Levir Culpi sabe mexer o doce, mas não deve ser teimoso nem ranzinza. Poupar os principais jogadores do jogo pelo Mineiro que antecede a decisão da semana que vem será fundamental para o êxito da equipe.

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