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COLUNA DO JAECI

Força do Horto. Desafio do Morumbi

Teremos o Morumbi com capacidade máxima e o Independência com a Massa empurrando o Galo. Assim, a qualidade do espetáculo vai subir com a temperatura

postado em 06/05/2015 12:00 / atualizado em 06/05/2015 08:16

EM DA PRESS
Teremos esta noite, no Horto e no Morumbi, dois grandes clássicos brasileiros pela Libertadores. O Galo, campeão mineiro, recebe o Internacional, campeão gaúcho, tentando mostrar que jogar a primeira em casa e a segunda fora será o mesmo. Desta vez, terá de decidir no campo do adversário. Já o Cruzeiro, bicampeão brasileiro, pega o vice, São Paulo, em confronto de equipes que precisam se afirmar. Os mineiros se classificaram no sufoco, com futebol pobre. Não arrisco palpites. Todos são campeões sul-americanos e, por mais que não estejam bem, podem crescer a partir desta fase. Vejo o Inter um pouco mais encorpado e o Galo mais forte com Thiago Ribeiro. Se este não for titular, será brincadeira de mau gosto de Levir Culpi. Carlos precisa ser emprestado a algum clube para pegar experiência e se reciclar. Depois daqueles dois gols no Cruzeiro, nunca mais jogou bola. Com Dátolo voltando à forma da Copa do Brasil e Pratto com fome de gols, a situação pode muito bem ser favorável ao alvinegro.

Acho o torcedor engraçado. Quer levar vantagem a qualquer preço e, como eu, vive criticando a Libertadores, por ser competição fraca, mas, em confrontos de alto nível, com times de primeira, mesmo longe da melhor fase, preferiam adversários fracos. Teoricamente, o Corinthians leva enorme vantagem quando escapa do Galo para pegar o Guaraní paraguaio. Quem quer ser campeão, porém, se fortalece vencendo os chamados mais fortes. Ambos os mineiros têm chance de desbancar os rivais e entrar nas quartas de final entre os favoritos à taça. Claro que terão de jogar bem mais do que até aqui, mas não há equipe referência no Brasil.

O grande problema é que os Estaduais não preparam ninguém para nada. Em São Paulo ainda há clássicos em que os times se testam. Aqui, tivemos apenas dois entre Cruzeiro e Atlético, conturbados e com os times tentando se encontrar. Mas tem gente que insiste com essas competições longas, sem propósito, que não servem de parâmetro. Tanto que nos últimos tempos os campeões estaduais, com exceções, não se dão bem no Brasileiro. Vale lembrar que a Libertadores agora chega ao mata-mata, e uma noite infeliz pode significar a eliminação de quem tinha tudo para ir longe. Já passou da hora da volta das copas regionais, de fevereiro a maio, com equipes fortes se enfrentando. A Sul-Minas e o Rio-São Paulo eram sucesso de técnica e de público.

Outro fator importante quando os grandes se enfrentam é a bilheteria. Teremos o Morumbi com capacidade máxima e o Independência com a Massa empurrando o Galo. Assim, a qualidade do espetáculo vai subir com a temperatura. O novo Atlético, que saiu de um marasmo de 42 anos sem títulos, hoje entra nas competições para vencê-las. Em se tratando de Libertadores, foi o último campeão entre os brasileiros na disputa, mas isso não quer dizer nada. Tem força, torcida e grupo qualificado, que precisa dar um pouco mais de gás para nos convencer de que é possível. Acreditar, é claro que a torcida acredita, mas tomara que não precise usar o bordão por causa de um gol do Inter. Tomara que grite até o fim. Tenho certeza de que Pratto está doido para estufar a rede.

Quanto ao Cruzeiro, vive momento conturbado. Criou-se um estigma em cima do camisa 10, como se tal jogador, que não existe, fosse a grande solução para os problemas do time. Este vem mal desde o segundo semestre do ano passado, quando o treinador perdeu o comando do grupo. Com gordura acumulada no turno, a equipe foi campeã, mas chegou ao título, mas esteve ameaçada pelo São Paulo, que chegou a ficar quatro pontos atrás. O problema não é a falta do 10, mas a formação do novo time com os jogadores que vieram. O grupo não é ruim. Com um Telê Santana e um Carlos Alberto Silva, não tenho dúvida de que a equipe estaria jogando futebol de primeira linha. Deem a um bom técnico vários limões, e ele faz a limonada. Se não tiver competência, o tempo mostrará.

Sejamos, porém, otimistas. Quem sabe o espírito da Liga dos Campeões não inspire e tenhamos grandes jogos, com emoção e qualidade? O futebol atual na América Latina é o que estamos vendo: sem talento, craques e estrategistas. Mas é o que temos.

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