Jogando em Porto Alegre, o Atlético não tomou conhecimento do Internacional e venceu por 3 a 1, assumindo a liderança do Campeonato Brasileiro. Como eu disse no Alterosa no Ataque, o Galo tem um dos grupos mais qualificados do Brasil e um time sobrando no Nacional, mesmo com alguns desfalques. Levir Culpi sabe mexer o doce direitinho, vence fora ou em casa. O Galo é favoritíssimo ao título, e mesmo em uma competição equilibrada, com várias equipes se revezando na ponta, continua firme, em busca da taça.
Eu já disse que esse Galo vai dar caldo e que é uma equipe confiável. Muitos internautas me mandam mensagens, dizendo temer um desmanche. Não se preocupem, atleticanos, o Atlético tem um grupo forte, uma retaguarda firme e um time capaz de brigar pela taça. Sei que há várias equipes na disputa, porém, algo me diz que este ano o alvinegro tem tudo para voltar a conquistar o Brasileiro, que não ganha há 43 anos. Se 2013 foi o ano do Galo, por que não 2015 também? Aqui (ou no Beira-Rio) é Galo p...!
De volta às vitórias
Assisti ao jogo do Cruzeiro pela TV. Sábado, às 21h, ninguém merece. Por isso o Mineirão estava às moscas. Sete mil pagantes não é público para o bicampeão brasileiro, acostumado a mais de 30 mil pagantes em jogos em dias e horários normais. Porém, o futebol de hoje é isso. A TV põe no horário que bem entende, e nós que nos danemos. Também, vivemos num “país seguro, cheio de saúde, educação, com violência perto de zero”, não é mesmo? Só rindo para não chorar. O importante foi constatar a evolução do time comandado por Luxemburgo, que venceu o Atlético-PR por 2 a 0, mas poderia ter metido cinco, pois mandou duas bolas na trave e o goleiro paranaense fez três ou quatro grandes defesas. E olha que Luxa ainda não conta com os jogadores que estão no DM, nem o clube contratou, pelo menos ainda, uma ou duas cerejas para o bolo. Mas gostei da organização tática e confesso que a entrada de Paulo André deu mais qualidade, por causa de sua liderança. Ele é uma espécie de técnico dentro de campo, comandando os setores e dizendo o que deve ser feito. Se continuar assim, será titular em breve, se bem que na quinta-feira, contra o Fluminense, no Maracanã, deve jogar, pois Bruno Rodrigo está machucado.
Luxemburgo foi ao Ceará buscar o atacante Marinho, conhecido apenas pelo palavrão que soltou numa entrevista, após um jogo de sua ex-equipe. Na Bomba do Jaeci de sábado, coloquei um depoimento de Luxemburgo, dizendo que esse garoto vai dar o que falar. E não será pelos palavrões, e, sim, pela competência. Se depender do que fez na estreia, está aprovado. Jogou pouco tempo, mas o suficiente para fazer um belíssimo gol, numa cabeçada que mais parecia um chute; sofrer o maior número de faltas e incomodar bastante a defesa. Como tem velocidade esse garoto! Acho que entra para não sair mais do time. Não sei quais as condições físicas, mas, em forma, é ele, Fábio e mais nove. Felizmente, o time ficou reforçado pela ausência de Willian. Isso mesmo, aquele do bigode, que tinha cadeira cativa na equipe, mas que é muito fraco para vestir a camisa azul. Peguem os jogos que fez e vejam o custo-benefício. Com certeza, está no vermelho, no débito com o time e a torcida.
Outro que está se achando um Falcão é o volante Willians. Calma, meu caro. Limitado, quer sair jogando e driblando, mas não tem categoria para isso. Acho mesmo que, quando Luxemburgo achar um volante de mais qualidade no grupo, Willians será reserva ou vai deixar o clube. O problema é que os bons jogadores estão contundidos, e Charles parece ainda não ter a condição física ideal. Aliás, peguem o currículo de Willians. Foi mal no Flamengo, onde começou; no Internacional e por onde passou. Ninguém libera um grande volante dessa forma. Se fosse mesmo bom, estaria no Mengão até hoje. Adorei ver De Arrascaeta pelas extremas. Gosto quando ele vem com a bola dominada, mas Luxemburgo parece ter achado o lugar exato, onde ele rende mais. Fez belíssima partida, um gol e deu um excelente passe para o gol de Marinho. Mas ele ainda precisa de um grande jogador, que atue ao seu lado, para ajudá-lo a crescer. Júlio Baptista, com quem encontrei no teatro, na sexta-feira, poderia ser esse jogador, e ele quer. O problema é que ganhando mais de R$ 1 milhão não há a menor chance de ele ficar. Se reduzir para um terço esse salário, aí sim, o martelo será batido. Em forma, em condições reais de jogo, pode ser útil, mas com esse salário exagerado, nada feito.
O importante é que o Cruzeiro voltou a vencer, espantou uma possível crise e volta ao campeonato, com chances de crescer. Pelo jeito, valeram a bronca e os xingamentos de Luxemburgo, na sexta-feira. E isso é a coisa mais normal do mundo. Quem o conhece, como eu, já o viu acabar com um jogador no vestiário e depois sair com o próprio atleta para jantar. Além de técnico, Luxemburgo é formado em psicologia, e isso lhe dá a prerrogativa de saber a hora de xingar e a hora de afagar. Não é nada demais. E nunca vi um treinador dar bronca de forma educada. É no palavrão mesmo. Jogador de futebol só entende esse tipo de linguagem. Que o Cruzeiro volte ao rumo, que os jogadores machucados se recuperem e encorpem a equipe, e que alguém de peso seja contratado. Sei que não há jogadores de qualidade disponíveis no mercado, mas, se houver, o clube vai buscar, para tentar brigar pelo tri brasileiro. O tempo para treino é curto, mas, com todos os tropeços, o Cruzeiro tem hoje organização tática, postura de time e esquema de jogo definido, coisa que não tinha de uns tempos para cá.