Atlético
None

COLUNA DO JAECI

A força do grupo atleticano

Como tudo para o Galo é sofrido, ele terá de superar esses adversários. Justamente no ano em que é o melhor time do Brasil, há concorrentes fortes no encalço

postado em 27/07/2015 12:00 / atualizado em 27/07/2015 08:19

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO
Mais líder do que nunca, o Galo teve dificuldades para vencer o Figueirense, no sábado, pois o time catarinense é muito bem armado, fecha-se como poucos e contra-ataca com eficiência. Mas o que importa é que o Galo faturou os três pontos e segue firme na luta pela taça. O Galo mandou duas bolas na trave, com Lucas Pratto (foto), perdeu outras boas chances diante do excelente goleiro Alex, de codinome Muralha, mas também precisou que “São Victor” fizesse alguns milagres. Foi um jogo de qualidade, no qual o Atlético mostrou, mais uma vez, a força de seu grupo. Guilherme entrou muito bem, com visão de jogo e a qualidade que lhe são peculiares. Ter peças de reposição à altura é importante para esse tipo de competição, e o Galo tem até de sobra. Se Levir souber administrar os vários egos, como o próprio Guilherme declarou outro dia, não será difícil brigar pela taça até a última rodada. Este ano há um porém: enquanto em 2013 e 2014 o Cruzeiro sobrava, nesta temporada há pelo menos seis equipes em condições de ganhar a taça – o próprio Atlético, Corinthians, Fluminense, Sport, Grêmio e São Paulo.

Como tudo para o Galo é sofrido, ele terá de superar esses adversários. Justamente no ano em que é o melhor time do Brasil, há concorrentes fortes no encalço. Abro um parêntese para o Lucas Pratto, que jogador! Não é o artilheiro da competição, mas fundamental para que seu time esteja onde está. Centroavante moderno, ajuda na marcação, tabela, chuta a gol, normalmente no alvo, e ,quando possível, deixa sua marca, como na tranquilidade que teve para cobrar o pênalti no gol da vitória de sábado. Dizem que o peruano Paolo Guerreiro, do meu Flamengo, é o melhor centroavante do país. Discordo. Vejo Pratto muito à frente, por tudo o que citei. Guerreiro sabe pôr a bola nas redes, mas é parado: vejam os três gols que fez pelo Fla, em três jogos, e perceberão que em todos ele apenas deu o toque final, quase dentro do gol. Pratto é mais participativo, mais eficiente, mas qualificado. O Galo tem o melhor atacante do país, que ainda ajuda na marcação, que se preocupa em disputar as bolas que ele mesmo perde. Exemplo: perdeu uma bola na entrada da área do Figueirense, levantou-se, voltou atrás daquele que lhe roubou a pelota, e tomou-a de volta. Um jogadorzaço. E além de tudo, tem a velha e conhecida garra argentina.

Infelizmente, o Brasileirão está com nível técnico cada dia mais baixo. E um fator me chama a atenção: dos times que citei com chances de ganhar a taça, somente o Corinthians tem um técnico vencedor. Tite já ganhou Brasileiro, Libertadores e Mundial. Os demais, inclusive Levir Culpi, não ganharam praticamente nada. Culpi tem apenas duas Copas do Brasil, com Cruzeiro (1996) e Galo, ano passado. Enderson Moreira, do Flu; Eduardo Baptista, do Sport; Roger Machado, do Grêmio; e o colombiano Juan Carlos Osorio, do São Paulo, buscam um lugar ao sol. Mas todos têm feito bom trabalho, com o material humano ruim que temos hoje. A pior safra de nossa história.

Vivemos o pior período do futebol brasileiro, a ponto de nos assustarmos em pegar o Chile, em Santiago, no primeiro jogo pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Com as gerações de ouro, teríamos dificuldades, mas passaríamos, com certeza, com boa vitória. Hoje, o torcedor já imagina uma derrota, e torce para que não seja por goleada.

Voltando ao Brasileirão, tenho muita fé nesse Galo. Por onde ando, torcedores alvinegros me perguntam se o Galo será campeão. Não posso adivinhar, pois não sou futurólogo, mas, pelo que tenho visto, é o time mais qualificado e habilitado para tal. Muitos temem o que ocorreu em 2009, quando o Galo perdeu os últimos cinco jogos, dando a taça ao Flamengo, que na era dos pontos corridos, foi quem somou menos pontos: 67. Sagrou-se campeão assim mesmo. Mas o Galo não é dirigido por Celso Roth, e aí está a grande diferença. Mesmo tendo a fama de vice, Levir Culpi é bom técnico e honesto naquilo que faz. É verdade que em tantos anos de carreira não ganhou praticamente nada, pois apenas duas Copa do Brasil é pouco. Mas tem a chance de se redimir e ganhar no Atlético o título sonhado há 43 anos. O Galo é, sim, o melhor time do Brasil, vai brigar pela taça até o fim, mas se vai ganhar quem tem que dizer são os jogadores, que devem continuar praticando futebol de primeira, com grupo coeso, sem vaidades. Essa é a fórmula para um time chegar a dezembro e levantar o caneco. Eu acredito, e você? Que venha o São Paulo, pois o Mineirão, na quarta-feira, vai ficar pequeno para o tamanho do espetáculo que o Galo vai proporcionar.

Tags: atleticomg