Lamentável a posição dos técnicos enganadores de plantão, que chegam aos clubes e logo pedem reforços. Lembram-se do Lula Pereira no América? Buscou 13 jogadores no Nordeste, foi demitido algumas rodadas depois e deixou a conta para o Coelho pagar. Os dirigentes não devem admitir isso. Quando contratam um treinador, deveriam colocar: “Meu caro, estou te contratando para ganhar títulos com esse grupo, você acha capaz? Se for, tudo bem, do contrário, não vamos assinar contrato, porque não vou contratar nenhum”. Ficar buscando jogadores a cada técnico que passa incha a folha salarial e nada acrescenta.
O Galo tem parada torta esta noite. Mesmo na sua “Bombonera”, não será fácil passar pelo Grêmio. Primeiro porque o time gaúcho, também candidato ao título, é muito bem armado e dirigido pelo sério e competente Roger Machado. Segundo porque o treinador alvinegro acaba de chegar e ainda carece de tempo para conhecer o grupo e escalá-lo de acordo com o que pensa. Sabemos que gosta de atuar de forma ofensiva – para mim, agradável e correto –, mas não será fácil mudar a mentalidade, pois Diego Aguirre gostava de priorizar a defesa. Tinha outra mentalidade, incompreendida pela torcida e parte da imprensa. Eu, porém, adorava. Assim como o presidente Daniel Nepomuceno, considero o uruguaio excelente. A filosofia dele encaixaria como uma luva em clube europeu. Mas Aguirre é passado, o técnico agora é outro. Cabe a ele e sua comissão fazerem o time jogar, superar o trauma da perda da Libertadores e conquistar o título que o clube persegue há 44 anos.
Acho que o Atlético deve procurar na base um artilheiro. Lucas Pratto, que sempre me encheu os olhos pela postura em campo, não é aquele 9 definidor, que empurra a bola para as redes. É ponta de lança, volta, trabalha a bola e sabe achar companheiros mais bem colocados. Talvez por isso seja baixíssima a sua média de gols, mesmo assim, a maioria de pênalti. Quem sabe o novo treinador pense como eu e alguns milhões de atleticanos e ache melhor posição para o argentino Pratto.
Atlético e Grêmio estiveram na Libertadores. O tricolor gaúcho saiu nas oitavas de final. O Galo, nas quartas. Mas continuam tendo as equipes mais fortes do país. Daí, a igualdade deve prevalecer hoje, sem favoritismo. O empate pode ser bom para os gremistas, sem ser de todo ruim para os mineiros. Mas uma vitória poderia encorpar mais o time da casa e mostrar ao Brasil que ele é mesmo o grande favorito.
Ainda espero grande partida do amigo Robinho. Sei que não joga esta noite, ainda se recupera de contusão, mas ele precisa dizer ao torcedor que realmente é a cereja do bolo e comandar o time no Brasileiro. Não o comparem a Ronaldinho Gaúcho, são situações bem distintas, mas Robinho tem qualidade e talento. Precisa recuperar o futebol que o consagrou como “rei das pedaladas”. Não acredito que Erazo faça tanta falta, pois foi fracasso no Grêmio e no Flamengo. Cazares também tem sido instável e figurou muitos jogos na reserva. Douglas Santos, sim, fará falta, é regular sempre. Assim como Marcos Rocha, o melhor do Brasil, o Atlético está bem servido nas laterais. Lucas Cândido pode ser aproveitado ali sem problema. O Galo não precisa de reforços, e sim de alguém olhe para sua base e para o grupo e defina os substitutos dos ausentes. Além disso, será exagero.
Prêmio justo
O craque Ivan Drummond ganhou o Prêmio Petrobras, de nível nacional, com a série de reportagens sobre Hilda Furacão.É daqueles repórteres da velha guarda, que não se produz mais nas fracas universidades. Parabenizo com orgulho o companheiro de décadas por honraria tão merecida, que engrandece o Estado de Minas.