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COLUNA DO JAECI

Messi não merece futebol tão medíocre

Sempre o admirarei como o cara que me faz ficar sentado diante da TV ou ao estádio vê-lo jogar. Pelo menos enquanto estiver no Barça, contará com minha torcida

postado em 29/06/2016 12:00 / atualizado em 29/06/2016 08:33

AFP / DON EMMERT
Ao contrário da maioria, acho que Lionel Messi deve mesmo abandonar a Seleção Argentina, depois de sucessivos fracassos. O futebol atual não merece um gênio que está no patamar dos grandes craques do passado: Maradona, Zico, Platini, Rivellino, Dirceu Lopes, Reinaldo, Cerezo, Éder, Falcão... Pelé não ponho na lista, é de outro planeta e incomparável. Quando vemos a Islândia, com apenas 330 mil habitantes, eliminar a Inglaterra, percebemos o quanto o futebol se mediocrizou. O English Team, sem nenhum talento, há décadas não ganha nada. É triste, mas não adianta Messi criar, deixar companheiros na cara do gol, como domingo com Higuaín, e este desperdiçar a chance do gol, do título. Aí cobram do gênio, que fez tudo certinho, mas não encontrou sintonia.

Messi é multicampeão no Barcelona. Ganhou quatro Liga dos Campeões – na primeira, em 2006, como reserva de R10. Em 2009, 2011 e 2014, foi exuberante protagonista. Mas no Barça ele joga com Iniesta, Luis Suárez e outros craques. Até acho a Argentina um belo time, mas, na prática, não condiz com isso. Será triste vê-la sem o astro, principalmente contra o Brasil, em novembro, no Mineirão. Creio que, depois de esfriar a cabeça, ele volte atrás, porém, repito: não merece o futebol atual. Ele tem uma mágica, uma qualidade técnica incomparável. Claro que vamos sentir sua ausência, se realmente parar.

Talvez tenha optado pelo país errado. Criado em Barcelona desde pequeno, deveria ter optado pela Seleção Espanhola. Teria sido campeão do Mundo em 2010 na África e não seria contestado. Mas preferiu o país natal e acabou se dando mal. Ficou com a fama de vice, de pé-frio, de perdedor. Não para mim. Messi é o que há de melhor no esporte bretão, que morre a cada competição, a cada rodada dos campeonatos. Sempre o admirarei como o cara que me faz ficar sentado diante da TV, ou mesmo ir ao estádio vê-lo jogar. E não vou parar. Pelo menos enquanto ele estiver no Barça, contará com minha torcida.

Ilusão: jogos ruins
O Atlético venceu os três últimos jogos: 3 a 0 na fraquíssima Ponte Preta, 2 a 1 no Corinthians com gol em impedimento (veneno da arbitragem que provou tantas vezes) e 1 a 0 no América, com entrega do zagueiro. Sei que para o torcedor o que vale são os nove pontos, mas a atuação foi sofrível, abaixo da crítica. Pelo que gastou, é inadmissível o Galo estar tão mal na tabela. O grupo é forte no papel, mas não traduz isso em campo. Fred, Robinho e Clayton ainda não justificaram o investimento. Não adianta mascararem a situação: o time não tem padrão nem qualidade. É chutão pra frente e pronto. Cazares dá uma ginga de corpo e é chamado de craque. Irregular, faz uma jogada e some a partida inteira. Por essas e outras o futebol brasileiro está na lama. Parece biscoito de polvilho: muito barulho e sem consistência. Se o torcedor quiser continuar a se iludir, tem o direito, mas de nada adiantará chegar ao fim do ano sem o troféu. Mesmo que o nível técnico do Brasileirão seja o pior da história.

Bento conhece
Tenho conversado com colegas de Rio e São Paulo sobre Paulo Bento, e a maioria concorda: ele conhece do riscado. Em pouco tempo, e com grupo ainda por se definir, a gente vê a cara do treinador no time, como na bela vitória sobre o Palmeiras. Com todos os problemas, o Cruzeiro está a apenas cinco pontos do G4, com padrão de jogo de impressionar. Quando tiver Dedé, Ábila e Sóbis à disposição, voltará a ter condições de brigar pelos títulos.

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