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COLUNA DO JAECI

Casa cheia e prenúncio de goleada

postado em 28/08/2016 11:00

Washington Alves/Light Press

Mineirão lotado, com mais de 50 mil torcedores. Horário maravilhoso para o futebol (11h), em que crianças, idosos e jovens se confraternizam sem a presença dos bandidos. No gramado, um novo Cruzeiro, mais forte, mais consciente, com um técnico que se identificou com o clube. E o adversário, um velho freguês, o Santa Cruz, que deverá preparar o lombo, pois o time azul quer atropelar, faturar mais três pontos e se aproximar do grupo intermediário, para, jogo a jogo, chegar na frente. A diferença para os que estão disputando o título e a vaga na Libertadores é muito grande. Já na Copa do Brasil o Cruzeiro vai forte em busca do pentacampeonato. A diretoria trabalhou rápido, contratou jogadores de nível, como Sóbis e Ábila. Aliás, não me canso de elogiar esse centroavante. Conhece como poucos o cheiro da rede e será muito importante para as pretensões azuis. Acostumado com títulos, o torcedor não aceita esta colocação no Brasileirão. O lugar do Cruzeiro é lá em cima, como o grande campeão do estado, e gosto sempre de citar os títulos mais importantes: duas Libertadores, quatro Brasileiros e quatro Copas do Brasil.

O torcedor é passional. Chegaram a pedir a renúncia do presidente Gilvan. Esqueceram rapidamente os dois Brasileiros ganhos em sua gestão, em 2013 e 2014. O futebol leva jogadores, técnicos e dirigentes do céu ao inferno em 90 minutos, em uma derrota ou vitória, em um título ou uma perda. Gilvan faz parte dessa geração de dirigentes sérios, comprometidos com o clube, que não tiram nem põem um centavo. Gere o clube com mão de ferro, com recursos do orçamento, seriedade e transparência. Por isso, nos momentos em que o futebol não está dando certo, os aproveitadores, as aves de mau agouro, se aproveitam para criar crise. Mas Gilvan tem mais de 50 anos de clube, foi atleta do mesmo e trabalhou em várias gestões. Sei que está cansado de tantas injustiças, mas vai até o fim e tentará fazer o sucessor, provavelmente Bruno Vicintin, caso o estatuto seja mudado, ou Sérgio Rodrigues, outro cara sério e dedicado. Com qualquer um deles o Cruzeiro estará em boas mãos.

Existe ainda a possibilidade de o ex-presidente Zezé Perrella disputar a eleição. Estive com ele em Brasília, por ocasião da partida Brasil x África do Sul, pela Olimpíada. Ao lado do comentarista e ex-jogador Roger Flores, Zezé me disse que será candidato sim. E vou cometer uma inconfidência: caso seja eleito, Roger será seu diretor de futebol. Roger se identificou com a torcida nos dois anos em que vestiu a camisa azul, principalmente por ter vencido o Atlético Mineiro e ter feito gols, em seu primeiro clássico e nos 6 a 1. No futebol não há lugar para aprendiz ou aproveitadores. Gilvan, em pouco mais de quatro anos, ganhou dois títulos brasileiros e está na história como um dos presidentes mais vencedores. Merece lugar de destaque na galeria azul. Acho um absurdo quando vejo gente xingando-o e destratando-o. Além de ser um presidente correto e vencedor, tem mais de 70 anos, e diz a boa educação que o respeito deve sempre prevalecer.

Nesta manhã, não há outro resultado que interesse que não seja a vitória, e, se possível, por boa diferença de gols. O Cruzeiro precisa dos três pontos e de um saldo de gols melhor. Esse lugar na tabela é transitório. O returno é outra competição. O Cruzeiro está no nível de Flamengo, Palmeiras, Atlético Mineiro e Grêmio. Porém, o péssimo começo o remeteu à atual posição. É jogar com seriedade, competência, e ir somando três pontos, dentro e fora de casa. O time subirá muitas posições. Se chegará ao G-4, não posso prever. O título é improvável. Mas que já é outro Cruzeiro, não tenho dúvida.

Atlético Mineiro

Uma parada torta contra o Grêmio na arena do time gaúcho. Comandada por Marcelo Oliveira, a equipe ainda não se encontrou, embora seja vice-líder. Não se encontrou em termos de equilíbrio, já que oscila muito durante os jogos. Mas como o nível técnico é baixo, vai lutar pela taça até o fim. Preocupa-me o fato de ter enfrentado adversários, agora desesperados, no turno, em casa. Agora vai pegá-los fora, e as dificuldades serão imensas. O sonho de sair da fila de 45 anos sem o principal título do Brasil está vivo na cabeça dos atleticanos e seria muito importante não caminhar para 46 anos. Uma equipe dessa grandeza não pode ficar quase meio século sem ganhar a taça.

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