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COLUNA DO JAECI

Lugar de bandido não é em CT, é na cadeia!

O maior patrimônio de uma equipe é a sua torcida, mas ela não tem o direito de invadir o local de trabalho e agredir ninguém

postado em 31/08/2016 12:00 / atualizado em 31/08/2016 08:28

REPRODUÇÃO
O nível do futebol brasileiro é mesmo o pior da história. Temos um Campeonato Brasileiro péssimo, com jogos sofríveis, onde duas equipes que jamais caíram estão ameaçadas: São Paulo e Internacional. Recentemente, torcedores do Inter quebraram vidraças do estádio e da sede. Semana passada, bandidos, travestidos de torcedores do São Paulo, invadiram o CT da Barra Funda para agredir jogadores e roubar materiais esportivos. Tudo sob os olhares da PM, que nada fez. Uma vergonha. Esses caras se acham donos do time. O maior patrimônio de uma equipe é a sua torcida, mas ela não tem o direito de invadir o local de trabalho e agredir ninguém. Os torcedores de verdade, os anônimos, que não pertencem a facção nenhuma, protestam nas arquibancadas com faixas de cabeça para baixo, gritos e vaias. Nada além disso. Bem feito para dirigentes que financiam essas gangues, dando ingressos, pagando celulares e alugando salas. Acabam se tornando reféns, pois bandido não tem amigo e não cumpre trato. Ouvi o presidente do São Paulo dizer que, daqui para a frente, “acabou a mordomia”. Por que deu tais mordomias? Agora prova do próprio veneno. É um futebol brasileiro amador, irresponsável e, muitas das vezes, venal.

A invasão de bandidos aos CTs não é novidade. Já aconteceu no Corinthians, quando os jogadores tiveram seus carros depredados; no Flamengo, quando jogadores foram agredidos; e, recentemente, na Toca da Raposa, quando os jogadores foram interpelados no treino. Isso é inadmissível e prova a incompetência das autoridades do país. Isso é caso de polícia e é ela quem tem que resolver, identificando os invasores, prendendo-os e encaminhando-os à Justiça. Não há outro caminho. A gente jamais viu isso na Inglaterra, França, Espanha, onde o futebol é levado a sério e os torcedores são apenas torcedores, e não facções. Por isso, digo sempre que o futebol no Brasil é reflexo de tudo de ruim que acontece no país, como corrupção, roubalheira, violência. Há muito dirigente que entrou quebrado no clube, devendo a Deus e ao mundo, e hoje está rico. Ninguém apura, investiga ou pune. Por isso eles convivem bem com os bandidos e as facções, pois, no fundo, é tudo farinha do mesmo saco.

Não acredito que o São Paulo caia. Há muita equipe pior. O Inter, tenho minhas dúvidas, pois o técnico é o fraquíssimo Celso Roth. Mas o grupo abaixo deles é muito ruim e acho que ambos vão escapar. Dos grandes, Flamengo, Cruzeiro, Santos, São Paulo e Inter jamais caíram. E todos veem a Segundona como a morte. Precisamos de um futebol mais humano, menos violento, com espetáculos mais bonitos e aprazíveis. Vejam os ponteiros do Brasileiro: Palmeiras, Flamengo, Atlético, Grêmio, Santos e Corinthians. Nenhum pratica futebol de encher os olhos, de dar gosto de ir ao campo. Vi Grêmio x Atlético, domingo. Que jogo horrível. O time gaúcho massacrou, muito mais pela falta de vontade do Atlético do que por seus próprios méritos, mas acabou sofrendo o empate no fim. Um jogo sofrível, onde a gente percebeu realmente em que nível está o nosso futebol. Por isso, a Seleção vai passar sufoco amanhã, em Quito, e dificilmente voltará com os três pontos. Causa-me estranheza saber que os clubes europeus ainda investem milhões de euros em jogadores como Gabriel Jesus, Gabigol e, agora, Luan, do Grêmio. Jogadores que ainda não têm história no futebol, que nada ganharam. Acho que a carência no Velho Mundo ainda é muito grande. Acho irresponsabilidade também. Mas lá eles têm dinheiro para jogar no lixo, nós não temos.

Desse jeito, não sei onde iremos parar. Já escrevi e repito: uma das soluções é a CBF cuidar apenas da Seleção Brasileira e deixar os clubes gerirem seus próprios destinos. Eles têm de negociar com a TV, fazer a tabela das competições, criar tribunais para julgar os casos e tudo o que for pertinente a eles. Com isso, as federações e STJD teriam um fim e não mais atrapalhariam o futebol brasileiro. O recomeço passa por essa situação. Os clubes não sabem a força que têm e precisam aprender a usá-la em benefício próprio.

Copa do Brasil
Maior ganhador da competição, o Cruzeiro, que ao lado do Grêmio tem quatro taças, enfrenta o Botafogo amanhã, na Ilha do Governador. A esperança do torcedor azul está nesta competição, pois sabe que o título brasileiro é tarefa impossível. O time começa a ganhar corpo e forma com Mano Menezes e os novos reforços. Os torcedores já se sentem mais confortáveis e confiantes em um novo Cruzeiro. Sabem que a colocação atual, no Brasileirão, é fruto de um começo ruim, mas que o time azul deverá encostar nos ponteiros, almejando, inclusive, uma brecha na Copa Libertadores do próximo ano.

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