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COLUNA DO JAECI

Decisão insensata e política

Acho que a Conmebol deveria fazer exatamente o contrário do que fez: deveria reduzir o número de participantes para qualificar a competição

postado em 29/09/2016 12:00 / atualizado em 29/09/2016 08:42

A Conmebol decidiu que, a partir do ano que vem, a Copa Libertadores será disputada de fevereiro a novembro e terá um aumento para 42 clubes. Uma decisão ruim para o futebol e vou explicar os motivos. A Copa Libertadores é um lixo perto da Liga dos Campeões da Europa. Nível técnico ruim, com equipes que deixam muito a desejar. Estádios em péssimo estado e completamente vazios, arbitragem calamitosa. Aliás, uma competição pela qual os times brasileiros davam de ombros nos bons tempos do nosso futebol. Época em que os argentinos dominavam e que os jogadores usavam doping (bolinha), conforme já nos foi relatado por muitos atletas que disputaram a competição. De uns tempos para cá, por força do Mundial Interclubes, os brasileiros passaram a dar importância e conseguiram diminuir a diferença de títulos para os hermanos. Porém, se analisarmos a competição de forma fria e racional, vamos perceber que ela está anos-luz atrás da principal competição europeia, e essa tentativa do presidente da Conmebol de copiar o tempo de disputa é absolutamente ridícula.

Com certeza, ele quer fazer média com as confederações e seus filiados. Lembro-me de um jogo do Cruzeiro, no Peru, onde o time mineiro foi impedido de treinar porque apagaram a luz do estádio. Aliás, estádio não, pocilga. Mais parecia um pasto, uma lama só, onde o Cruzeiro jogou. Se não me engano, foi no jogo do racismo de torcedores contra o Tinga. Uma vergonha. E é isso que temos visto na principal competição do continente. Jogos de péssimo nível, campos que dão vergonha, estádios caindo aos pedaços. E a Conmebol ainda quer que os eliminados disputem a Copa Sul-Americana. Se a Libertadores já é ruim, o que dizer da Sul-Americana?

Acho que a Conmebol deveria fazer exatamente o contrário do que fez: reduzir o número de participantes para qualificar a competição. Por exemplo: 24 clubes. Pode até aumentar o tempo de disputa, espaçando as datas e os jogos. Determinar que as partidas sejam realizadas somente em estádios decentes, com capacidade mínima para 35 mil espectadores, e treinar os árbitros, de forma que eles tenham competência para dirigir uma partida. Porém, politicamente, a entidade fez exatamente o contrário. É por isso que não dá para acreditar nos dirigentes mundo afora. Boa parte dos que comandavam a Conmebol está enrolada com a Justiça ou presa. Aí, entra um cara novo, que deveria qualificar o futebol, e ele apenas quer quantificar. Não importa se os times são fracos, se os jogos são ruins, se os estádios são vergonhosos. Para faturar votos, eles incham a competição com equipes de qualidade mais duvidosa ainda e que se dane o torcedor. Engraçado que quem faz o futebol – técnicos, jogadores e jornalistas – não é ouvido.

Os homens de gravata se sentem acima do bem e do mal, determinam, em suas luxuosas salas, o que deve ser feito, e pronto. Está decidido. Aí a competição é um fracasso, mas eles não têm humildade para voltar atrás. Não conheço Alejandro Domínguez, o novo presidente da Conmebol. Ele comandou a Associação Paraguaia de Futebol e foi eleito, por unanimidade, pelas associações e membros. Quer saber mais? Acho um erro a sede da Conmebol ser em Assunção, no Paraguai. Não quero que seja no Brasil, pois a corrupção aqui está em níveis insuportáveis em todas as esferas. Porém, poderia ser em Montevidéu, pois o Uruguai, com seus 3 milhões de habitantes, é um país sério, tranquilo e muito querido por todos. É de estranhar que o presidente da Conmebol seja paraguaio, o primeiro vice, Ramón Jesurum, colombiano, e o segundo vice, Laureano Gonzales, venezuelano. Tem mesmo alguma coisa errada e não pode dar certo jamais. Vi gente dizendo que, com o novo calendário, os times brasileiros vão poder segurar seus jogadores na janela de julho a agosto. Balela.

De pires na mão, os clubes brasileiros vendem a qualquer tempo e hora. Basta um clube do exterior acenar com os dólares ou euros que levam quem bem entender. A única coisa legal nesse calendário é o fato de o clube não largar o Brasileirão para se dedicar a uma hipotética final de clubes. Como terão de jogar a Libertadores até novembro, chegarão ao Mundial em plena atividade, sem ter que largar o Brasileirão. Resta saber se terão grupo, time e banco para tal, pois se com a Libertadores disputada em cinco meses não conseguem conciliar com as demais competições, imaginem com a disputa de 10 meses! Pelo visto, o futebol da América do Sul vai continuar como seus dirigentes: chafurdado na lama e na corrupção. Blog UAI O Alterosa no Ataque é apenas o meu comentário, diário, no

BLOG UAI. Aqueles que gostam do meu trabalho terão mais esse canal de interação comigo. Os posts estarão também no YouTube.

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