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COLUNA DO JAECI

Por uma final mineira

O futebol mineiro salvaria o ano com uma conquista, já que o Brasileirão será do Palmeiras

postado em 26/10/2016 12:00

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

A Copa do Brasil é de mineiros e gaúchos. Cariocas e paulistas estão barrados no baile. Ô, coisa boa! A arrogância dos que acham que o futebol começa na Avenida Radial Oeste e termina na Avenida Morumbi “foi pro saco”, como dizem os jovens. Se quiserem ver Inter e Atlético, Cruzeiro e Grêmio, só mesmo pela TV. Gostaria muito de ver Cruzeiro x Atlético, Atlético x Cruzeiro. O futebol mineiro salvaria o ano com a conquista, já que o Brasileirão será do Palmeiras. O Cruzeiro, bicampeão em 2013/14, fez péssima campanha. Não vai cair, felizmente, mas não é uma performance que o torcedor está acostumado. Os erros de planejamento foram cruciais. Porém, se a Raposa ganhar a Copa do Brasil, a campanha ruim no Brasileiro será esquecida. Ainda mais se for em cima do maior rival, que há dois anos o venceu na única final nacional entre eles. O futebol proporciona esse tipo de situação. Não gosto de falar em vingança, pois esse tipo de manchete incentiva a violência. Prefiro falar em chance de descontar aquela derrota.

Há idiotas que escrevem enaltecendo facções organizadas. Isso é uma vergonha! Enquanto na Inglaterra as autoridades e a sociedade de bem lutaram para acabar com os hooligans, aqui há os incentivadores dos bandidos. Vocês viram o s que as facções do Corinthians fizeram no Maracanã? Agora estão proibidas de frequentar estádios. Que balela! Todos sabemos que isso nunca funcionou. Os caras vão, sem estarem caracterizados com as camisas das facções, e cometem as mesmas barbáries. A solução passa pela extinção. O problema é que parece que o poder público perdeu essa guerra há tempos. Não vejo um promotor com decisão para fazer o que desejamos. Acho muito bonito o espetáculo das torcidas organizadas. Vejam bem, torcidas organizadas, aquelas que fazem coreografias e que são do bem. Não essas facções, esses bandidos, travestidos de torcedores. Gosto mesmo é do torcedor anônimo, que ama o clube de verdade, não esses que usam o clube. Como o país é violento e os crimes vão se sucedendo, como se fosse normal, acho difícil ter alguém com peito para acabar com essas gangues. Talvez o problema seja resolvido se um dia matarem o filho de uma grande autoridade. Infelizmente, no Brasil é assim. Por isso, o país passa por essa crise moral. Eu cansei de falar dessas facções e perceber que nenhuma providência correta acontece.

Voltando aos jogos desta noite, se o Inter entrar com reservas, por causa de sua situação delicada no Brasileiro, o Atlético tem todas as chances de chegar à final, já que vai decidir no Horto na semana que vem. O alvinegro não vem apresentando futebol equivalente aos valores que têm. Não fez um jogo sequer neste ano que tenha enchido os olhos da torcida. Esse negócio de dizer que tudo no Galo é sofrido é balela. Time bom não sofre, ganha. E também digo que os erros de arbitragem acontecem a favor e contra todas as equipes. Essa desculpa de 44 anos sem ganhar o Brasileiro, pondo a culpa nos árbitros, não cola mais. Quando a situação do erro favorece o alvinegro, os dirigentes ficam quietinhos e fingem que nada ocorreu. Gostei do Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, admitindo que seu time foi favorecido domingo com a validação de um gol ilegal. Precisamos moralizar o futebol e o exemplo tem de vir de cima.

Já o Cruzeiro vai enfrentar o maior ganhador da Copa do Brasil, ao seu lado, com quatro conquistas. Parada duríssima, ainda mais que a decisão será na Arena do Grêmio. Fazer o resultado no Mineirão, de preferência, sem sofrer gol, é missão difícil. O Grêmio ressurgiu nas mãos de seu maior ídolo, Renato Gaúcho, e sabe decidir mata-matas como poucos. Mano Menezes já ganhou a Copa do Brasil e também conhece esse tipo de competição. Teremos dois grandes clássicos e existe a real possibilidade de uma final mineira. No momento é o que nos interessa, para que possamos salvar o ano, que começou com promessas e termina com desilusões, principalmente por parte do Galo, tido como o grupo mais forte do país. Fama esta que não conseguiu mostrar ao longo do Brasileirão.

Luto
O mundo do futebol está de luto com a morte do capitão do tri, Carlos Alberto Torres. Particularmente, tive a honra de ser seu amigo desde que ele treinou o Atlético. De lá para cá, foram inúmeros encontros mundo afora, o último nos Estados Unidos e Canadá, quando ele foi convidado pela CBF. Batemos papos incríveis. Ele conhecia futebol demais e nos ensinava muito. Descanse em paz, Capita. Você, que foi o maior lateral-direito que vi jogar, ao lado de Nelinho e Leandro, honrou o nome do futebol brasileiro mundo afora. Que Deus conforte seu filho, Alexandre, e toda a sua família.

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