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COLUNA DO JAECI

Seis por meia dúzia

"Só acho que trocar Clayton por Marlone é o mesmo que trocar seis por meia dúzia"

postado em 26/03/2017 12:00

Euler Junior/EM/D.A Press
Clayton (foto) foi uma contratação batalhada pelo presidente Daniel Nepomuceno. Ele ganhou a briga com vários dirigentes de clubes grandes e buscou o reforço para ajudar o Galo a ser campeão. Não deu certo. Depois de 53 partidas, raramente como titular, o atacante se despede sem deixar a menor saudade. Vai para o Corinthians, em troca, por empréstimo, por Marlone. As contratações são assim. O dirigente tenta acertar, mas nem sempre dá certo. Só acho que trocar Clayton por Marlone é o mesmo que trocar seis por meia dúzia. Nada vai acrescentar ao Galo, nem ao Corinthians. Marlone surgiu no Vasco, passou por Fluminense, Cruzeiro e Corinthians, todos times grandes como o Galo, e não disse a que veio. Jogador absolutamente normal, que chegará ao fim do ano sem ser notado pelos torcedores alvinegros. Pode ser até que eu me engane, mas os indícios me mostram que a realidade será essa. É bem verdade que alguns jogadores fracassam num time e dão certo em outro, mas Marlone não deu certo em nenhum grande, destacando-se só no intermediário Sport. É pouco provável que dê certo na Cidade do Galo.

Vejo Daniel Nepomuceno como um dirigente inteligente, sério e que busca os jogadores que os técnicos pedem. Não tenho dúvida de que Marlone é indicação de Roger Machado. Talvez ele tenha uma fórmula para fazer o cara jogar o que não jogou até aqui. O que lamento é perceber que o Galo gastou uma fortuna por Clayton (segundo consta, R$ 13 milhões em 50% dos direitos econômicos) para dispensá-lo em tão pouco tempo. E, é claro, que o salário dele não é menos do que R$ 300 mil mensais – isso por baixo. O prejuízo aos cofres do clube é líquido e certo. Aí eu pergunto: não seria melhor formar na base jogadores de qualidade, pondo gente que entenda do riscado para comandá-la?

Se os grandes clubes não conseguem formar um jogador melhor que Marlone ou Clayton é porque está tudo errado. Imaginem R$ 3,6 milhões ao ano para investir na base! Sim, se Clayton ganha cerca de R$ 300 mil mensais, no ano fatura R$ 3,6 milhões, prêmio de qualquer loteria. E isso sendo reserva de luxo, num time que não tem tantas estrelas. É realmente um dinheiro jogado no lixo. Mas, repito: Nepomuceno peca por excesso, jamais por omissão. Vai em busca do sonho de títulos, é honesto e coerente. Como todo dirigente apaixonado, comete seus erros. A contratação de Elias, por exemplo, foi um grande acerto. Para mim, o melhor volante do Brasil, mesmo com idade avançada.

Sem punição

O árbitro alemão que apitou Barcelona 6 x 1 PSG não foi punido pela Uefa pelos erros crassos que cometeu, dando a classificação ao time catalão. Fosse aqui no Brasil, iria para a geladeira e os torcedores diriam que foi comprado pelo time vencedor. Que interesse teria um alemão em classificar o Barcelona? Sinceramente, não vejo nenhum. Mas a Uefa erra ao não punir a atuação desastrosa. Na Europa, técnicos e jogadores não podem nem reclamar, pois acabam sendo punidos. Lembro-me de um Chelsea x Barcelona decidindo vaga para a final da Liga dos Campeões, se não me engano em 2009. Dorgba, no Chelsea, sofreu pênalti no finalzinho e o gol classificaria o time inglês. O árbitro fingiu que não viu, o Barça se classificou, foi campeão, e Drogba punido por dar entrevista criticando o árbitro. Lá, como cá, existem os péssimos árbitros, não sei se venais como alguns aqui, mas que existe, ah!, isso existe!

Na Rússia

O Brasil está classificado para a Copa do Mundo da Rússia. Goleou o Uruguai por 4 a 1, no Centenário, com três gols do volante Paulinho, de quem não gosto, mas que realmente atuou muito bem. Pena que não tenha jogado assim nos 7 a 1 para a Alemanha. Neymar fez um belo gol, e completou a goleada. Com 30 pontos, não há o que duvidar, mas acho que está havendo um exagero ao dizerem que o Brasil é a melhor seleção do mundo. Menos, minha gente. Na Copa a história é outra. Quero, sim, enaltecer o trabalho de Tite, que mudou o time da água para o vinho, e vinho dons bons, daqueles que os apreciadores chamam de “cabeções”. Valeu, Brasil. Pode carimbar o passaporte para a Rússia.

Éverton Ribeiro

O jogador decidiu, com seu empresário, que voltará ao Brasil na janela de julho. Ficou rico com os petrodólares e acha que chegou a hora de voltar. Com certeza, de olho na Copa da Rússia. Resta saber se o Cruzeiro será seu destino. O Flamengo está monitorando. Minha pergunta é uma só: três anos depois, será que Everton Ribeiro ainda joga o mesmo futebol de quando saiu do Cruzeiro?.

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