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COLUNA DO JAECI

Frustração e distância do título

Com tantos pontos perdidos para times intermediários vai ficar difícil para o Atlético brigar pela taça do Brasileiro

postado em 22/06/2017 12:00 / atualizado em 22/06/2017 09:05

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO

Os velhos erros, a falta de qualidade e um time sem padrão. Desta forma, o Atlético apenas empatou com o Sport, no Independência, em 2 a 2, mostrando futebol pobre, sem imaginação. E olha que no cômputo geral, somando os dois tempos, o Sport foi melhor e só não saiu com a vitória porque seus atacantes perderam gols incríveis diante do goleiro Victor. A verdade nua e crua é que o Galo apostou em jogadores experientes que não conseguem render o esperado. Os jovens não conseguem se firmar, e Cazares e Otero alternam bons e maus momentos. Assim, o time não alcança uma boa sequência para empolgar seu torcedor.

O Atlético começou diferente da partida contra o São Paulo. Não conseguia marcar por pressão, e isso facilitava as coisas para o time pernambucano. Luxemburgo tem um time muito certinho, bem treinado e organizado. Não se vê jogadores rifando bola, mesmo porque quem tem um ataque com Diego Souza, André e Osvaldo, todos muito experientes, sabe o que tem de fazer. E foi numa bela jogada de André que o Sport surpreendeu e fez seu gol, com Osvaldo, depois que a bola desviou em Felipe Santana e matou o goleiro Victor. O Sport se comportava melhor, era mais agressivo e criava mais chances. O Atlético não tinha aquele ímpeto que deveria ter por jogar em casa e diante da torcida. Faltava um melhor entrosamento do meio com o ataque, e a criação de jogadas pelas extremas era nula. Mas se a coisa não está funcionando, o fator sorte pode entrar em campo. E entrou quando Cazares cobrou falta pela esquerda, a zaga do Sport vacilou, e, de forma inteligente, Felipe Santana cabeceou, consciente, tirando a bola de Magrão: 1 a 1. Mas este gol não serviu para acordar o Galo, muito diferente da partida de domingo. A torcida também não estava dando o apoio de sempre. E, mesmo sem merecer, o Atlético fez o segundo gol, com Fred. Cazares cruzou de forma milimétrica, inteligente, o artilheiro nem precisou subir para cabecear com força por entre as pernas de Magrão: 2 a 1. E foi com esse resultado que o time alvinegro foi para o vestiário, na certeza de que Roger acertaria as coisas, para fazer mais gols e se tranquilizar no segundo tempo.

E assim que a bola rolou deu para perceber que o Atlético adiantou um pouco mais sua marcação, pressionando o Sport. Porém, com pouca objetividade. O time pernambucano também não chegava e os goleiros pouco trabalhavam. Mas, aos 20 minutos, Diego Souza foi lançado, ganhou de Felipe Santana e sofreu pênalti. Ele mesmo bateu e fez 2 a 2. E no lance seguinte, Diego Souza lançou Lenis, que, diante de Victor, perdeu gol incrível. Impressionante como o Atlético se entrega. As substituições que Roger fez não me agradaram. Não há um jogador que entre e mude o panorama. É sempre seis por meia dúzia. O Sport cresceu na partida. Criou mais situações e deu muito trabalho. O Galo estava desorganizado. Não é possível uma equipe voltar do vestiário e cair tanto de produção. Assistindo ao jogo e conversando com um amigo, ele definiu o time do Galo como “velho”. Esse é um dos problemas também, mas o Sport tinha Diego Souza, Osvaldo, Durval, também experientes e velhos. Mas a qualidade é o que determina um jogador.

No finzinho da partida, o torcedor pediu raça. Não falta raça. Falta qualidade, melhor futebol, mais organização e padrão de jogo. Pensei que depois do bom primeiro tempo contra o São Paulo, domingo, o Atlético começaria uma nova fase, mas a coisa tá feia. Nem mesmo o caldeirão do Horto intimida os adversários intermediários. Porém, vale lembrar que quem dirige o Sport é Vanderlei Luxemburgo, que sabe tudo de futebol e é o único técnico pentacampeão brasileiro. Domingo, o Galo vai a Chapecó e precisa vencer a Chapecoense para se reabilitar. Com tantos pontos perdidos para times intermediários vai ficar difícil para o Atlético brigar pela taça.

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