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CRÔNICA

Sobre fé, história e conexões astrais

Copa do Brasil é ferida aberta no coração alvinegro há mais de duas décadas

postado em 23/11/2014 12:00

Kelen Cristina /Superesportes

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Nesta Copa do Brasil, o Atlético banalizou o termo “épico”. Fez parecer que goleada por 4 a 1 se encontra em qualquer esquina. Todas as vezes que a fé atleticana foi desafiada pelos deuses do futebol, a resposta veio em forma de milagre. Muita gente começou a achar que basta mesmo apenas acreditar para o improvável se materializar. Nunca a tese do pensamento positivo foi tão legitimada.

A Copa do Brasil é ferida aberta no coração alvinegro há mais de duas décadas, e para chegar à decisão do torneio pela primeira vez em sua história, o Galo precisou mandar a campo toda a raça cantada em seu hino. Os números estão aí para mostrar que tinha de ser mesmo em ritmo de epopeia. Afinal, o alvinegro é o time mais assíduo da competição, ao lado do baiano Vitória – ficou fora de apenas uma das 26 edições –, mas nunca tinha chegado nem perto de erguer a taça. Suas campanhas mais bem-sucedidas (duas) pararam nas semifinais. É dono da maior goleada do torneio (11 a 0 sobre o Caiçara-PI, no velho Independência), porém, nunca fez gols suficientes para garantir o troféu.

Aquela noite épica de 28 de fevereiro de 1991 (olha a palavra de novo aí) vale um parágrafo à parte nesta crônica. Só o centroavante Gérson balançou as redes do time piauiense cinco vezes, sendo duas de pênalti. A partida foi testemunhada por 3.126 torcedores, contudo. Quem não estava no Horto encontra os gols facilmente no YouTube, com narração do saudoso Fernando Sasso. Do oitavo em diante, ele nem se dá mais ao trabalho de soltar seu famoso bordão “Tá no filó!”.

Curiosamente, no dia em que o Galo cravava, à sua maneira, seu nome na história da Copa do Brasil, Levir Culpi, técnico iniciante do Coritiba, também fazia festa – mas pelo aniversário de 38 anos. Imagino que ali nascia, de alguma forma, uma certa conexão entre ele e o alvinegro. Algo cabalístico, energético, astral, vá saber! Fato é que, 23 anos depois, Levir une sua trajetória à do Atlético mais uma vez e, agora juntos, eles podem fazer história definitivamente na Copa do Brasil.

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