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Era uma vez...

Ronaldinho acerta rescisão com o Atlético e coloca ponto final na vitoriosa parceria com o clube. Insatisfação com Levir Culpi causou rompimento, segundo o irmão Assis

postado em 29/07/2014 08:29 / atualizado em 29/07/2014 08:33

Roger Dias /Estado de Minas , Jaeci Carvalho /Estado de Minas

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press

O casamento de pouco mais de dois anos (exatamente 754 dias) entre o Atlético e o craque Ronaldinho Gaúcho terminou definitivamente na manhã de ontem, depois de reunião entre o presidente atleticano, Alexandre Kalil, e o empresário e irmão do jogador, Roberto Assis. O vínculo, que se encerraria em 31 de dezembro, foi rescindido de forma amigável, com a decisão partindo do armador. Amanhã à tarde, ele marcará sua despedida em entrevista na Cidade do Galo.

A partir de agora, o desafio do Atlético será saber levar a vida sem o craque que lhe deu projeção internacional; lutar por novas conquistas e voltar a figurar na parte de cima das competições. Em dois anos de Galo, Ronaldinho Gaúcho levou o nome do clube para o mundo, conquistou três títulos (sendo dois internacionais) e valorizou a marca alvinegra, garantindo o respeito dos adversários e dos críticos. No âmbito individual, também provou – sobretudo durante a Copa Libertadores – que, mesmo passando dos 30 anos, ainda poderia ser protagonista, dar espetáculo e ser o líder de uma equipe campeã.

Segundo Assis, o principal motivo da saída de Ronaldinho Gaúcho do Atlético foi o fato de o técnico Levir Culpi não ter respeitado sua história no clube, substituindo-o na maioria dos jogos. “O Kalil cumpriu tudo o que tratou conosco. Havia uma grande chance de o Ronaldo sair na janela do meio do ano, e isso se tornou concreto a partir do momento das decisões do treinador, colocando-o em segundo plano. Tínhamos a ideia de que o Ronaldo vislumbrasse outros ares, logo após a Recopa, mas o que apressou essa tomada de decisão foi o técnico Levir Culpi.”

Assis diz que R10 é grato ao Galo, ao Kalil e à torcida, mas que carregará essa frustração em sua saída: “Não precisava ser assim. Bastava o Ronaldo continuar jogando, respeitado, que anunciaríamos a saída de forma tranquila”.

Ronaldinho tem proposta dos Estados Unidos, Japão, Coreia, China e Turquia, de acordo com o empresário. Não há pressa em decidir o futuro do irmão, apesar de os Estados Unidos terem a preferência. “É um mercado que em cinco anos vai estar bombando, e Ronaldo tem muito a oferecer lá. A ida do Kaká para o Orlando motiva muito, e há grandes jogadores europeus nos Estados Unidos. Porém, se entendermos que ele deve atuar em competição de alto nível, não descartamos uma volta para a Europa, nesse caso, a Turquia seria o destino.”

Como fez apenas dois jogos pelo Atlético no Campeonato Brasileiro, R10 ainda pode se transferir para outro clube do país. Nos bastidores, comenta-se que seria sonho de consumo do Fluminense – o salário seria bancado pela Unimed, patrocinadora do clube.

DESPEDIDA O último jogo do craque pelo Galo foi contra o Lanús, na quarta-feira passada, na conquista do título da Recopa Sul-Americana. Em tom de despedida, o armador cumprimentou os companheiros de forma emocionada, gesticulou para a torcida e deu um longo abraço em Levir Culpi. Depois de ser substituído por Luan, na etapa final, ele deixou o campo, ficou no vestiário e não acompanhou o restante da partida. Voltou para receber sua medalha e comemorar o troféu. “Nunca vamos esquecer quando o Kalil chegou à nossa casa, em Porto Alegre, e conversou conosco, olhando nos olhos. Acreditamos nele e viemos. Foi um casamento maravilhoso. A torcida do Galo vai estar no coração do Ronaldo e da nossa família para sempre”, afirma Assis

O primeiro a dar a notícia da rescisão contratual de Ronaldinho foi o treinador, em entrevista ao programa Arena Sportv, sem deixar transparecer qualquer rusga com o jogador: “Terminou o ciclo do Ronaldo conosco, infelizmente. Não conto mais com ele. Ronaldo é um ídolo de todos nós, todo mundo gosta do futebol que ele joga, é muito carismático, mas é assim que funciona. O Ronaldinho está saindo e a gente vai seguir sem ele”.

No Atlético, Levir Culpi já teve problemas com Renato Gaúcho e Éder Aleixo. “Sempre orientei o Ronaldo a ser assim. Bater boca não leva a nada. Se o técnico entende que ele não é útil, não nos restava outra alternativa a não ser rescindir o contrato e procurar outro clube. Felizmente, pela história, o Ronaldo tem mercado aberto no mundo inteiro”, finalizou Assis.

O atacante Diego Tardelli se manifestou pelo Instagram, postando uma foto ao lado de Ronaldinho. “Mano, que honra poder jogar ao seu lado, poder conviver um ano e meio com você!! Pessoa do bem, simplicidade em pessoa, um coração enorme!! Te desejo tudo de bom sempre, você é o numero 1. #souteufãsempre #obrigado #gênio.”

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