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Compositor atleticano Celso Adolfo dedica crônica a Ronaldinho em dia de despedida

"Ainda bem que Ronaldinho Gaúcho vestiu a camisa do Clube Atlético Mineiro"

postado em 30/07/2014 14:39 / atualizado em 30/07/2014 14:53

Redação /Superesportes

Jackson Romanelli/EM/D.A Press


R10, GALO PARA SEMPRE!

Por Celso Adolfo*

Uma nação está agradecida, mas com um sentimento estranho. Não adianta esconder. Quando o Galo entrar em campo para o próximo jogo, como será? Quando o jogo se anunciar, R10 já não dará aquela corrida ao largo do restante do time, nem fará aquelas lindas e emocionantes reverências à torcida, esse conjunto que o diferenciava de tudo quando ele entrava em campo.

Das suas artes, algumas das mais bonitas nos últimos dois anos e meio estão, para sempre, impressas no gramado do Independência. Com R10 trajando as cores do Galo, quem caiu no Horto saiu morto.

E quem procurar não encontrará a frase perfeita que traduza o seu jogo. Qual poema? Qual poeta? Quem saberia escrever para um lado olhando para o outro? Reordenar as letras, inventar sintaxe, léxico, refazer os sinais e o alfabeto, para colocar-se à altura e descrever o jogo de R10... Como fazer isso?

Ainda bem que Ronaldinho Gaúcho vestiu a camisa do Clube Atlético Mineiro. Pode ser que os dois se devam algo. Para a história, devemos a R10 o que é impagável, e que só artistas realizam. Reinaldo Lima, que foi dos mais geniais entre eles, reverenciou R10. Aí estão dois artistas que sabem dos pincéis, das tintas e do cavalete. Suas telas são os gramados, uma imagem que só é rica se gênios assim estiverem nela.

Desde o último jogo no Mineirão, com a Recopa na mão, já pressentíamos o que se anunciou pouco depois. Ronaldinho acenando ao ser substituído e voltando ao gramado para levantar a última taça que é também dele, milhões viram aquilo com desconforto, com um aperto no coração. O tal momento derradeiro.

Agora, a fotografia na parede. A lembrança e as mútuas declarações de amor e paixão entre R10 e o Galo. A história protegerá cada momento de Ronaldinho Gaúcho entre nós. Isso aconteceu para quem mereceu tamanha sorte, e a sorte dividiu-se entre R10 e o CAM. Isso aconteceu para o bem de tudo que nos apaixona no futebol. E no Clube Atlético Mineiro.

Boa sorte, R10.

* Celso Adolfo é violonista, compositor e atleticano.

Tags: ronaldinho galo atlético crônica despedida adeus r10