Atlético
None

ATLÉTICO

Os donos da área

Vestindo a camisa 9, Pratto tem o desafio de fazer história no Atlético, se tornar o maior goleador estrangeiro do clube e virar ídolo da Massa, como Reinaldo, Dario e Marques

postado em 12/02/2015 08:37

Bruno Cantini / Atlético
Dois gols e uma assistência em três partidas pelo Atlético. O início promissor do argentino Lucas Pratto na equipe não só empolga os torcedores como transmite confiança e energia positiva aos companheiros. A menos de uma semana da estreia na Copa Libertadores, diante do Colo Colo, no Chile, o gringo aos poucos vem se adaptando à nova casa e se tornando relevante no esquema do técnico Levir Culpi, que voltou a optar por uma referência na área. Se no Vélez Sarsfield o jogador vestia a camisa 12, tudo indica que no Atlético seu número às costas será o mítico 9, que antes pertencia a Diego Tardelli.

Pratto tenta entrar na lista dos 9 que fizeram história pelo clube alvinegro, casos de Ubaldo Miranda (nos anos 1950), Dario e Reinaldo (1970 e 1980), Gérson (1980 e 1990), Renaldo e Marques (1990 e 2000) e o próprio Tardelli, último grande centroavante a defender o Galo. Ser goleador de todas as competições possíveis no Brasil é uma meta a longo prazo do atleta argentino. O objetivo mais importante é ajudar o time a conquistar o bi da Libertadores, título que o jogador ainda não tem.

“Prometo fazer o melhor. O importante é trabalhar ao máximo em busca de melhorar a equipe. Obviamente, se tiver chance, vou tentar marcar gols, assim como nos últimos jogos”, observa Pratto, com passagens por Boca Juniors, Universidad Católica (Chile), Genoa (Itália), Lyn (Noruega), Unión de Santa Fe (Argentina) e Vélez Sarsfield.

No Vélez, Pratto dividiu no ano passado a artilharia do Torneio de Transição do Campeonato Argentino (disputado no segundo semestre) com Maxi Rodríguez, do Newell’s Old Boys, e com Romero, do Lanús, com 19 gols. Pelo Atlético, não decepcionou, marcando na vitória no amistoso contra o Shakhtar Donetsk por 4 a 2 e nos 2 a 0 sobre o Tupi, na estreia do Campeonato Mineiro. Além disso, deu assistência de cabeça para o gol de Jemerson na vitória por 2 a 0 sobre o Mamoré, em Patos de Minas.

Ele entende que está rendendo o previsto e espera manter o nível contra o Democrata, sábado, no Independência, no último compromisso antes da estreia na Libertadores. “Não gosto muito de trabalhar com números ou metas. Primeiro, porque não sou candidato a jogar em todas as partidas que a equipe atuar. E, depois, sei que é trabalhoso marcar gols. Então, tenho que trabalhar e render muito. Se puder marcar gols em todos os jogos, melhor, mas, caso contrário, quero dar assistências aos companheiros, como na partida de sábado, de cabeça ou num passe. Todos os atacantes têm de marcar gols e ajudar a equipe. Para isso é que treinamos todos os dias.”

Ele disputou a Libertadores seis vezes, por Boca Juniors, Universidad Católica e Vélez, mas não foi campeão. Agora, tentará usar a experiência para quebrar o tabu: “Sempre que se fala numa Libertadores, penso que a melhor chance para ganhá-la é sempre a próxima. Hoje, estou numa equipe com forças para ser campeã e que tem chances. As expectativas são essas: pensar primeiramente no Colo Colo e mostrar que podemos ganhar a competição. Pensaremos com passos firmes para chegar às fases finais”.

ARTILHEIROS Lucas Pratto tem o desafio de ser o primeiro gringo a entrar na galeria dos artilheiros atleticanos. Com quatro anos de contrato, sabe que terá tempo para conquistar a confiança do torcedor. O estrangeiro que mais balançou as redes pelo Galo é o armador argentino Dátolo, com nove gols. Números bem modestos se comparados aos de outros jogadores que fizeram história no time e também conquistaram artilharias. Maior artilheiro do Atlético, com 255 gols, Reinaldo foi o goleador do Brasileiro de 1977, com 28, tendo a melhor média de todas as edições (1,55 por jogo).

O folclórico Dario foi o que mais marcou nos Nacionais de 1971 e 1972 (junto de Pedro Rocha) e nos Estaduais de 1969, 1970, 1972 e 1974). Outros donos da camisa 9 a se destacar no Brasileiro foram Renaldo, em 1996, e Diego Tardelli, em 2009 (ao lado de Adriano). O paulistano Gerson liderou a lista dos artilheiros da Copa do Brasil em 1989 e 1991.

Outros centroavantes tiveram êxito no Atlético sem usar a camisa 9. Guilherme vestiu a 7 e marcou 139 gols, se tornando o sétimo maior goleador alvinegro. E Jô se tornou o artilheiro da Libertadores de 2013, com sete gols, também vestindo a 7.


ENQUANTO I SSO...
Jô a caminho do Sul


Com as prováveis saídas de Marcelo Moreno e Barcos para o futebol chinês, o Grêmio pode selar um acordo nas próximas horas com o Atlético para acertar o empréstimo de Jô por uma temporada. O clube gaúcho já fez um primeiro contato com o Galo, mas ainda não teria apresentado proposta concreta para levar o artilheiro da Libertadores de 2013. Com contrato até maio de 2016, Jô foi indicado por Luiz Felipe Scolari, com quem disputou a última Copa do Mundo, mas desde então vive fase ruim: balançou as redes pela última vez em abril. Ele já passou pelo arquirrival Internacional em 2011 e 2012 e foi dispensado por atos de indisciplina. Fora das quatro linhas, o atacante se livrou dos problemas conjugais e reatou o casamento com a passista Cláudia Santos.