O surgimento de um craque

Um dos maiores ídolos da história do Atlético, o volante Toninho Cerezo estreava na equipe profissional há 41 anos. O jogo não era representativo diante da grandeza da carreira que o jovem de 18 anos iria construir, não só com a camisa alvinegra, mas também por São Paulo, Roma, Sampdoria, Cruzeiro, América e Seleção Brasileira. Era um simples amistoso contra o CEUB, em 19 de fevereiro de 1974, no Estádio Rei Pelé, em Brasília, que terminou empatado por 2 a 2.

Cerezo já tinha certa experiência, pois em 1973 esteve emprestado ao Nacional de Manaus, com outros jogadores da base atleticana, para disputar o Campeonato Brasileiro. O Estado de Minas elogiou o desempenho do estreante: “Ele entrou no lugar de Fausto (jogador emprestado pelo Valério) e teve uma grande atuação, deixando o técnico Telê e os diretores alegres com seu futebol simples e prático”.

O jornal divulgou ainda que o treinador atleticano estava confiante no sucesso de Cerezo já num futuro próximo. “Segundo Telê Santana, Toninho Cerezo (filho do palhaço Moleza) mostrou que sabe jogar e tem muita experiência. O técnico vai dar-lhe novas oportunidades e ele deve ser um dos principais jogadores no Campeonato Nacional”, publicou o EM na edição de 21 de fevereiro.

Apesar de ser amistoso, havia uma taça em disputa e, depois do empate no tempo normal, houve a disputa de pênaltis, vencida pelo Atlético por 4 a 3. O atacante Totonho marcou os dois gols do Galo, que jogou com Careca; Getúlio, Grapete, Vantuir e Cláudio Mineiro; Vanderlei Paiva e Fausto (Toninho Cerezo); Paulinho, Reinaldo, Totonho (Campos) e Romeu.

A CARREIRA Depois de conquistar seis Campeonatos Mineiros (1976, 1978, 1979, 1980, 1981 e 1982) e disputar duas Copas do Mundo (Argentina’1978 e Espanha’1982), Cerezo foi vendido à Roma, da Itália, em 1983. Três anos depois, se transferiu para a Sampdoria, de Gênova. Em 1992, voltou ao Brasil para defender o São Paulo e conquistar dois títulos mundiais pelo tricolor paulista.

Após atuar nos rivais Cruzeiro e América, Cerezo retornou, em 1996, ao Galo, para encerrar a carreira de jogador. Sua partida de despedida foi o empate por 2 a 2 com o Milan, pela Copa Centenário de Belo Horizonte, em 2 de agosto de 1997, no Mineirão. Ao todo, foram 400 partidas, com 53 gols marcados. Dois anos depois, ele estreou como técnico, também no Atlético.