A queda de rendimento no segundo tempo das partidas colocou na berlinda a preparação física da equipe, agora comandada por Rodolfo Mehl, substituto de Carlinhos Neves, hoje na China. Mas seria apenas esse o ponto?
O preparador físico do Atlético assegura que mantém a mesma filosofia adotada pelo seu antecessor, tido como um dos pilares para o sucesso do clube nas temporadas anteriores.
"Temos a mesma filosofia de trabalho, fomos companheiros de turma. Isso me deixa tranquilo. Com a volta dos jogadores do departamento médico, voltaremos ao caminho de vitórias", frisa.
Rodolfo Mehl destaca ainda que os números da temporada 2015 mostram um Atlético com maior movimentação em campo. “Estava conversando com nosso fisiologista. É preciso analisar os relatórios feitos de cada jogador a cada treinamento e jogo. Para se terem uma ideia, os jogadores estão correndo mais do que na Copa do Brasil do ano passado. Os resultados não estão aparecendo, mas os atletas não estão deixando de correr. Estamos tranquilos com nosso trabalho e não vamos mudar", destaca.
Apesar de todos os cuidados e da sequência da linha de trabalho, o Galo sofreu muitas baixas por lesão neste início de ano. Foram quatro desfalques por lesão muscular (Marcos Rocha, Pedro Botelho, Jô e Lucas Pratto). Engrossam essa lista Guilherme e Eron (começaram a temporada lesionados), Leonardo Silva (fratura) e Giovanni Augusto e Douglas Santos (lesões de ligamento no joelho).
Físico? Para o ex-jogador Paulo Roberto Prestes, o problema do Atlético passa por outros setores. “Não vejo problema físico. Acredito que com o desenvolvimento tecnológico, os profissionais fazem acompanhamento e têm uma avaliação individual do desempenho físico”, afirma.
Segundo o ex-lateral do Galo, os fatores táticos e técnicos estão em maior evidência que a parte física. Ele confia em Levir para arrumar o time. “Acredito que seja um desajuste técnico, que o treinador deve resolver em campo, treinando. Com a volta dos titulares pode melhor muito. Se tiver continuidade, o time engrena”.
Pressão O ex-atacante Marques ratifica que o desgaste físico muitas vezes é decorrente do desacerto tático em campo, além das cobranças que aumentam a pressão sobre os atletas.
No fim de semana, o Atlético reencontrou a vitória. Os 2 a 0 sobre o Guarani trouxeram alívio. Mas o técnico Levir Culpi reconhece que o rendimento está abaixo da capacidade do elenco. “Jogamos muito abaixo do que podemos. Merecemos a vitória, claro, pois criamos as melhores chances e tivemos bons momentos na partida. Mas estamos muito aquém do que é preciso para ter a melhor sorte nos campeonatos. Não me sinto aliviado pela vitória, porque o time não está jogando bem. Talvez o comandante esteja passando algo que o pessoal está demorando a pegar. Pelo elenco, acho que poderíamos estar jogando melhor. Acredito, sim, que a responsabilidade é minha”.
Levir Culpi ainda minimiza reflexos da saída de Carlinhos Neves do comando da preparação física do Atlético. “Não (mudou). O procedimento nosso da parte física é praticamente igual ao da temporada passada. Não mudou nada”, observa. “Tem muito empenho físico e pouco empenho de conjunto”, acrescenta.