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Duro vestibular alvinegro

Há um ano no Atlético, Emerson Conceição ainda luta para ganhar a aprovação da torcida. O sempre questionado lateral terá mais uma chance no duelo do domingo com o Villa Nova

postado em 26/03/2015 08:37

Gladyston Rodrigues / EM DA PRESS
Prestes a completar um ano no Atlético, o lateral-esquerdo Emerson Conceição não teve o gosto de ouvir seu nome gritado no Independência ou mesmo receber pedidos de autógrafos e fotos dos torcedores. Pelo contrário, se tornou um dos jogadores mais criticados pelas arquibancadas nos últimos anos e vem lutando diariamente para ganhar confiança e prestígio. Domingo, contra o Villa Nova, no Independência, pelo Campeonato Mineiro, terá pela segunda vez consecutiva a chance de ser titular no Galo nesta temporada. De novo precisará mostrar regularidade para não ser alvo de vaias.

Conceição ocupará o lugar de Douglas Santos, que defenderá a Seleção Brasileira Olímpica nos amistosos contra Paraguai e México. No ano passado, ele foi punido pela diretoria após atos de indisciplina, assim como os atacantes Jô e André. Mas o trio foi reintegrado em janeiro porque o clube não conseguiu cedê-los por empréstimo nem dispensá-los por justa causa.

Mesmo em Ipatinga, onde o Atlético goleou o Tombense por 3 a 0, no domingo, o jogador não foi poupado de vaias, ainda que não tenha atuado mal. Mas Levir Culpi vê mais paciência com o atleta, que chegou ao Galo em 29 de março do ano passado, fez 27 jogos e não marcou gols: “Ele teve bons momentos na partida, jogou bem contra o Ipatinga, e a torcida reconheceu. Mas, em alguns momentos, houve muitas reclamações. Porque já virou uma coisa meio emblemática, esquisita”.

O treinador se mostra chateado com essas vaias: “É um sentimento de perda. Não consigo admitir que um profissional com a camisa do clube vaiado. A não ser que faça alguma coisa muito diferente, ruim. É um profissional, tem família, querendo fazer o melhor”.

A exemplo de Conceição, o lateral-direito Marcos Rocha também passou vários anos sendo vaiado pela torcida e demorou a se firmar e virar ídolo. Precisou deixar o Galo, ser emprestado à Ponte Preta e América e voltar para conquistar os últimos títulos de expressão pelo clube. Ele é um dos que mais conversam com o companheiro. “Ele tem de trabalhar, assistir a vídeos, ver as falhas dos jogos e tentar aprimorar nos treinos. Tenho certeza de que ele pode conseguir dar a volta por cima”.

BOAS NOTÍCIAS Aos poucos, o departamento médico vai ficando vazio. Nesta semana, o volante Pierre, o armador Giovanni Augusto e o atacante Jô foram liberados para os treinos com os companheiros. Desde sexta-feira, o capitão Leonardo Silva vinha participando das atividades, mas não teve confirmada a presença contra o Villa Nova.

De contrato renovado, o armador Guilherme vai demorar mais tempo para voltar. Recuperado de lesão na coxa direita, deve passar uns dias a mais no recondicionamento físico. O jogador revela ansiedade para retomar a rotina de jogos e viagens: “Nem estou dormindo direito. Não aguento ver jogo na televisão. Não vou ao estádio. Muitos criticam, mas é sofrida demais essa parte do tratamento. Estou ansioso para voltar a fazer o que mais gosto. A minha filha faz seis anos agora e me pergunta por que o pai não está lá. Tenho que dar explicações. É difícil, mas vou superar esta fase”.

Memória

Vaias antigas

Emerson Conceição não é o primeiro jogador atleticano a ser execrado pela torcida. Nos anos 1980, o lateral-direito Carlão foi muito criticado, principalmente porque era comparado a Nelinho, que deixou o clube em 1988. O lateral-esquerdo Ronildo, vice-campeão brasileiro em 1999, era outro seguidamente contestado. Mancini também sofreu com as vaias até se firmar na última década. A lista inclui ainda os goleiros Edson e Juninho, o lateral-esquerdo Thiago Feltri, os volantes Ataliba, Alício e Rafael Miranda (rebaixados com o clube à Série B, em 2005), o armador Rodrigo Fabri e os atacantes Fábio Júnior e Ricardo Bueno.