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"Doutor Galo": médico usa gorro alvinegro em hospital e trabalhou no parto de filhos de craques

Médico Artur Palhares levou a paixão pelo clube para as salas do Hospital Mater Dei

postado em 29/05/2015 07:30 / atualizado em 29/05/2015 09:10

Arquivo pessoal

A paixão pelo clube de futebol muitas vezes invade o ambiente de trabalho. Essa é a história do médico Artur Palhares, coordenador do serviço de anestesia do Hospital Mater Dei, na Zona Sul, em Belo Horizonte. Torcedor fanático do Atlético, o anestesista atende as pacientes com um gorro personalizado com o mascote alvinegro. O médico trabalha há quase 30 anos no local, e usa o acessório há uma década.

“Esse gorro já uso há 10 anos. O meu pai era flamenguista e, por influência dele, cheguei a torcer pelo Flamengo nos primeiros anos de vida. Mas na década de 1970 percebi que a imprensa carioca tripudiava dos mineiros e me apaixonei pelo Atlético depois de um jogo contra o Flamengo. Desde então é tudo Atlético na minha vida. Cheguei a tomar raiva do Flamengo, principalmente com a roubalheira na final de 1980”, disse à reportagem.

O gorro na cor preta e com o desenho do Galo Volpi não é o único artefato no repertório de coisas que Artur leva para o hospital. O hino do Atlético é usado para embalar os primeiros sons nos ouvidos dos recém-nascidos. Filhos de jogadores de futebol vieram ao mundo com a participação da equipe de Artur. Leonardo Silva, Luan, Rafael Carioca, Pierre, Fábio, Maicon e Alex são papais que viram a touca alvinegra na sala de cirurgia.

Reprodução
“O meu celular tem como toque o hino do Galo e os primeiros acordes musicais são esses, na esperança de o menino ser atleticano. Alguns pacientes pedem para eu ser anestesista. A minha ideia é transformar a sala de parto em momentos de alegria e descontração, além de diminuir a tensão. Brinco com os cruzeirenses que eles serão mais bem tratados aqui, com direito a tapete vermelho, do que no Mineirão e Independência, onde o Atlético tem castigado o Cruzeiro”.

Umas das curiosidades sobre o trabalho de Artur é essa relação com as famílias cruzeirenses. Na função de anestesista, ele ajuda na preparação da mãe para a cirurgia, e tem contato com o pai no momento em que o mesmo entra na sala para acompanhar o nascimento. O médico lembra que até hoje apenas um torcedor não foi tão amistoso.

“Todos levam na brincadeira. Até porque participo da preparação para o parto e, quando o pai entra na sala, a mãe já está pronta. Eu me lembro de um que pediu para eu não falar do Atlético. Ele me disse que conhecia a minha fama e que era melhor não falar nada, pois ele podia apelar. Respeitei”, declarou o médico.

Ídolos homenageados

O hospital em que Artur trabalha tem uma sala que permite às famílias acompanhar os partos. Para interagir com os presentes, Artur aproveita para homenagear ídolos da história do Atlético.

“Depois do nascimento eu coloco as mãos para cima e faço o mesmo gesto do Ronaldinho para as famílias. Antes era o punho cerrado do Reinaldo. Isso transforma o ambiente. Os atleticanos aprovam e os cruzeirenses fazem sinal de negativo”, contou, aos risos.

A paixão de Artur pelo Atlético foi estendida aos filhos, e o médico arca com cinco cartões do Galo na Veia. A troca de plantões para acompanhar o Alvinegro é outra realidade na rotina do anestesista.

Esposas de jogadores de Atlético e Cruzeiro


Arquivo pessoal
Filhos e filhas de atleticanos e cruzeirenses vieram ao mundo sob os olhos de Artur Palhares. O médico tem um lista de craques que estiveram no hospital em que trabalha para acompanhar as esposas.

“Do Atlético, eu já atendi a mulher do Luan, Rafael Carioca, Pierre e Leonardo Silva. As esposas de cruzeirenses também estiveram na sala de parto, como a do Fábio, do Alex (2003) e do Maicon. O ex-lateral da Seleção chegou a brincar comigo e disse que me daria uma camisa do Cruzeiro. Eu recusei de imediato. Ele é bem-humorado e levou na brincadeira também”, disse.

Mas Artur tem um presente que considera especial vindo das mãos de um ex-jogador. O goleiro Veloso, com passagem pelo Atlético no fim da década de 1990, agraciou o médico com uma camisa alvinegra.

“Eu me lembro que ele levou uma sacola e havia vários tipos de camisa de goleiro, verde, preta, vinho e uma listrada. Ele mandou eu escolher uma e fiquei com a última. Essa foi usada na Libertadores de 2000”.

Além do Atlético, Artur considera que a medicina, a pescaria e as trilhas de jeep são outras paixões de sua vida.

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