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Prova dos nove

Galo parte para ganhar os três jogos finais da metade inicial do Brasileiro e recuperar recorde de pontuação perdido no ano passado no saldo de gols para o arquirrival Cruzeiro

postado em 03/08/2015 11:00 / atualizado em 03/08/2015 08:24

ALEXANDRE GUZANSHE / EM DA PRESS
Com grande campanha tanto dentro quanto fora de casa, o Atlético pode recuperar um recorde que lhe foi tirado pelo Cruzeiro no ano passado: o de maior pontuação no primeiro turno na era dos pontos corridos, desde 2006, quando o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado por 20 clubes. Com 35 pontos, ele pode chegar a 44 se vencer as três últimas partidas da metade inicial da competição, superando em um a pontuação celeste no ano passado – a Raposa foi bicampeã com 80 (melhor marca nas edições com 20 equipes). Com os mesmos 43 em 2012, mas saldo de gols inferior ao do arquirrival no ano passado, o Galo, no returno, acabou perdendo o título para o Fluminense. Anteriormente, só duas vezes o campeão simbólico do turno não levou a taça – em 2008 o Grêmio foi superado pelo São Paulo e no ano seguinte o Internacional viu o Flamengo comemorar o título.

Um dos trunfos do Atlético para fechar o turno na frente e partir para o título que persegue há 44 anos é Giovanni Augusto. Mineiramente, o armador aproveitou o espaço deixado pela contusão de Dátolo, a negociação de Guilherme com o mexicano Cruz Azul, que acabou não se confirmando, e a fase de adaptação de Cárdenas para conquistar espaço e se firmar na equipe.

Uma reunião com o diretor de futebol Eduardo Maluf, na véspera da decisão do Campeonato Mineiro, em maio, representou a reviravolta de Giovanni Augusto, em sua segunda passagem pelo Atlético. Depois de fazer acordo e aceitar retirar ação contra o clube na Justiça Trabalhista, na qual exigia rescisão de vínculo, ele ganhou aumento salarial pelo triplo do que recebia e teve o contrato estendido até maio de 2018. Hoje é considerado o motor do meio-campo alvinegro no Campeonato Brasileiro.

Com a confiança em alta, ele se reapresenta junto com o grupo hoje à tarde, na Cidade do Galo, iniciando os preparativos para enfrentar o Goiás, domingo, às 16h, no Serra Dourada, pela antepenúltima rodada do turno. Depois de quatro dias de folga, a meta é continuar atuando em alto nível e aumentar a vantagem sobre os perseguidores na tabela. Giovanni disputou 16 partidas na competição e se firmou. “Será complicado tirá-lo do time”, elogia o técnico Levir Culpi. Na vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo, há seis dias, no Mineirão, ele fez o lançamento para dois dos três gols de Lucas Pratto.

“Fico feliz pelo bom momento, mas estou consciente de que o campeonato é longo. Vale ressaltar que estou me cuidando ao máximo para não me machucar e não ficar de fora nesta reta decisiva. Nosso grupo é forte, todos os jogadores têm condições de jogar e isso tem sido nosso maior trunfo. Independentemente de quem Levir escolher, todos tentarão fazer o melhor”, avalia o armador, que no ano passado se destacou pelo Figueirense.

ARREPENDIDO
Ele já reiterou inúmeras vezes o arrependimento por ter acionado o Atlético na Justiça. “No futebol, o jogador tem muitas pessoas em volta que mexem por trás e em quem confia, mas acabamos errando. Felizmente, tudo mudou para melhor”.

Ele se sente à vontade mais centralizado no meio, com Rafael Carioca se aproximando, Thiago Ribeiro aberto ora pela direita ora pela esquerda e Lucas Pratto se movimentando na frente. Neste Brasileiro, balançou as redes duas vezes, definindo as vitórias sobre Sport (2 a 1 ) e Ponte Preta (2 a 0) e participou diretamente de outros oito, como diante do São Paulo.

Para o armador, o Galo tem de administrar bem a vantagem sobre os adversários: “Nossa equipe atingiu nível de confiança bom, temos o apoio da torcida, mas acho que temos de evitar fazer planos. Manter a concentração é fundamental. Temos qualidade e qualquer hora sabemos que a bola entra, apesar de todos os jogos serem difíceis”.